10. Hétero?

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Quando eu era adolescente eu não saia, ficava sempre em casa, no meu quarto, nunca fui de ter muitos amigos, era o tipo adolescente isolado, estranho, diferente dos outros meninos. Odiava futebol, não comentava sobre meninas e muito menos tinha aquelas manias de hétero.

Isso preocupou meus pais, eu era o oposto do meu irmão, o que levou a muitas horas de psicólogo. Meu irmão por outro lado sempre trazia os amigos em casa, ouvia ele falar das "minas" que ele pegava, eu somente revirava os olhos.

Já na faculdade não foi muito diferente, era muito mais fechado e introspectivo.

Foi aí que conheci Pedro, o motivo de eu ter contado esse pedaço do meu passado.

Pedro era um colega de sala, não sabia por que motivo ele sempre tentava puxar assunto comigo, eu não dava muita bola e passei então a aceitar as investida dele para começar uma nova amizade. Ele era bonito, não tanto, mas tinha um corpo legal, apesar está crescendo aquela barriguinha de chopp. Ele era "hétero", sempre me falava com quem estava se pegando, como a garota era gostosa e essas coisas, isso meio que me incomodava, não sabia por que, mas no meu pensamento eu não nutria nenhum sentimento por ele.

Mas eu estava enganado, claro que estava, ele estava começando despertar algo em mim, nunca tinha sentindo isso. Já tinha 19 anos e nunca namorei ninguém, eu me achava assexual, tentava beijar meninas às vezes, raras vezes, mas não sentia nada, não tinha nenhuma excitação da minha parte.

Eu tinha indo em uma festa, Pedro me obrigou a ir, odiava essas festas, mas acredito que com uma boa companhia que era a do Pedro eu iria acabar gostando.

Bebi um pouco, não fazia isso, nunca tinha bebido mais de um copo de cerveja ou vinho. Vodka e outros eu não gostava.

Mas aquele dia bebi, uma, duas, até 4 copos de cerveja, não estava acostumado e algo começou a me transformar, me sentia leve, solto igual uma borboleta (revirando os olhos hehe) foi aí que chegou o Pedro perto do meu ouvido.

-Cara, você tá lindo hoje. -Opa, será que o álcool fazia ouvir coisas? Eu estava mesmo muito chapado.

-O que? Repete! -Acreditei que tinha ouvido errado, ele estava meio alcoolizado, bebia o dobro que bebi.

-Michel, quero muito te beijar. -Ele estava perto demais, estávamos em uma área mais isolada da festa, às pessoas ao nosso redor estavam dançando, conversando ou se pegando.

-Eu não to entendendo Pedro, a música tá muito alta. -como eu era sonso, entendia muito bem sim, mas queria fugir daquilo, tinha medo ou sei lá o que.

-Vem. -Ele me puxou para fora da festa e me levou até seu carro, sentir o tremor percorrer meu corpo.

-Cara, sempre te achei lindo, você com seu jeitinho de nerd tímido, e com essa sua carinha. Sempre fui apaixonado por você e me aproximei de ti para ver se teria chance.

Pensa agora vocês, um virgem de 19 anos, que não sabia se era assexual, ouvir isso de um cara como o Pedro. Claro que fiquei sem saber o que dizer, mas não foi necessário ele me puxou e me beijou.

Bom, resumindo, começamos a sair mais, eu já estava a vontade com a situação e tivemos nossa primeira vez, doeu "pra" caralho. Mas nas outras vezes foi aliviando a dor. Só que tudo aquilo era novo para mim, esse tal de Pedro se considerava "hétero", sim gente, ele beijava minha boca, me comia e às vezes dormíamos de conchinha na casa dele, e ele ainda se titulava de "hétero". Não tínhamos nenhum compromisso, sabia que ele pegava várias meninas e eu como um bom idiota e trouxa iludido, morria de ciúmes e chorava muito por causa dele, bom, meu resumo já tá ficando grande, só vou dizer que esse tal "Hétero" não ficou muito tempo comigo, e sei que hoje ele é casado com uma mulher e tem filhos, iludido.

Rei do tráfico (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora