5. O hóspede

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Fiquei a noite toda em claro. Por que me submeti a isso? Tentei pensar varias forma de fugir daquilo. Mas eram planos que iam levar a nada.

-Alô. – Meu telefone tocou, era do hospital.

-Doutor Michel? -Pela voz era o senhor Alfredo, meu chefe.

-Sim, sou eu.

-Tenho que falar com o senhor.

-Sim, antes do meu plantão eu passo aí.

-Não Michel, você está de férias.
Aquilo me paralisou, que diabo estava acontecendo.

-Desculpa senhor, mas minhas férias são daqui a quatro meses.

-Não, você tá de férias a partir de hoje -Ele foi duro e direto.

-Por que?

-Vários motivos, não acha? E para evitar outro acidente, melhor você ficar em casa. Se o senhor não concordar com essa decisão, teremos que tomar medidas mais definitivas.

Por essas férias agora? Sabia que tinha uma mão do Rei.

-Bom, pelo silêncio acredito que você concorda, então mais tarde passa aqui para assinar os papéis.

Desliguei e me joguei na cama, o que estava acontecendo com minha vida. Queria fugir para outro planeta, maldita hora que fui para aquela balada.

Assinei os papéis e quando cheguei em casa recebi uma mensagem, acredito que era do Marcos, ou de alguém de lá. Falando que o hóspede ia chegar às 19 horas.

Suspirei, como iria aguentar isso por um mês? Espero que ele me mate, se não eu que ia matá-lo.

Faltava 5 minutos para as 19 horas.

Não vou dizer que estava nervoso para chegada dele. Infelizmente aquele palhaço me deixava ansioso.

Quando era 19:10 o interfone toca. Pedi para o porteiro mandar ele subir.

Tocaram a companhia e atendi.

Abrir a porta, Gabriel estava de boné para trás, usando regata preta que destacava os músculos e um short jeans levemente apertado, tinha um relógio caro no pulso e uma corrente fina no pescoço, com um pingente de raio.

Seu olhos estavam azul escuro, os cílios dele era longos e a barba estava feita. Ele estava com uma mochila azul no ombro e o braço ainda estava engessado.

-E aí mano. -Ele foi entrando e a educação passou longe.

-Pode entrar "mano". -Fui irônico com a entrada dele.

-Onde fica o quarto para eu colocar minhas traias? -Ele estava parado na frente do sofá.

No meu apê tinha somente um quarto. Ele iria dormir no sofá.

-Aí! o sofá é seu dormitório, fica a vontade. -Fui para a o outro lado da sala.

-Sofá? -Ele me olhou sério e indignado.

-Sim, o sofá, não tenho outro quarto. Moro sozinho e não recebia visita até hoje.

-Tanto faz – deu de ombro.
Ele se sentou no sofá, colocou a mochila no chão e olhou para mim.

-Tem o que de janta? -Não, isso já era abuso. Aquilo não ia dar certo.

-Aqui não é hotel e não estou aqui para te servir. A cozinha é ali, fica a vontade.
-falei rápido o bastante, mas legível.

-Nossa, assim que você trata as pessoas que recebe na sua casa?

-Como já falei, não recebo hóspedes e você não é bem a pessoa que queria que estivesse aqui. Então a cozinha está ali. Vou tomar banho.

Rei do tráfico (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora