Ridículo XXXV

1.2K 75 78
                                    

• Lucas Olioti POV

Acordei no dia seguinte e me mexi aos poucos, despertando-me. Olhei ao lado, Malu não estava na cama, corri meus olhos pelo quarto, e nada dela.

- Malu? - Chamei com a voz rouca e me levantei apenas de cueca, caminhando em direção à sala, onde a encontrei já arrumada, recolhendo nossas fotos da parede. - Bom dia.

- Bom dia. Dormiu bem? - Ela se aproximou, dando-me um beijo na bochecha.

- Com você eu sempre durmo bem, menos quando você me chuta - brinquei, voltando para o quarto e vesti minha calça, já que havia tomado banho ontem antes de dormir, estava limpinho.

- Eu te chuto? E você, que coloca a mão na minha cara? - Ela apareceu na porta, olhando-me. - Que horas a gente volta?

- A hora que você quiser, por mim, ficava aqui pra sempre com você - puxei-a para um abraço e a beijei novamente.

- Você tá muito meloso. O que tá acontecendo? - Ela perguntou desconfiada depois de me beijar.

- Nada, ué - ri, fugindo do assunto. - Vamos tomar café? Que horas são? Já devem ter posto no jardim.

Peguei minha camisa e caminhei até o banheiro, fiz minha higiene e, quando saí, calcei meu tênis.
Malu ajeitou meu cabelo rapidamente, e seguimos para o jardim, eu estava nervoso.

- O que você tem, Lucas? É sério, você tá inquieto - ela insistiu.

- Nada, vida, relaxa - sentei-me juntamente com a Malu à mesa que havia no jardim; ela se sentou à minha frente.

- Vida? Você quase nunca me chama assim, posso tirar? - Ela perguntou, referindo-se ao cloche que cobria seu prato.

Peguei uma caixinha que estava embaixo do guardanapo, sem que ela percebesse. Eu estava muito nervoso, não é todo dia em que se pede alguém em casamento.

- Pode, sim. O que será que tem pra comer? - Perguntei, ajoelhando-me em sua frente, abrindo a caixinha com as alianças quando ela retirou a cloche. Em seu prato estava uma placa em que estava escrito "casa comigo?".

- Casa? - Questionei com medo de sua resposta, ela não disse nada, apenas me encarava incrédula, olhando em volta.

- Lucas..., você é louco? Eu não tô acreditando... Claro que eu quero, mas... você sabe que a gente não pode, desculpa - Ela disse com os olhos marejados.

- A gente pode se casar pra nós mesmo, fazemos nosso próprio casamento. - Só após dizer isso, percebi o quão ridiculo estava sendo, eu pedi minha irmã em casamento.

- A gente combinou de ser sincero, de ser fiel, de se amar, mas escondido, Lucas; você sabe que... - Ela parou de falar quando me levantei e saí, andando, não queria mais ouvir.

- Quando terminar de comer, vou estar no carro esperando pra gente voltar pra cidade - afirmei sem jeito, caminhando de volta para perto do carro quando ela se colocou à minha frente.

- Eu aceito. A gente vai embora do país, sei lá, mas eu aceito - ela disse, olhando-me; aquilo era ridículo.

- Não preciso que aceite só pra eu ficar feliz, Malu. Você não vai comer? Então vamos voltar pra casa - digo sério, seguindo para o carro, e ela me acompanhou em silêncio.

Besides the life - T3ddy | Lucas OliotiOnde histórias criam vida. Descubra agora