17. Rotina

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Quando o meu ex, o Rafael, terminou comigo, eu fiquei perdido, sem chão. O namoro gay é um pouco mais solitário e intenso que o hétero, não sei dizer por que, só que me sentia mais solitário quando namorava ele.

Sei que não podemos dedicar tanto a uma pessoa, mas devotei várias coisas naquele namoro. Meus amigos reclamaram muito por isso. E quando levei um pé na bunda, sentir que minha rotina era vaga.
Um erro que não iria comete de novo.

Com o Gabriel iria ser diferente, não sabia o que iria acontecer, só não iria mais parar minha vida por causa de um homem.

Eu tirei minhas roupas da mala e coloquei no guarda roupa, tomei um banho e fiz um sanduíche.

Fui para o quarto e me deitei, estava cansado e logo dormir.
Não tive nenhum sonho, dei graças a Deus por isso, ultimamente minhas noites estavam bem turbulentas.

De manhã me preparei para e trabalhar, eu estava morrendo de saudade do hospital e agora mais feliz por não ter aquele demônio como diretor.

*****

-Oi meu querido, que bom que você voltou. -Dona Vera veio me abraçando, dei um sorriso enorme para ela e a abracei com força.
E logo chegou a Fernanda, me puxando para um consultório.

-Michel, que saudade de você. -Ela falou alto e deu pulinhos.

-Oi Fer, eu também estava morrendo de saudade.

-Agora senta que tenho muitas novidades para te contar.

-Fer, temos que trabalhar. -Falei preocupado.

Ela deu de ombro e falou que eu precisava ouvir aquilo.

-O Alfredo pediu demissão, Michel, ninguém acreditou nisso.

-Que ótimo. -Não demonstrei tanta emoção.

-Agora temos uma diretora nova, a Ana, você conhece ela, era sua supervisora.

Bom, aquilo tinha me pegado de supressa, apesar da Ana ser minha conhecida, não éramos amigos, já tínhamos brigado várias vezes, pelos menos não era mais o bandido do Alfredo.

-Me conta você, por que sumiu? Esqueceu que tem amigos? Aliás já sei, já arrumou um namorado?

-Nossa amiga, só fiz uma vez e te prometi que não iria fazer mais isso.

-Michel, você sumiu por um mês, o Bernardo está muito chateado.

-Fernanda, eu vou recompensar meu afilhado, e sobre minha ausência, já disse que estava com meus pais. E a senhorita? O que andou aprontando.

Ela ficou sem jeito com minha pergunta, e mudou sua postura. Sabia que ali tinha coisa.

-Não brinca? Quem? -Falei um pouco alto, ela ficou vermelha.

-Fala Fer, quem é? -Eu estava muito curioso.

-Um médico daqui.

-Sério? -A olhei incrédulo. -Que específico.

-Aí Micky, ainda é começo, só saímos duas vezes, não sei se vai dar certo.

-Tá, mas me conta quem é?

-O pediatra, Vítor. -Fiquei de boca aberta, o mesmo que me ajudou no dia que desmaiei no estacionamento.

-To em choque. -Eu estava realmente de boca aberta.

-Como aconteceu? – Estava empolgado.

-Ele me disse que te ajudou e te levou para a casa dele, e queria saber se estava tudo bem com você, eu achei que ele era gay, mas aí com o passar dos dias ele começou a falar comigo na hora dos intervalos e um dia me chamou para jantar.

Rei do tráfico (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora