Não Entra XLI

1.2K 70 48
                                    

• Malu POV

Depois de falar com a Luísa o recado, que seu pai havia pedido, ficamos conversando até o táxi que ela havia pedido chegar, e devo admitir, os olhos da Agnes são realmente cópias do dela, um azul lindo.

Uns dez minutos depois, o táxi dela chegou. Despedimo-nos, e ela partiu. Esperei mais alguns minutos, e o Leonardo logo chegou, rodando a chave do carro na mão. Ele usava uma calça jeans clara, seu tênis branco e um casaco vermelho da Approve.

– Oi. Tive que estacionar lá na puta que pariu, porque disseram que aqui é vaga de ambulância e carros dos acompanhantes dos pacientes e tals – ele revirou os olhos, encarando-me. – Eu soube do T3ddy. Como ele tá?

– Dormindo... Já faz 3 dias, e ele não acorda, mas o que você quer conversar comigo? – Cruzei os braços, encarando-o.

– Ele vai ficar bem, relaxa. Eu queria te pedir desculpa pelo que fiz... – Ele passou a mão no cabelo. – E vim oferecer ajuda. Onde a Agnes tá? Eu posso ficar com ela.

– Leo, acho melhor não, ela tá bem, eu não vou afastar vocês, mas eu não tenho confiança de deixar ela com você, vai que você bate nela – digo sem pensar e vi que ele se magoou com isso. – Desculpa...

– Tudo bem, eu também não deixaria, eu te entendo. Mas eu sempre cuidei bem dela, e você sabe que eu amo ela como se fosse minha – ele disse com os olhos marejados, e, quando eu ia lhe responder, vi a Rafaela se aproximar com a Aline.

– O que elas tão fazendo aqui? – Respirei fundo, vendo-as chegarem mais perto e o Leo se virar, olhando-as.

– Oi, falsiane – ele disse.

– Oi, corno – Rafaela respondeu, e o olhar da Aline para o Leo me causou um ódio interno. Ele parecia um pedaço de carne a ela.

– É esse o marido dela? Que gato. Ela tem uma sorte – Aline comentou.

– Obrigado. Cada um tem o que merece. Você tem quem mesmo? Ah, lembrei, ninguém, né? – Segurei o riso ao ouvir o Leo. Ele estava pegando pesado.

– O que você tá fazendo aqui, Rafa? Tá passando mal? – Questionei.

– Não. A gente veio ver o T3ddy. - Nesse momento me coloquei na frente delas.

– Você, tudo bem, mas ela não vai chegar perto dele. – Avisei, referindo-me à Aline.

– Hospital é público, querida.

– Não sou sua querida, e esse hospital aqui é público da conta bancária do Lucas, aqui você não entra – avisei, encarando a Aline.

– Malu, deixa de ser criança, Lucas é meu amigo, você sabe disso – Rafa disse. – Deixa de ser ridícula e sai da frente agora.

– Você entra, mas ela não, sei lá se ela quer fazer algo com Lucas pra me afetar.

– Olha aqui, você sai da minha frente agora – Aline avançou em minha direção, mas o Leo se colocou à minha frente, encarando-a.

– Melhor vocês irem embora, aqui é um hospital – Leo disse, olhando-as.

– Eu vou. Tem razão, Leo, mas espero que você cresça, Malu, e você enxergue com quem você está, Leo. Quer levar mais um chifre? – Rafaela perguntou, e eu me controlei para não lhe dar uns tapas.

Estava tão sensível com tudo isso, que estava acontecendo, que, elas mal saíram dali, e eu já estava em lágrimas.

– Ah, não, não chora, Malu – Leo disse, abraçando-me.

– Eu juro que eu não te traí, Picon, nunca. – Afirmei, abraçando-o forte. Estava tão mal com tudo que estava acontecendo.

– Eu acredito em você, desculpa por ter duvidado, foi a Rafa que me ligou e falou algumas coisas de você e o Mauro, aí depois vi as fotos... Eu não devia ter feito o que fiz, e nada justifica, mas me perdoa?

Ele segurou meu rosto com as duas mãos, olhando-me nos olhos, e eu sabia que ele estava sendo sincero. Eu não queria guardar mágoa em mim, então a melhor coisa é liberar o perdão.

– Tudo bem, eu te perdoo, mas nunca mais levanta a mão pra alguém, principalmente se esse alguém for uma mulher.

Ele assentiu e selou meus lábios, abraçando-me.

Besides the life - T3ddy | Lucas OliotiOnde histórias criam vida. Descubra agora