Super-herói XIII

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• Malu POV

Percorri todo o caminho de volta à casa da minha mãe, pensando em como esse encontro mexeu comigo. No fundo eu queria jogar tudo para o alto e fugir com Lucas para um país distante, levando apenas nossa filha, mas não era assim tão simples.

– Obrigada, pode ficar com o troco – disse ao motorista do uber e entrei na casa da minha mãe novamente.

– Ai, Malu, que susto – Juliana colocou a mão no coração ao me ver entrar sem bater.

– Desculpa, cadê a Agnes e o Leo? Já foram? – Questionei, sentando-me no sofá.

– Já sim, a gente precisa conversar sobre a mamãe, melhor aproveitar que ela tá dormindo – assenti, esperando que ela dissesse e me sentei no sofá com ela, ouvindo-a dizer.

(...)

Adentrei no apartamento do Leo, deixando minha bolsa no sofá e caminhei em direção ao quarto, procurando pelo Leo, mas não o encontrei, apenas a Agnes dormia em nossa cama. Ajeitei sua blusa, que estava embolada, e saí do quarto, seguindo para a cozinha, onde encontrei o Leonardo de costas para mim, mexendo no armário.

– Leo? – Chamei em um sussurro embargado de choro. Nem sei como ele conseguiu ouvir para se virar, olhando-me.

– Oi, Maluzinha, já chegou? Que carinha é essa, amor? – Ele deu a volta na bancada, vindo em minha direção, e eu simplesmente o abracei, chorando sem dizer nada.

– Tá me assustando, o que aconteceu, Malu? – Suas mãos alisavam minhas costas.

– A mamãe... Leo, eu não posso voltar para o Rio, eu não vou voltar – saí do abraço, encarando seu rosto, que estava com uma expressão confusa.

– Me explica com calma, o que tem sua mãe? Por que você não quer mais voltar? – Ele limpou minhas lágrimas pacientemente, esperando que eu lhe contasse.

– A minha mãe tá com câncer, Leo, eu não posso deixar ela aqui e voltar pro Rio – digo, voltando a chorar novamente, sentindo-o me puxar para um abraço mais acolhedor.

– Sério, amor? Ela vai ficar bem, às vezes a operação resolve, ela vai operar? – Ele questionou, tentando me dar esperanças.

– Eu ainda não sei, vou conversar melhor com a Ju sobre isso depois, eu fiquei tão desnorteada com a notícia, que nem pensei em nada, só quis vir pra casa, se importa se eu ficar aqui em São Paulo?

– Claro que não, amor, eu vou pro Rio e vou ajeitar as coisas na Approve, te mando a transferência da Agnes, e a gente matricula ela aqui em alguma escola e reconstrói nossa vida, enquanto sua mãe não melhora, isso costuma ser demorado.

Leonardo é uma espécie de super-herói para mim. Sempre que precisei, ele estava ali, não me deixou nem mesmo quando eu estava grávida de outro, eu sinceramente não sei se isso é bom ou ruim, ele é incrível, mas tudo na vida tem um preço.

– Obrigada, loirinho, vou tomar um banho, tá? Depois a gente vê melhor isso, eu tenho que achar uma escola pra Agnes, ver qual o próximo passo tomar com a mamãe. – Respirei fundo, sentindo-o deixar um beijo em minha bochecha.

– Tudo bem, eu te amo, vai lá, eu vou fazer um lanche pra você. – Assenti, selando seus lábios, e acabamo-nos beijando por alguns segundos.

– Também amo você, obrigada. Vou te esperar lá no quarto – avisei, caminhando em direção ao banheiro.

Besides the life - T3ddy | Lucas OliotiOnde histórias criam vida. Descubra agora