Besides the life - T3ddy | Lucas Olioti

Cadela XIV

• Malu POV

– Amiga, eu to te dizendo, eu vi as mensagens no celular do Mauro, ele chamou a Aline pra ir ao shopping, sim, mas foi pra ela ajudar ele a comprar um presente pra você – digo, encarando a Rafaela, enquanto a Agnes brincava na sala do apartamento da Rafaela com o gatinho da Aline.

– Eu não consigo acreditar nisso, Malu, você é melhor amiga dos dois lados, pode tá puxando saco dele – Rafa revirou os olhos, enquanto foleava uma revista.

– Acha mesmo isso? Eu soube que até droga essa Aline te ofereceu – falei, analisando sua expressão, que acabou entregando-a. – Então é verdade; drogas, Rafaela? Fala sério.

– Quem é você pra me julgar, Maria Luíza? Você encheu a cara de bebida e chegou em casa quase desmaiada de bêbada quando viu T3ddy com aquela menina na balada aquela vez.

– Mas eu bebi por conta própria, não usei droga alguma. Você infelizmente é muito influenciável, e essa Aline ainda vai te levar pro buraco pelo jeito. – Digo, vendo a porta se abrir e a Aline entrar em casa, encarando-me.

– O que tem eu? – Ela voltou seu olhar para a Agnes com seu gato. – Quem deixou essa pirralha pegar meu gato? Sansão, sai de perto dela agora.

– Olha o jeito que você fala com a minha filha – levantei-me do sofá de imediato, encarando-a.

– Falo como eu quiser, e o que você tava falando de mim? Meu nome não é osso pra tá em boca de cadela – ela disse, aproximando-se de mim com um ar de superioridade.

– Meninas, parem – Rafaela se levantou, ficando entre nós, enquanto eu ria de nervoso.

– Eu não vou te responder como você merece em respeito à minha filha – puxei a Agnes pela mão para perto de mim e a olhei. – Pega sua bolsa lá pra gente ir embora.

– Vai mesmo, porque aqui não é lugar de vocês. Rafaela não precisa de você, e ela quer que você vai embora e não volte mais – Aline provocou novamente, e, dessa vez, a Agnes não estava, então aproveitei.

– Bom saber que agora você tem porta-voz, Rafa, ou seria porta-drogas? – Rafaela permaneceu em silêncio, fitando o chão.

– Tá me chamando de traficante? Se eu te processar, você vai ter que provar.

– Ótimo, processa aí, você vai ter que provar o contrário, que não é uma drogada. Boa sorte aí pras duas, e, Rafa, depois você vem chorando, batendo na porta lá em casa pra você vê pra onde vou te mandar – disse e fui saindo, vendo a Agnes vir atrás de mim.

– Tchau, gatinho lindo – Agnes se abaixou para alisar a cabeça do gato, e a Aline a segurou pelo braço, afastando-a do gato.

– TIRA A SUA PATA DELA AGORA – dei um empurrão na Aline, que segurou meu cabelo, e a Agnes começou a gritar assustada, enquanto eu dava um soco no estômago da Aline, aguentando seus tapas desordenados sobre mim.

– GENTE, PARA, MALU, SAI DAQUI AGORA – Rafaela me puxou para longe da Aline, que respirava com dificuldades devido ao soco no estômago.

– VOCÊ NÃO ENCOSTA NA MINHA FILHA, SUA FILHA DA PUTA, E VÊ SE FICA LONGE DO MAURO OU VOU TE ARREBENTAR TODINHA, TÁ OUVINDO? – Gritei, enquanto a Rafaela me empurrava para fora do apartamento, e enquanto a Agnes me seguia assustada com lágrimas nos olhos.

Caminhei rapidamente até o elevador nervosa e só parei depois que entrei. Olhei a Agnes ao meu lado e abaixei, abraçando-a.

– Tá tudo bem, amor, não chora, ela te machucou? – Segurei o braço da Agnes, olhando onde a Aline havia segurado. Não ficou nem marca, ainda bem.

– Ela "massucou" tu, mamãe? – Ela perguntou com os olhos molhados de lágrimas, arrumando meu cabelo, que só então eu vi pelo espelho do elevador que estava todo bagunçado devido aos puxões da Aline.

– Mamãe tá bem, não se preocupa, tá? Você quer ir conhecer o tio Mauro hoje? – Perguntei, terminando de ajeitar meu cabelo, olhando no espelho.

– Siiiiiim, a zenti vai? Obaaaa, até que enfim, mãe, achei que tava me enrolando já – ela deu uma risada tão gostosa, ao completar essa frase, que toda raiva que sentia simplesmente evaporou.

– Vamos, sim, ele tá louco pra te ver, depois vamos na vovó Marta.