2. O hospital

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Ele tentou não cair e revidou me dando outro soco no meu olho. Nessa hora a briga já estava feita, eu fui para cima dele e no meio da confusão de soco, chegou os seguranças, Carlos e os amigos do babaca. Nisso cair e sinto algo me cortar no abdômen. A dor era muita. Olhei para baixo e vi sangue nas mãos onde apertava o local da dor.

Ótimo, me cortei com uma garrafa quebrada que estava no chão. Parabéns Michel, conseguiu estragar a noite e ainda sair ferido.

A briga já estava controlada. O idiota viu que eu estava sangrando e achou que alguém me cortou e fugiu da "cena do crime".

Os seguranças expulsaram os restantes dos caras e meu amigo veio até mim, chamou uns dos segurança e me ajudaram a me levantar.

A dor era forte, a garrafa tinha ficado pendurada e com a ajuda do segurança conseguir tirar ela e dei um grito de dor.
Tirei minha camiseta que estava agora toda rasgada, enrolei e conseguir apertar em cima do corte para tentar controlar o sangramento.

Meu amigo estava desesperado não sabia o que fazer, os seguranças me levaram para fora da boate e perguntaram se eu queria uma ambulância.

O corte já tinha parado um pouco de sangrar, não via necessidade de ficar esperando uma ambulância.

Pedi para o Cláudio buscar o carro dele e rapidamente ele voltou. Com todo cuidado ele e o segurança me colocaram no banco do passageiro.

-Amigo, você está bem? Por que você foi arrumar briga com aquele cara? Meu Deus, olha sua situação! -Cláudio realmente estava desesperado, fiquei preocupado se ele tinha condição de dirigir.

-Cláudio olha a rua, eu estou bem! O corte não foi tão fundo, me leva para o São Luiz, por favor. -Falei tentando não me mexer muito, cada respirada, sentia dor.
Cláudio parou de falar e se concentrou na rua, passando uns 5 minutos ele bateu a mão no volante.

-Merda, você sabe em quem você bateu hoje? – ele falou com uma voz trêmula.

-Em um idiota? – falei em tom de lógica.

-Esse idiota é filho de um traficante muito poderoso na cidade, conhecido como o rei de tráfico e o idiota em quem você bateu é o príncipe das drogas.

Fiquei olhando para meu amigo, como ele sabia de tudo isso. Será que ele estava usando droga? Fiquei preocupado e disse.

-Amigo, você está usando drogas? Como você sabe de tudo isso?

-Não Michel, não uso drogas, é que fiquei com um cara que faz parte desse bando e me contou essas histórias, só que você não imaginaria o que eles são capazes de fazer.

-Cláudio, quero que eles, as drogas e o tráfico, vão para o inferno. Não ligo e nem me preocupo. Só queria me divertir e não tenho culpa se o cara é um idiota e que nem me pediu desculpa e ficou me zoando.

Não fiquei quieto. Não tinha medo de pessoas, aprendi cedo a me defender, a escola foi um ótimo treinamento, meus pais me colocaram junto ao meu irmão no karatê, uma forma de controlar minhas raiva.

Mas a merda na boate já estava feita e esperava nunca mais ver a cara dele de novo.

Chegando no hospital e ter que voltar no dia da minha folga, não era legal. Cláudio me ajudou a sair do carro e fui até a recepção com ele.
Sentei numa cadeira e meu amigo foi falar com a recepcionista, a dona Vera.

-Moça, preciso de um médico, urgente! Onde consigo um? -Meu Deus, o que o Cláudio estava fazendo? Duro que ele pegou a dona Vera, nem queria ouvir o que ela ia responder.
Ela olhou para ele bem seria e falou.

Rei do tráfico (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora