Capítulo 16

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Celina

Antônio fez de tudo para esse dia ser memorável, nós almoçamos à bordo, havia todas as comidas que eu mais amo e as melhores sobremesas, eu nem ao menos sei como ele sabe de todos os meus gostos. Ancoramos próximo de uma ilha privada, onde a água era tão cristalina que, mesmo sendo fundo, era possível ver alguns peixinhos e algumas peculiaridades da natureza marinha. Nós mergulhamos e nadamos até a ilha, onde passamos a tarde e fizemos sexo ao ar livre. Mais uma experiência pra conta.

Agora são seis da tarde e estamos voltando para a casa do Tony, ele sabe que, por mais que a sua intenção fosse criar uma nova lembrança dessa data para mim, não podia exagerar e prolongar. E eu não poderia estar mais feliz por ele estar respeitando o meu momento e fazendo com que minha aversão ao meu aniversário se dissipe aos poucos. Foi um dia simples e grandioso ao mesmo tempo, ele é incrível e meu coração se encontra  quentinho de felicidade. Tudo que queremos agora é chegar em casa e aproveitar do conforto da nossa cama. Eu nunca achei que adoraria a ideia de dormir de conchinha.

Acabo adormecendo no caminho para casa, pois acordo com grandes braços musculosos me carregando pela casa. Por mais que eu queira continuar nesses braços e dormir, me sinto faminta.

– Eu estou com fome. – digo com a minha voz embargada pelo sono.

Tony ri e me deposita na cama.

– Eu vou descer e arrumar alguma coisa para comermos.

– Quer ajuda?

Ele sorri para mim e nega, saindo em seguida.

Aproveito esse momento para poder tomar um banho. Vou para o grande banheiro, me desfaço das minhas roupas e me olho no espelho. Meus cabelos estão presos em um coque alto, minha pele está levemente bronzeada e meu rosto está um pouco vermelho, meus olhos estão brilhando e meus lábios estão cheios e macios, acho que nunca estive tão bem e feliz na minha vida. Esse é o efeito Antônio. Ele fez isso comigo.

Tomo meu banho pensando no quanto ele mudou minha vida depois que nos conhecemos e me pergunto onde foi que eu acertei para merecer algo assim. Quando saio, ainda pensativa, o encontro sentado na cama e sem camisa, abençoa esse corpo Deus, seus olhos correm meu corpo e param em meus olhos. Instantaneamente ele sorri e eu faço o mesmo andando em sua direção.

Pego sua cabeça em minhas mãos e deposito um beijo carinhoso em seus lábios.

– Obrigada!

– Pelo o que? – ele pergunta.

– Por hoje, por tudo. Você é incrível.

Ele me abraça ainda de toalha.

– Não precisa agradecer. Você merece muito mais.

Eu monto em seu colo sem nem me preocupar com a minha nudez e o puxo para um beijo de agradecimento, que se torna quente demais, porquê não há um beijo entre nós que não se torna quente demais e a falta de roupa não ajuda em nada.

Meu corpo começa a corresponder quase que instantaneamente e Tony é quem quebra o momento, se afastando.

– É melhor pararmos se você ainda quiser jantar.

Solto um suspiro frustrado e me agarro ao seu pescoço antes de me levantar para por uma roupa, que se resume em uma calcinha e uma camisa dele.

Descemos para comer o divino strogonoff da Silvia e depois de cheios, nos encontramos deitados e tão enroscados que não se pode dizer onde eu começo e ele termina.

– Puta merda. – Tony exclama do nada, se levantando apressado.

– Eu esqueci do seu presente.

Fico olhando para sua bunda coberta apenas por uma cueca enquanto ele entra em seu closet.

– Mas você já me deu um presente hoje. Vários na verdade.

Ele volta com uma caixa branca na mão e me entrega.

– Abra.

Olho em dúvida para ele e seu olhar está carregado de expectativa.

– Não preciso de mais um presente.

– Apenas abra. – pede já impaciente.

Faço o que ele pediu e abro a caixa. Meu coração falha algumas batidas e lágrimas descem instantaneamente. Uma boneca. Tiro-a da caixa com o encanto de uma criança. É uma boneca de pano, com um vestido amarelo e cabelos escuros. A coisa mais linda do mundo.

Olho para Antônio sem saber o que dizer, meu olhos estão nublados pelas lágrimas e eu nem sei o que dizer.

– Uma vez você me disse que nunca tinha ganhado uma boneca, então eu pensei que fosse gostar de ter uma.

Eu me jogo em seus braços sem nem dizer nada e choro, choro por não ter tido uma infância, choro por não ter tido uma vida normal e choro por Deus ter colocado Tony na minha vida. Minha primeira boneca.

– Obrigada!

– Eu já disse para não agradecer. Ei, não chora.

Eu me solto dele e volto minha atenção para a boneca. Meu Deus. Guardo-a novamente na caixa e vou até o meu quarto para deixa-la em um canto especial. Volto para o quarto de Tony e o encontro deitado.

– Eu sei que você não quer que eu agradeça, mas eu nunca vou saber explicar o quão feliz eu estou agora. Obrigada!

– Venha aqui. – ando até ele na cama – sobe aqui – pede e eu o monto. – Você merece muito mais que isso. Merece o mundo.

Ele me beija e eu me sinto a pessoa mais especial desse mundo, é surreal a forma como ele é carinhoso e atencioso comigo, nada passa despercebido.

Tony me beija com total devoção e quando eu penso que não, já estou embaixo dele, sendo possuída da melhor maneira. Ele me invade tão lentamente como se quisesse sentir cada centímetro de mim. Nós passamos a próxima hora fazendo sexo lento e preguiçoso. E eu não sei dizer quando ele é melhor. Na versão sexo lento e romântico ou na versão fodendo como um louco.

Na verdade, ele é bom nas duas versões. Ele é bom em tudo.

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Acordo no meio da noite com muito calor e vontade de fazer xixi, me levanto devagar para não acorda-lo e vou para o banheiro, decido descer para tomar água para aliviar um pouco o calor.  Isso que dá dormir cedo demais, acordar no meio​ da noite.

Lembro que provavelmente Julieta deve ter me mandado mensagem de feliz aniversário e lembro também que eu nem sei onde se encontra meu celular. Subo para o quarto que eu ocupava e entro no meu closet e o procuro dentro da bolsa que levei para o iate, encontrando o aparelho ali. Ligo vejo que há três mensagens. Uma de Julieta, uma de Marina, minha amiga e a outra de um número desconhecido.

Abro a de Julieta primeiro.

"Feliz aniversário minha menina, espero que tudo esteja certo por aí. Estarei sempre aqui por você."

Respondo-a e sigo para a de Marina.

"Celi, meu amor, parabéns e que saudades! Diga que está aproveitando este homem (vi nos tablóides, já que você esqueceu de mim) e que iremos nos encontrar logo! Beijos."

Respondo-a marcando para nos ver logo e dizendo que também estou com saudades. E passo para a próxima, que é um número desconhecido.

"Feliz aniversário menininha! Se esqueceu de mim?"

Me coração gela. Não. Não e não. Não é possível. Ele não. Por favor Deus, ele não.

Meu corpo começa a tremer e a. última coisa que me lembro é do celular caindo da minha mão.

Darling (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora