1. Começo

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Como eu estava cansado por causa desse último plantão.
Não via a hora de chegar em casa e ir para minha cama dormir.

Ser médico era a profissão que eu amava, mas era muito cansativa.

Podia ser advogado igual minha mãe ou empresário como meu pai. Só que sempre gostei da área de saúde e cheguei a onde eu estou com muito esforço.

Me chamo Michel Ress, tenho 25 anos, sou médico, residente do primeiro ano. Sou moreno claro, com os olhos castanhos quase verde, 1,73 de altura e 70 Kg bem distribuído em anos de academia. Não me achava lindo, mas devido os comentários que recebia, não era considerado feio.

Sempre fui tímido e exigente comigo mesmo.

Meus pais tiveram um pequeno surto quando contei a eles sobre eu ser gay, minha mãe chorou e meu pai queria me expulsar de casa, nada diferente do que acontece na maior parte das vezes. Mas no final tiveram que aceitar, só que devido a superproteção deles quando me formei resolvi morar na capital de São Paulo e sair do interior.

Comecei na residência médica e to colhendo os frutos das minhas escolhas.

Peguei meu carro e fui na direção ao meu apartamento, nessa altura do cansaço acho que meu carro já sabia o caminho sozinho.

Entrei no prédio, cumprimentei o porteiro.

-Bom dia seu Antonio.

-Bom dia doutor Michel, mas um plantão daqueles? – seu Antônio era muito simpático e fiz amizade com ele no mesmo dia da mudança, era um senhor de 60 anos.

-Nem me fala, só quero minha cama.
Apertei o botão do elevador e quando abriu estava meu amigo Alex.

-Viado, que cara de segunda guerra mundial. – Alex era meu vizinho, tinha uns 32 anos, alto, era gay também e me identificava com ele.

-Obrigado, isso é cara de trabalhador. -Minha voz e minha postura já indicava que ia dormir ali mesmo.

-Bom descanso amigo. – Ele saiu do elevador, a roupa dele era muito extravagante, parecia de festa e nem era 10 da manhã ainda.

-Obrigado Ale.

Cheguei até a porta do meu apartamento e já podia contar os passos até chegar a minha cama, faltava algum passos, me despir e coloquei meu pijama, mas o telefone tocou.

-Alô! – Atendi com grosseria. Quem era a criatura que ligava nesse momento tão crucial do meu descanso.

-Nossa, é assim que você trata seus pacientes também? – pela voz já sabia quem era.

-Bicha, nesse momento to olhando para minha cama e ela tá me olhando de volta, seja rápido, não quero deixar ela esperando.

Ele deu risada, se tratava de Cláudio, um amigo do colegial, decidimos juntos ir do interior para a capital. Tentei morar com eles uns três meses, mas devido a personalidade forte dele e a minha não deu certo e antes de estragar a amizade, resolvemos cada um seguir seu rumo.

-Ta, vou ser rápido. -Sentir que ele revirou os olhos. - As 22 horas esteja pronto, vou passar para te buscar e vamos na Good luck, se veste para arrasar.

Era uma balada aqui do meu bairro e ia muito quando estava solteiro, depois do término do meu último namoro que fazia 2 meses, ainda não tinha indo e nem vontade me dava.

-Querido, obrigado pelo convite, as 22 horas eu estarei roncando, bom falar com você, beijos. -Ia desligar o telefone e ele gritou.

-Você tem duas escolhas Michel Ress Goranti. Ou você vai por bem, arrumado e cheiroso, ou vou te pegar de pijama e te colocar no carro, acho que você não vai gostar de beijar um boy com trajes de dormir.

Rei do tráfico (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora