19. A mensagem

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Dei um pulo da cama e encostei minha costa na parede do meu quarto.

-QUE DIABOS VOCÊ ESTÁ FAZENDO NA MINHA CAMA. -Gritei com aquele cara folgado, apenas de cueca.

-Calma Michel. -Ele disse com calma e se alongou, abrindo um bocejo.

-Calma o caralho!. -Eu olhei para meu corpo e eu também estava de cueca.

Peguei correndo a coberta e me cobri.

Aquilo tinha que ser um pesadelo, as sombras da noite passada percorreu meu cérebro e sentir a dor de cabeça terrível da ressaca.

-Se você fica calmo eu explico o que aconteceu. -Ele tinha uma voz rouca de sono e se levantou da cama e abriu as cortinas.

Eu ainda estava contra a parede tentando me recuperar do susto.

-Michel. -Ele olhou para mim e deu um sorriso safado. -Não sabia que você roncava.

Eu iria socar aquele cara.

-Bom, vou te explicar então. -Ele se sentou da cama e mandou eu chegar perto. Eu mostrei o dedo do meio para ele e ele riu.

-Tá bom então, o que aconteceu foi o seguinte. -O Wallace pegou o short dele e o vestiu, eu fiz o mesmo.

-Depois que deixei a prima do príncipe na casa dela, eu voltei para o seu prédio e o Gabriel estava ali fora, estava triste, você realmente o magoou em. -Ele deu risada e eu fechei minha cara, se ele não parece de enrolar ia pegar a arma que o Gabriel me deu e atirar nesse palhaço, ele percebeu a minha raiva e voltou para a história.

-Ele mandou eu subi para cuidar de você e eu fiz o que meu patrão pediu. -Ele deu de ombro.

-Ainda não entendi por que você dormiu na minha CAMA.

-Você queria que eu dormisse a onde? -Ele fez lógica nas palavras.

-Existe um sofá na sala.

-Aquele sofá? Olha meu tamanho? Não, sua cama é de casal e se você passasse mal de noite? Quem iria te socorrer para não se afogar no seu vômito. -Ele abriu o sorriso safado e eu joguei uma almofada na sua cara.

-E além do mais eu iria perder a pegada no meu pau que você deu. Não sabia que você era tão safadinho assim.

Nessa hora eu corei de vergonha e fui até ele.

-Você é a pessoa mais abusada que eu conheço, saia da minha casa. -Eu estava realmente com vergonha, bravo e ainda de ressaca, não ia aceitar brincadeira idiotas.

-Eu saiu, mas vou tomar café antes. -Ele se levantou e passou por mim e foi até a cozinha.

Eu fui atrás dele, me lembrei da noite passada e doeu tudo, o que aconteceu foi horrível, me sentir um lixo. E também lembrei do idiota que eu fui com o Wallace.

Passou uns minutos e eu tinha terminado meu café e o Wallace estava comendo uma bolacha, eu estava mais calmo e resolvi me desculpar de novo.

-Wallace, sobre ontem... eu... -Ele me olhou sério e depois abriu um sorriso.

-Michel, tudo bem, eu entendo que você estava nervoso e falou demais, mas também não falou nenhuma mentira.

Ele relaxou os ombros e respirou.

-Sabe, eu tenho meus motivos para fazer o que faço, e quando isso acabar poderei ser livre.

-Acabar o que Wallace? -Ele ficou sério de novo e demorou uns segundos para responder.

-Um dia eu te conto Michel. -Fiquei pensativo com aquilo.

-Bom, você já está bem, vou lá fora e deixar você sozinho. -Ele foi até onde eu estava e me abraçou, me pegou de surpresa aquilo, mas eu correspondi seu abraço.

Rei do tráfico (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora