Narrado pelo Michel
No caminho até minha casa foi o mais longo que já fiz na minha vida, os 15 minutos de viajem pareciam uma eternidade.
Eu não ia chorar, não podia ser fraco. O que sentia pelo Gabriel teria que acabar, teria que matar um sentimento recém nascido.
Passei pelo porteiro, o seu Antônio e ele se assustou, eu ainda estava com a roupa cheia de sangue do Wallace.
-Michel, o que aconteceu? Meu Deus. -Ele estava apavorado.
-Nada seu Antônio, o sangue não é meu.
-Está chovendo sangue lá fora? -Ele me perguntou incrédulo.
Forcei um sorriso.
-Não seu Antônio, eu fiz uma cirurgia e não deu tempo de trocar de roupa. -Eu estava com a cabeça cheia que nem quis inventar uma desculpa, só queria subir.
-Rapaz, para mim tá mais para um açougue. -Forcei outro sorriso e entrei no elevador, apertei o andar do meu apartamento e esperei a porta se fechar.
Cheguei no meu apartamento e fui direto para o banheiro, tirando a roupa no caminho, fui arrastando minhas pernas.
Liguei a banheira e entrei nela, estava pelado e me afundei naquela água quentinha.
Não conseguir pensar em nada do que tinha acabado de acontecer, só queria um minuto de silêncio, mas com esse silêncio veio com meu choro, chorei sim, não tinha mais a necessidade de permanecer forte no meio da minha solidão.
Esfreguei meu corpo com uma bucha e nos meios das lágrimas, queria tirar todo aquele sangue de mim, mas também me livrar dos todos os acontecimento daquela noite.
Como pude fazer aquilo? Salvei uma vida, mas a custo de que?
Fiquei mais revoltado em saber que meu chefe era um criminoso também, mas esse eu ia deixar para amanhã.
Fiquei pensando em como várias pessoas da minha vida estava envolvido com esses traficantes, aquilo devia ser mentira.
E Gabriel, era para ter um dia agradável ao seu lado, tentar viver aquele romance, mas o que aconteceu era imperdoável.
Terminei meu banho e fui para meu quarto, peguei a roupa com sangue e coloquei num saco de lixo. Amanhã iria jogar fora.
Olhei para a cama e por um momento me paralisei de novo, ainda estava bagunçada pelo que aconteceu mais cedo com ele.
Tirei o lençol, pensei em jogar fora, mas eram novos, então coloquei para lavar e depois ia dar para alguém, talvez seu Antônio queira.
Quando tirei as fronhas, me permiti cheira elas, ainda tinha o cheiro amadeirado do Gabriel, aquilo me enfureceu um pouco e joguei as fronhas juntos com o lençol na máquina.
Já com a cama com um novo jogo de lençol, me deitei e olhei para o quarto, não adiantava eu me livrar dessas coisas, sendo que o quarto, a sala, a cozinha, tudo me lembrava dele, mesmo se eu mudasse de apartamento ainda teria alguma coisa que me faria recordar os momentos que passei com ele.
Fechei meus olhos e sentir meu corpo todo com dor, quanto física e emocional.
O que eu iria fazer não importava mais, a decisão tinha sido tomada, não iria voltar a atrás, com esse pensamento me entreguei ao cansaço e dormir.
*****
Eu estava na mansão do rei, aquelas estátuas de Deuses grego me fascinava, eram tão linda. Uma delas era o Possêidon, rei do mar, ele tinha os cabelos longos, corpo semi nu e um tridente em suas mãos de pedra.
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Rei do tráfico (Romance gay)
Romance(Concluído) Michel é um homem de 25 anos, é médico e está fazendo residência médica, sua vida parece perfeita. Mas está preste à mudar depois de uma balada que ele conhece um homem irresistível e misterioso. Será que isso vai acabar bem? Essa histó...