C A P Í T U L O S E I S
Uma mansão nem tão abandonada assim.
— Ela está viva, Mom? – Ouço uma voz juvenil soar bem próximo.
Minhas pálpebras estão pesadas e não consigo abri-las de uma vez.
— Ela está acordando! Deus! Que bênção! – Uma mulher diz ao meu lado.
Lentamente começo a abrir os olhos, sentindo minha cabeça girar e as vistas tornarem-se embaçadas momentaneamente.
A primeira coisa que noto assim que consigo distinguir as coisas, é que estou deitada em uma cama que não é a minha. Muito menos o quarto.
As cores escuras, predominando o preto, cinza e branco, desde o lençol de linho até as longas cortinas negras, de um tecido pesado. O tapete de um branco impecável e de dar inveja, em nada me parece com um quarto feminino.
Sem quadros, fotos, flores, nada.
Absolutamente, nada. Nada que pudesse me dizer a quem pertence esse quarto.
Pisco algumas vezes ao me deparar com cinco figuras paradas a minha frente, me observando como se fosse um experimento em um laboratório.
— Onde estou? – Indago sentando-me devagar sobre a cama.
A mulher parada ao meu lado abre um largo sorriso ao dirigir-se a mim. Parecendo feliz em me ver.
— Está na mansão, querida. Você desmaiou e foi trazida para dentro. - Ela para de repente olhando de forma séria e misteriosa para os outros dois homens e o adolescente logo atrás. Que ainda me encaram curiosos.
— Uau. – Flashes do momento em que comecei a me sentir fraca retornam fazendo-me lembrar o que acontecerá, antes de desmaiar de fome.
Que vergonha.
Observo melhor a mulher e percebo que ela não deve ter mais do que 50 anos. Os cabelos castanho avermelhado cortados poucos centímetros abaixo dos ombros, os olhos verdes irradiam uma felicidade que eu ainda não consegui discernir.
— Me chamo Candice, mas pode me chamar de Candy. Sou a governanta da mansão. – Ela olha para trás e convida o rapazinho muito parecido com ela para se aproximar. — Esse lindo rapaz é Bran, meu filho. – O menino diferencia-se da mãe apenas na cor dos olhos, ao invés de verdes, são azuis. Ele parece envergonhado, mas abre um sorriso gentil ao me cumprimentar.
— Muito prazer. Você é muito bonita. – Ele diz, de uma só vez.
Sorrio diante de toda sua sinceridade.
— Obrigada, Bran. Você também é muito bonito. – Dou uma piscadinha para ele vendo suas bochechas ganharem um tom rosado.
— Viu Mom, ela me acha bonito! – Exclama todo animado.
A mãe acaricia os cabelos e volta a atenção para mim.
— Esses são Jofrey, o mordomo e Pierre...
— O quebra-galho. A seu dispor, senhorita. – Um homem ruivo de olhos verdes interrompe Candy, lançando um olhar brincalhão para mim. Sua roupa é a mais desgastada, e ele com toda certeza é o mais sujo também. Com pequenas marcas escuras pelos braços, pescoço e por todo o rosto.
Seu bom humor me contagia, me fazendo rir baixinho.
Seus olhos verdes não se prendem a mim durante muito tempo, mas em Candy que apenas dá de ombros ignorando seu olhar perspicaz.
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A Fera e a Bela [CONCLUÍDA]
SpiritualObra Concluída. ✔ Valentina é uma jovem alegre, espontânea e cheia de vida que acaba de perder os pais e recebe um convite de ir morar com a tia em Wanderwood, uma pequena, fria e pacata cidade no interior do país. Wanderwood ficou conhecida pelo a...