C A P Í T U L O D E Z E N O V E - Diário perdido.

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C A P Í T U L O     D E Z E N O V E

Diário perdido.

Não fiquei por muito tempo na mansão, estava incomodada com a presença do embuste agourento e decidi me despedi de Christian e vir para casa. Coloquei meu pijama e desabei na cama, adormecendo.

Na manhã seguinte em minha oração matinal, pedi a Deus para que me desse o entendimento do que era esse sentimento ruim quando estou perto de Olavo, mesmo ele tendo chegado ontem a cidade. Um pressentimento horrível, pelo simples fato de ter ele me olhando.

Faço minha higiene e visto minha troca de roupa, hoje farei diferente, irei ao Wolves primeiro, ajudarei a Agatha com o serviço agora pela parte da manhã e mais tarde irei a mansão. Preciso pensar um pouco e sei que o trabalho no café irá ajudar.

Deixo um bilhete para Breen avisando que não tomarei café com ela e que fui trabalhar. Faço uma oração breve, pedindo para que Deus me guarde, e me ajude a entender melhor o por que não gostar do melhor amigo do meu namorado e o porquê de me sentir tão mal em sua presença mesmo o tendo conhecido apenas ontem. Detestar alguém em tão pouco tempo é ruim. Muito ruim.

Algo dentro de mim me diz para não confiar, e eu confiarei nos meus sentimentos. Assim como confiei em conhecer a versão de Christian.

Por ser véspera de feriado a cidade encontra-se ainda mais deserta que de costume, dirijo calmamente, ouvindo um louvor agitado, como sempre, me ajuda a despertar melhor, canto alto junto com a música, sentindo os acodes altos retumbarem pelo carro, por se for para escutar um louvor desses no baixo eu nem escuto. Me remexo no assento, tamborilando os dedos no volante, adorando a Deus como posso. Amo quando sinto a presença do Pai assim tão cedo, naquilo que gosto, e bendito seja o versículo que diz que Ele habita no meio dos louvores. É a mais pura verdade, consigo sentir sua presença aqui, e começo a louvar ainda mais alto. Com direito a gritinhos e balançar a cabeça de um lado para o outro.

Cantar que é bom eu não sei, mas adoro como posso.

Chego ao Wolves em questão de poucos minutos, agradeço a Deus por sua doce companhia em meu trajeto, estaciono o carro em uma das únicas vagas que ainda resta, e já começo a preparar o meu psicológico para o dia cheio que terei.

Adentro as portas do café e me deparo com Agatha andando de um lado para o outro com bandejas, seu bloco de anotações e seu sorriso cativante. Sam atende um grupo grande no canto próximo as janelas de vidro que dão vistas para a floresta, e a mãe de Agatha está no caixa recebendo e passando troco, os outros dois atendentes também estão correndo de um lado para o outro, como eu já previa o lugar está absurdamente lotado, em plena 7h da manhã. Ainda bem que vim ajudar.

— Por Deus, eu já estava prestes a chamar reforços, Valen! – Agatha reclama quando me aproximo dela indo para a cozinha buscar mais pedidos.

— O reforço chegou meu amor. – Dou uma piscadela para ela que respira aliviada.

— Obrigada, amiga. – Ela me dá um abraço e joga o avental verde em cima de mim, rindo alto pela minha cara de perplexa. — Vamos ao trabalho! – Grita passando pela porta já com o pedido em mãos voltando para a parte agitada.

— Vamos lá então. – Reclamo comigo mesma.

Cumprimento Jason o cozinheiro e ele acena de volta, com um largo sorriso. Jason é um senhor na casa dos 50 anos, antigo no Wolves, e da extrema confiança da Sam, um senhor de sorriso doce e bondoso, que sempre me serve as melhores panquecas salgadas que já tive a oportunidade de comer.

A Fera e a Bela [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora