C A P Í T U L O V I N T E E N O V E
Psicopata.
Olavo colocou uma câmera digital para nos gravar enquanto narrava sua breve história de vida e a forma fria e desumana em que tirara a vida de Helena. Arrastou a cadeira e sentou-se ao meu lado, bem ao alcance do seu olhar sádico.
Meu estomago embrulha, a bile subindo e descendo na garganta, seguro firme as lagrimas, pois sei que isso não passa de um jogo para ele. Ele quer me desestabilizar. Mexer com o meu emocional, para poder alimentar o monstro que habita nele.
Mas ele não vai conseguir.
— Bom, agora que já sabe como precisei matar a minha doce Preciosa, trarei sua titia para perto de você. Ela tem muito o que explicar para a querida sobrinha. – Olavo levanta-se da cadeira em um pulo, me deixando alarmada. — Acalme-se querida. Helena se foi, e agora só tenho olhos para você. — Ele se aproxima de mim, dedilhando a mão direita sobre meu rosto e pescoço, me causando asco.
A minha vontade é de cuspir na cara dele. Manda-lo para o inferno. Mas lembro que preciso entrar em seu jogo, dançar conforme a música se quiser sair viva daqui e levar a Breen junto comigo.
— Você não vai me machucar, vai? – Pergunto fazendo beicinho, em minha melhor performance de garota indefesa.
— Se você colaborar... quem sabe eu não a faça minha? – Ele diz de forma sedutora. Fazendo meu estomago revirar mais uma vez.
Nem nos meus piores pesadelos, seu demônio!
— Eu irei. – Respondo. Vendo seus olhos castanhos brilharem.
"Acabar com você." – Concluo mentalmente.
— Boa garota. – Diz passando a mão por meu cabelo. — Eu já volto.
Olavo deixa o cômodo onde estou e retira-se para a parte detrás da cabana, onde meus olhos não o alcançam.
Minha mente começa a fervilhar com inúmeros pensamentos, e a maioria deles é o que esse louco fez com o meu Chris. Como ele está? E a outra metade se divide em entre como Breen está e em como conseguirei tirar nós duas daqui com vida.
— Olha quem chegou para animar a nossa festa... – O infeliz retorna cantarolando e de repente vejo alguém ser lançado a minha frente sem o menor cuidado.
Arregalo os olhos ao confirmar quem é.
Breen está tentando se levantar, as mãos amarradas para trás, ela cambaleia, mas não ergue os olhos. Buscando a qualquer custo se livrar das cordas que a prendem. Está de cabeça baixa e cospe uma pequena bola de sangue sobre os próprios pés.
— Breen... – Ela levanta de repente a cabeça e me olha apavorada, como se não contasse que eu estivesse aqui. Meu coração falha uma batida ao presenciar sua situação deplorável. Enchendo meus olhos de lágrimas. Que me forço a não deixar rolar, para não dar o gostinho a esse demônio.
A loira tem suas roupas rasgadas, deixando-a com a blusa aberta expondo seu corpo, sua calça está aberta mostrando parte de sua calcinha, indicando sinais de abuso, um corte aberto no supercílio, os olhos estão com duas manchas enormes e arroxeadas ao redor, além de inchados, onde quase não se pode ver suas íris azuis e os lábios estão feridos, com sangue seco nos cantos.
"Deus, o que esse doente fez com a minha tia..."
Respiro fundo ao observá-la mais uma vez, me atentando a sua pose superior, de cabeça erguida agora, olhando desafiadora para Olavo.
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A Fera e a Bela [CONCLUÍDA]
EspiritualObra Concluída. ✔ Valentina é uma jovem alegre, espontânea e cheia de vida que acaba de perder os pais e recebe um convite de ir morar com a tia em Wanderwood, uma pequena, fria e pacata cidade no interior do país. Wanderwood ficou conhecida pelo a...