1º lugar Romance - A Bela Redoma

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Autor(a): tania_almeida

Uma obra com um perfil clássico, muito bem estruturada e pensada. Apresenta um enredo que prende a atenção do leitor, instigando este a mergulhar na história. Escrita, coesão e enredo bem alinhados. A ideia futurista de uma história infantil clássica, deixa os leitores entusiasmados com os acontecimentos. 

Os personagens possuem características únicas e valiosas, que tendem a chamar atenção do leitor. O contexto da obra impulsiona a um visão mais ampla sobre os fatos apresentados e nos faz ficarmos surpresos com a facilidade e delicadeza que a autora apresenta no momento de descrever determinadas situações.

Atendeu perfeitamente aos critérios de avaliação e é mais que merecido o primeiro lugar na categoria romance e o reconhecimento de uma bela criatividade e iniciativa, por ser um trabalho difícil e complexo.


💎 Entrevista 💎

O que levou você a ser escritor(a)?

Em pequena criava enredos bem caprichados para as brincadeiras. Era sempre eu que inventava um jogo novo ou algo de diferente para fazer. Quando aprendi a escrever, percebi que tinha ali uma ferramenta incrível para deixar registado todas as minhas ideias. À medida que aprendia mais palavras, ia criando textos mais complexos. Até que aos 10 anos, decidi tornar um simples trabalho de verão de escrita de um texto, na minha pequena primeira obra. O conto era de fantasia, já com elementos de ficção científica (com uma nave espacial e tudo kkkkkk) e a minha professora, da altura, fez questão de o colocar na biblioteca da escola. Gosto de acreditar que ainda hoje lá está a incentivar crianças a escrever os seus próprios mundos.

Qual foi a sua maior inspiração para escrever seu livro?

O livro foi inspirado essencialmente na história da Bela e a Fera. Pretende ser uma distopia desse grande clássico. Tive a ideia quando estava a ler precisamente no wattpad uma releitura moderna dessa história. Mas apresenta influências de outras obras como "Divergente" de Veronica Roth, "Sob a Redoma" de Stephen King e "A seleção" de Kiera Cass.

Existe algum personagem fictício que você gostaria de ser?

Acho que prefiro a ideia de me ir transformando em cada novo personagem com que me deparo ao ler. Essa ideia de experimentar uma vida diferente, de ser, pensar e sentir coisas totalmente novas me fascina tremendamente. Mas, se tivesse de escolher, seria a Heidi uma garota simples, que dorme num monte de feno numa cabana nos Alpes, sempre tentando ajudar e cuidar dos animais e amigos.

Quem são os seus escritos favoritos?

Stephenie Meyer, Sophie Kinsella, Paullina Simons, Veronica Roth, Allein Condie e Kiera Cass.

Para você, o que é importante na hora de escrever uma boa história?

Uma descrição com algum simbolismo, não tentar pensar no plano óbvio, acabando por camuflar na simplicidade dos espaços ou ações dos personagens uma mensagem marcante. No desenvolvimento, tentar antecipar a linha de raciocínio óbvia que os leitores podem acabar seguindo e tentar seguir exatamente no caminho oposto, sem deixar de ser congruente com a essência da história. E, claro, deixar uma névoa de mistério no ar, mesmo que para descrever o conteúdo de uma panela kkkkkk (agora exagerei um pouco). Mas acho que é basicamente isso. Uma ótima ideia não faz um livro, é a forma como se conduz a história que fará a diferença.

Você acha que algum dia irá publicar sua obra em livro físico?

Acredito que seja possível. Por que não? Enquanto há vida, há esperança.

Como reagiu ao saber que ficou entre as colocações no concurso?

É sempre uma emoção enorme. Uma forma de sentir o nosso trabalho valorizado e reconhecido.

Como você descreve o seu personagem principal.

Liberty é uma jovem que ironicamente não tem liberdade. Ela está presa a uma vida onde tem que cuidar da casa, das irmãs e até do pai, que só aparece para comer. Para piorar vive na única província que sobreviveu ao apocalipse, sob uma Redoma. O seu maior desejo é ver o que existe para além da Redoma, conhecer o mundo (por muito devastado e feio que esteja). Ela é uma garota corajosa, muito teimosa, astuta, inteligente, obstinada, sonhadora, altruísta, humilde e carinhosa. E é uma devoradora de livros, mesmo estes sendo proibidos na sociedade em que vive.

No geral, ser autor é fácil ou difícil? Quais são as maiores dificuldades?

Ser autor é fácil, difícil é ser escritor. Não estou doida, não. O que quero dizer é que a escrita é uma arte que requer tempo, paciência e muita inspiração. Escrever é uma atividade que é tão prazerosa como morosa. Não é como um processo de montagem numa fábrica. Temos que ter uma grande auto-disciplina e sermos bastante autorregulados. Grande parte das nossas ideias, não passam disso, de ideias que nunca chegam a ver a luz do dia. Uma obra é o resultado de 99% de transpiração e 1% de inspiração, parafraseando Thomas Edison. Então autor vejo como já o produto estando finalizado, dar o nosso nome ao rebento que concebemos e criámos kkkkk Escritor transmite mais a ideia do processo. Um jogo de palavras que não pude evitar. Uma reflexão entre tantas...

Fale um pouco da sua obra e que mensagem ela passa aos que leem e irão ler futuramente?

Alicerça-se em dois grandes pilares de reflexão: a importância da liberdade e a sobrevalorização do aspeto exterior face ao interior. Outras questões mais pontuais são analisadas como a dualidade entre dever/querer, viver/sobreviver e destino/escolha, as repercussões de uma parentalidade negligente, a possibilidade de mudança, entre outras. Tal como no clássico que serviu de grande inspiração para esta obra, temos um homem magoado e preso às suas próprias dores, que encontra numa jovem sonhadora e atenciosa, não um porto de abrigo, mas uma rampa de lançamento que o permite começar a olhar mais além e a acreditar mais em si próprio. É uma história de superação e crescimento pessoal. E os dois vão se ajudar mutuamente, tornando-se em versões melhores deles próprios.

Ao estar imersa em inúmeros mistérios, que a afastam notoriamente do clássico que todos temos bem presente, a obra acaba por ganhar outros contornos, que penso que cativam mais a curiosidade do leitor.

Não nos podemos esquecer do humor leve, mas ao mesmo tempo crítico, que ajudam a tornar a leitura ainda mais prazerosa. Porque "é a rir que a gente se entende"!

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