A relação com minha mãe sempre foi a mais saudável possível. Como eu era o filho mais novo sempre recebi mais atenção que meu irmão e mais mimos.
Quando tinha 9 anos voltei para casa com um olho roxo, ela ficou uma fera, me colocou no carro e me matriculou na aula de karatê, me dizendo que eu tinha que aprender à me defender.
E foi bom, conseguia já me defender, eu sabia que poderia acabar com eles, um dia um menino me chamou de viadinho, quebrei o nariz dele, mesmo indo para direção e tomando uma suspensão, eles nunca mais se atreveram a me encher o saco.
Quando eu contei a minha mãe que eu era gay, ela chorou sim, só que mais tarde foi até meu quarto e falou o quanto que me amava e tinha orgulho de mim e não ia ser esse fato que ia mudar seu sentimento.
Ela era minha amada, fazia de tudo para à ver feliz, mesmo com as traições do meu pai, eu sempre arrumava um jeito de distraí-la.
***
Vendo a situação do Gabriel não sabia o que fazer, não tinha passado por aquilo.
Eu fui atrás dele, ele estava sentado na cama do meu quarto com as mãos no rosto, me deu muita pena.-Gabriel, desculpa...-Eu estava de joelho na frente dele, tinha medo de tocá-lo.
Ele não respondia, me preocupei com isso.
-Olha para mim? -Eu tirei as mãos do rosto dele, ele estava com os olhos vermelhos e estava chorando.
Foi difícil ver essa cena e eu era o motivo disso tudo.
-Eu não sei o que te dizer. -Eu não conseguia achar as palavras certas.
-Não precisa falar nada cara. -Ele olhava para baixo, sentia a dor que ele estava passando.
-Preciso sim, eu provoquei isso, eu que quis saber demais.
-O que você esperava? -Nesse momento ele me olhava, sua tristeza era palpável.
-Só queria saber mais de você. -Falei triste também.-Eu tinha 5 anos quando ele foi embora, ela estava grávida de um menino, meu irmão.
Ele estava olhando para suas mãos no seu colo, falava entre as lágrimas.
-Ela e meu pai começaram a brigar dês que descobriram que estava grávida, ela não queria mais uma criança envolvida no mundo do meu pai. Um dia eles brigaram muito feio, ele quase bateu nela, me mandaram para o quarto e eu chorei de preocupação pela minha mãe, de noite ela veio até minha cama, estava com uma mala, ela se abaixou e me deu um beijo no rosto, falou que me amava e que um dia iria me buscar.Cada palavra dele doía meu peito, achei que iria chorar junto.
-Por que Michel? Por que ela nunca veio me buscar? -Nessa hora ele chorou mais ainda, chegava a soluça, eu não aguentei e o abracei, sentir lágrimas escorrer pelos meus olhos em ver meu príncipe naquela situação.
-Ela me deixou com aquele carrasco, ele me batia, me colocava de castigo por qualquer merda que fazia. Teve uma vez, eu tinha uma cadela, chamava Julie, um dia ela fugiu e eu fui desesperado atrás dela. Não à encontrava, no outro dia ela apareceu morta no quintal de casa. Chorei tanto e o meu pai me deu um tapa na cara, falou que era para eu ser homem, que essa cachorra teve o que merecia por ter fugido. Ele à matou Michel, matou por ter feito o que minha mãe fez. Agora me pergunto, será que ele não matou minha mãe também?
Sentir medo, medo de tudo aquilo, o pai do Gabriel era um monstro, não era ser humano e sim o próprio diabo.
Eu não tinha o que falar, só o coloquei no meu colo e tentei consolar ele. Ele soluçava e em meu rosto e caia muitas lágrimas.
-E então Michel, tem mais alguma coisa que você queira saber do meu passado? -Ele tinha se sentando e olhava para mim, estava vermelho e com os olhos inchados, fui no banheiro e peguei uma toalha de rosto para ele se limpa e um copo de água que fui buscar na cozinha, ele tremia.
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Rei do tráfico (Romance gay)
Romance(Concluído) Michel é um homem de 25 anos, é médico e está fazendo residência médica, sua vida parece perfeita. Mas está preste à mudar depois de uma balada que ele conhece um homem irresistível e misterioso. Será que isso vai acabar bem? Essa histó...