C A P Í T U L O D O Z E - O almoço.

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C A P Í T U L O D O Z E


O almoço.

Pela primeira vez desde que comecei a vir aqui, sou convidada a entrar na mansão. Por mais que já tenha dormido aqui, não é a mesma coisa que ter o dono abrindo a porta e me dando passagem para entrar. Christian apoia-se na porta com um sorriso debochado, observando minha cara de espanto ao encarar a maravilha que é esse lugar.

Completamente diferente da entrada sombria e malcuidada, o grande salão de recepções é perfeitamente bem decorado, em tons claros que combinam muito bem entre si, dando um toque de sutileza e elegância ao ambiente.

Um grande e elegante lustre dourado está milimetricamente bem colocado no centro de três sofás espaçosos em um tom cinza escuro, quase grafite. Agora entendo o porquê de todos aqueles jornais falarem "o renomado arquiteto", cada detalhe foi muito bem planejado para estar aqui.

Deixo o moreno para trás e caminho um pouco mais a frente, absorvendo todos os mínimos detalhes, um longo corredor leva direto a uma escada toda de mármore branco, contrastando com os corrimões negros lustrosos, e do lado direito o corredor leva a uma porta branca, na verdade toda a decoração tem algo em branco ou preto, ou os dois. Como no quarto onde dormi a última vez.

— Nada de assombrada, para sua decepção. – Sua voz soa bem próxima do meu ouvido, me fazendo arrepiar de imediato, e ansiar por ter ele ainda mais perto.

Viro-me lentamente e o encontro a centímetros do meu corpo.

Christian tem os braços cruzados atrás das costas, o tronco mais baixo e o pescoço esticado em minha direção, sem falar na cara sínica e debochada, enquanto me encara que acabei de descobrir ser o seu ponto forte.

— É uma pena, gosto da fachada sombria lá de fora. – Dou de ombros, vendo seu sorriso ampliar-se e ele arrumar sua postura, ignorando minha resposta, mas bem contente pelo que eu disse.

Esse homem definitivamente quer me confundir, só pode.

— Vem, vamos comer. – Ele me oferece a mão, e eu a seguro de prontidão, enquanto ele me guia pelo longo corredor que leva para a porta branca logo ao fundo.

Que nada mais é que uma grande, espaçosa e bem esquipada cozinha. Daquelas que eu não reclamaria nenhum pouco de cozinhar.

Entro na cozinha com Christian ao meu lado me olhando com atenção, atento a cada detalhe meu. Ainda segurando firme minha mão. Reparo na suntuosa decoração do ambiente. Bem iluminado, uma suntuosa ilha no centro, na parede do lado esquerdo algumas panelas e frigideiras estão perfeitamente penduradas, e alguns jarros de flores também compõe a decoração. Mesclada em tons dourados e brancos, como se o dono pertencesse a realeza. Tudo do mais profundo bom gosto.

Completamente diferente da linha clean do cômodo anterior.

— Sou adepto a cozinhar, quer dizer, tem um tempo que não faço nada, mas fiz esse lugar exatamente do jeito que sempre sonhei, já tive muitos momentos relaxantes aqui. – Ele diz imerso aos pensamentos, mas dessa vez, sem todo aquele semblante de dor ou raiva. Apenas uma boa e breve recordação.

— Eu amo cozinhar, e essa cozinha é o paraíso! – Respondo ignorando o comichão de um bichinho chamado ciúme, ao ouvi-lo falar do passado.

Não tem como ele se abrir para mim e contar o que aconteceu, sem falar do passado ou do que viveu com a esposa. E eu preciso ser madura e sábia o suficiente para saber separar as coisas.

A Fera e a Bela [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora