Autor: @JulioGutheil
Resenha feita por eviefell💎💎💎
Esse livro me deixou bem animada com a sua profundidade. Tem uma parte que fala sobre o suicídio de um rapaz, e o personagem principal relata isso com pesar, e te faz imaginar como às vezes é tão dolorosa a vida de alguém pra se submeter ao fim dela. Eu me peguei refletindo sobre isso depois.
O livro é cheio de mistérios, e uma linguagem tão simples descrita. Gosto da escrita do rapaz, é profunda e te prende nas primeiras linhas, tentando descobrir o que vem a seguir.
Aconselho tanto essa história para vocês, para que leiam com atenção e se coloquem no lugar do personagem, que sintam cada emoção que ele passa, cada descoberta e aventura. Eu daria 10/10 para cada tópico se fosse possível.Não veje o segundo lugar como uma coisa ruim. Por mim ambos estariam em primeiro lugar, e ganhando esse prêmio e privilégio. Aprenda com cada erro e acerto, escreva cada parte com amor e carinho, sucesso nessa e em outras várias histórias que fizer.
💎Entrevista💎
O que levou você a ser escritor (a)?
Eu acredito que tenha sido uma inquietude que trago dentro de mim desde muito pequeno, uma curiosidade, um desejo de explorar novos mundos e novas possibilidades. Desde que consigo me recordar tenho essa sensação de que existe mais ao mundo do que nossos olhos podem ver e que histórias, de todos os tipos e gêneros, são as ferramentas para que alcancemos esse potencial e os segredos escondidos bem na nossa frente. É uma urgência, um chamado, que quando começa a tocar desde o fundo da sua mente, você não tem opção senão atender.
Qual foi a sua maior motivação?
Ter algo a dizer que seja significativo e tocante para outras pessoas. Eu acredito que o escritor tem a missão de ser um dos muitos construtores da consciência coletiva da civilização, com os seus livros e histórias atingindo pessoas diferentes, de lugares diferentes e tempos diferentes, despertando os sentimentos mais básicos que nos fazem humanos. Seja uma fantasia de sabor medieval como a minha, ficção científica, aventura, horror, mistério, contos de amor ou romances do mundo real sobre pessoas comuns e seus dilemas, todas as histórias tem o dever de alcançar alguém e fazer essa pessoa pensar: "eu não estou sozinho." Isso me motiva a continuar.
Você sempre teve esse sonho de escrever?
Sim! Eu comecei a ler praticamente ao mesmo tempo em que fui alfabetizado, e conforme fui crescendo as leituras ficando mais complexas, o chamado começou a soar e a voz suave entre os pensamentos dizendo "você pode fazer isso também". O meu primeiro material foi uma história de piratas e viagem no tempo que escrevi com onze anos, se a minha memória não me trai, em folhas de caderno e a lápis. Era muito boba e simples, mas a lembrança me traz muito carinho e a certeza que é isso que desejo para a minha vida.
Tem algum escritor (a) que você se inspira?
Definitivamente George RR Martin, autor d'As Crônicas de Gelo e Fogo. Eu me considero um escritor antes de conhecer a obra dele e outro completamente depois. A primeira encarnação de Cinzas no Paraíso era muito diferente da atual, em tom, estilo e ambientação, e acabou ficando de lado por alguns anos devido a problemas pessoas que abalaram bastante a minha vida; quando retornei à história eu sentia que não era mais a mesma pessoa que escreveu aquilo, que tudo soava falso e errado. E nisso conheci George e tive uma epifania brutal sobre quem eu realmente era como escritor. Imagino que a influência seja clara e escancarada para quem for ler e conhecer o trabalho dele também, mas eu realmente me esforço muito para que seja só uma influência mesmo, e que o cerne da história seja realmente o meu estilo e a minha identidade.
E além de George eu admiro vários outros escritores que, em diferentes formas e medidas, me influenciaram também, como Gabriel Gárcia Márquez, Umberto Eco, Johannes Mario Simmel, Érico Veríssimo, Antônio Callado, Machado de Assis José Saramago, Taylor Caldwell, Margaret Atwood, Isabel Allende, Moacyr Scliar e tantos outros aos quais eu devo muito.Qual foi seu objetivo ao escrever seu livro?
Como eu disse acima: alcançar e tocar pessoas, fazer com que elas se sintam compreendidas e acompanhadas, e com isso colocar a pedra com o meu nome na construção da coletividade do nosso tempo e, espero eu, nos tempos que ainda virão.
Como você descreve o seu personagem principal?
Eu não diria que tenho apenas um personagem principal, mas sim vários que se espalham nos dois ramos principais da história. Em uma parte considerável acompanhamos Ônix e toda sua angústia existencial sobre sua origem e a necessidade de ter que deixar seu lar para ir à Noffindor; ele não é um herói, é repleto de falhas e seus dilemas e medos o fazem machucar pessoas e trilhar um caminho perigoso. Mas também temos Sophie, cansada de ser conhecida apenas como sendo da família real, Salém filho de um grande nobre do reino que não sabe se será capaz de seguir passos do pai, Fredi que cria laços com personagens diferentes e sem saber é mais importante do que poderia imaginar. Há um novo rei que vê os seus pesadelos virarem realidade quando assume o trono.
Eu gosto de escrever em múltiplos pontos de vistas para garantir mais multidimensionalidade tanto para os personagens quanto para o enredo, criando camadas que se entrelaçam e fazem do conjunto o protagonista de verdade.Como reagiu ao saber que ficou entre as colocações no concurso?
Fiquei muito contente! Recebi apoio e felicitações de muitos amigos queridos, e isso sempre é muito bom e motivacional quando você está na constante batalha pelo seu lugarzinho ao sol nesse cenário de tanta luta.
Qual a maior dificuldade em escrever um livro?
Na minha experiência o que sempre causa mais tensão e dificuldade são os diálogos. Diálogos são algo muito traiçoeiro, porque o escritor precisa tomar muito cuidado com eles, na sua construção, na forma e nas informações que se passa através deles. O diálogo precisa soar natural, legítimo, convincente e nunca apenas um instrumento pra despejar exposição para o leitor. Acredite em mim, isso geralmente é bastante complicado de alcançar.
Quais são seus projetos para o futuro?
Bom, eu já tenho uma porção razoável escrita da continuação de Cinzas no Paraíso e pretendo dedicar mais tempo a isso em breve. Quero também terminar um conto que deixei pela metade no meio do ano e ainda levar adiante um romance muito especial que tenho em mente para inscrever em concursos literários que oferecem premiações em dinheiro e também publicação. Além disso, tenho flertado com uma tradução para inglês do meu livro, ambicioso eu sei, mesmo que seja só uma tradução amadora. Mas quem sabe né, quem sabe a sorte me sorri com isso.
No geral, ser autor é fácil ou difícil? Quais são as maiores dificuldades?
É difícil. Não só pela dificuldade de alcançar reconhecimento, mas talvez até mais por ser um trabalho árduo e solitário na maior parte do tempo, onde o autor precisa fazer o trabalho braçal de pavimentar o caminho entre os acontecimentos que tem com clareza no plano das idéias da sua mente. Difícil, sim, mas definitivamente recompensador.
Fale um pouco da sua obra e que mensagem ela passa aos que lêem e irão ler futuramente?
O tema principal desse primeiro volume da saga é sobre encontrar o seu lugar no mundo, a sua identidade e o seu destino. Nós construímos isso tudo? Destino é uma força inexorável e inevitável? Temos escolhas ou elas são apenas uma ilusão? Fala sobre expectativas, os dilemas e as contradições dos personagens, sobre a busca da verdade tanto na escala pessoal quanto na escala do mundo que os cerca. Eu de coração espero que todas as pessoas que venham a ler Cinzas no Paraíso, e os livros futuros da saga, possam sentir-se tocadas e representadas em alguma esfera, mergulhando pelas camadas e navegando pelo subtexto que dei o meu melhor para colocar ali.
Obrigado pela atenção e por lerem. Espero que se divirtam com a história! :^)
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Entrevistas e Resenhas DW
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