3.1 Escolha

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-Wallace, para, eu amo você, não sei por que está falando isso.

-Você ainda ama ele? -Dessa vez ele perguntou.

-Não sei! é isso que você queria ouvir? -Eu realmente não sabia.

-Michel, eu não vou te impedir de mais nada. -Ele abaixou a cabeça de novo.

-Eu não podia ter vindo, desculpa. -Me lamentei.

-Você tem que saber que o caminho tá livre para vocês dois. Eu não vou ser à pedra no caminho de ninguém. -Ele levantou a cabeça e percebi que caia uma lágrima.

-Eu não quero ficar com ele, não quero voltar a ficar com alguém que causa tanta confusão na minha vida.

-E eu causo essa confusão também?

-Sim, eu não sei como te chamar, Wallace, Bruno, Fernando, não sei mais como fazer isso.

-Você me conheceu como Wallace, você ficou comigo por 2 anos, você devia saber que um nome não muda quem eu sou.

-Só o tempo dirá isso, você agora é um estranho para mim, essa sua profissão, esse seu jeito, tudo é diferente da nossa vida em Santa Agustina, só vou saber se vamos dar certo se o dia voltamos a viver nossa vida lá.

-Eu não vou voltar Michel, eu não posso mais voltar. 

-O que? Você não vai voltar comigo? -Aquilo me atingiu.

-Não, eu percebi que eu só estava enrolando lá, eu estou tentando te conquistar por todo esse tempo, fiz de tudo para isso acontecer, mas pelo visto foi em vão, você nunca vai sentir por mim o mesmo amor que sente pelo Gabriel, e eu não posso viver com sobras, sendo sua segunda opção.

-Não, você não é minha segunda opção, mas se você não quer voltar para nossa casa, eu entendo.

-Meninos, o eu vou matar aquele marginal se vocês não voltar logo. -Sara entrou na cozinha e viu que estava interrompendo alguma coisa.

-Vamos. -Wallace saiu da cozinha e nem me olhou, e ele estava certo, eu estava errado em fazer tudo isso, eu me coloquei nessa confusão e agora não podia mais voltar atrás.

*****

Narrado pelo Gabriel

-Olha quem acordou. - abrir meus olhos e sentir uma dor absurda na minha cabeça, onde eu estava? Olhei em volta e era uma sala escura com uma luz fraca que vinha da janela.
Eu estava de joelho e minhas mãos amarradas para cima, estava sem camiseta e só de calça.

O sangue que escorria da minha cabeça estava seco.
O meu torturador estava em pé na minha frente.

-Meu sobrinho querido, você quer fazer isso do jeito difícil ou podemos facilitar tudo? -Ele pegou um corrente e bateu com força no meu abdômen me tirando o ar.
-Agora me fala onde está às minhas drogas. -Ele deu de novo com a corrente em mim, me olhou por um minuto e esperou eu responder.

-Sua sorte que eu estou amarrado, se não você já estaria morto. -Ele me deu um soco na cara.

-Gabriel, eu já estou perdendo a paciência, você me enganou somente uma vez, e isso vai custar sua vida.

-E me matando você não vai recuperar nada.

O plano era diferente, eu queria que ele fosse atrás da mercadoria dele e com isso iria pegar ele numa armadilha. Mas não imaginei que ele iria me pegar primeiro.

-Gabriel, eu vou te torturar até você pedi para eu parar, então é melhor me falar logo onde você colocou minhas drogas que eu posso ter piedade de você.

Rei do tráfico (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora