C A P Í T U L O V I N T E E Q U A T R O
Não confie em ninguém.
3 semanas depois...
Eu não suporto mais esse homem!
Preciso que ele vá para o espaço com passagem só de ida!
Juro que até tentei ser uma boa pessoa, que sorri amigavelmente e recebe bem o hospede, melhor amigo do namorado. Mas sinceramente, não dá! Olavo é cínico, dissimulado, hipócrita, mentiroso, metido a garanhão conquistador. Já perdi as contas de quantas vezes ele jogou piadinhas sobre a minha beleza, sobre Christian ter sorte de me ter como namorada, sem falar nas indiretas que ele lança sobre mim quando estamos a sós logo quando chego pela manhã e não tem ninguém por perto.
Essas foram as piores três semanas que já passei.
Christian e eu mal conseguimos ficar juntos um com o outro, Olavo tem ocupado meu namorado com outras coisas, filmes, lutas, conversas, consultas e quase não temos mais tempo. Passei a ajudar Sam pela manhã no Wolves, já que a cidade voltou a estar em alerta, pois uma mulher foi atacada e brutalmente esfaqueada ao sair do trabalho as 22h da noite. E os moradores estão receosos por isso. Pois pensam que tem a ver com a fera, e eu fico furiosa por toda hora compararem essa fatalidade da jovem que foi atacada com o meu Chris.
Eu sei que ele não tem culpa, mas as pessoas não.
Até os cultos foram cancelados esses últimos dias para que ninguém estivesse correndo um possível risco, precisei deixar o Scoob no veterinário pois ele tem passado mal essas ultimas semanas, me deixando sem nenhuma opção para fazer, além de trabalhar. Já que também não estou falando com a minha tia.
Ela nunca mais levou Olavo lá em casa, mas sei que os dois tem saído juntos, já que ela não para mais em casa em seus dias de folga dos plantões.
Estaciono o carro no estacionamento do Wolves perto da entrada e desço indo em direção a porta. Um vento gelado sopra em meu rosto me fazendo estremecer e apertar o grosso e pesado casaco sobre o meu corpo, encolhendo-me um pouco com o frio.
— Valentina! – Ouço uma voz conhecida me chamar. Viro-me na direção da pessoa.
Me deparo com Theo arrumando seus óculos colocando-os riste ao nariz, enquanto me observa.
— Theo! Quanto tempo! Você sumiu! – Exclamo, o trazendo para um abraço, mesmo tendo ele como suspeito em minha lista, ainda assim não tenho nada que leve até ele, portanto ainda posso me dar ao luxo de demonstrar tal afeto.
— Estive fora da cidade por uns dias, minha mãe ficou doente e eu precisei ir cuidar dela, sabe como é? Filho único. – O loiro levanta mais uma vez os óculos em um costume sem nem sentir, e me fita de volta, envergonhado.
Pode parecer besteira, ou loucura. Mas não acreditei muito em sua desculpa.
— Sei. – Digo, sem querer parecer desconfiada.
Não posso afastá-lo.
Preciso que ele acredite que eu confiei no que ele disse.
— Vamos entrar? Tenho vinte minutos para um café, o que acha? – O convido, com um meio sorriso cortês. Tudo o que posso oferecer no momento.
— Claro. Vim exatamente para tomar café. – Ele gagueja um pouco e eu indico para que ele entre primeiro.
A primeira pessoa que encontramos ao passar pelas portas brancas é Agatha, em seu habitual uniforme verde e branco, andando de um lado para o outro com sua bandeja e o bloco de anotações, Wolves é praticamente uma Nova York, nunca dorme. Fecha as 22h da noite e abre pontualmente 7h da manhã. E já abre completamente cheio de clientes.
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A Fera e a Bela [CONCLUÍDA]
EspiritualObra Concluída. ✔ Valentina é uma jovem alegre, espontânea e cheia de vida que acaba de perder os pais e recebe um convite de ir morar com a tia em Wanderwood, uma pequena, fria e pacata cidade no interior do país. Wanderwood ficou conhecida pelo a...