Capítulo 20

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Analú

Coloquei a carta no bolso e fui tomar meu banho, estava ansiosa e com o estômago revirado. Tirei minha roupa e liguei o chuveiro, olhei pra carta mais não queria piorar a situação. Tomei meu banho e lavei meus cabelos, enrolei ele na toalha e me enrolei no roupão, aquela carta estava me chamando então resolvi pegar ela e ler.

“Mamãe, eu sei que não fui a melhor filha esses últimos anos e dei muito trabalho na escola. Quis me juntar com a prima Roberta achando que meu ódio contra Mia iria passar de algum jeito até eu descobrir que a ruim da história era eu, e Roberta mais ainda. Ela me fez engravidar, engravidar de um filho que não é meu e sim do Henrique porque ela fez isso? Como ela pode ser tão ruim a esse ponto mãe? Estou prestes a ganhar essa criança, essa menininha, Analú esse é o nome que eu escolheria em sua homenagem. Mamãe, me perdoa? Eu não irei estar aqui depois que ela nascer, todo dinheiro que fiz Henrique me da eu guardei para você sumir assim que você ler essa carta. Não olhe para trás, apenas vá e viva a sua vida longe desse lixo de família que infelizmente a vida nos deu. A neném não pertence a nós mãe, eu fui apenas a “barriga de aluguel” da Roberta, sei que a Mia irá cuidar como se fosse dela, irei pedi perdão antes de ir embora para todos que um dia eu fiz mal, principalmente a você. Te amo mãe, estarei sempre cuidando de você e serei o anjo da Analú ela não precisa saber que eu existo, mas estarei sempre protegendo ela. “ 

Lágrimas caiam dos meus olhos logo depois em que li aquela carta, dobrei a mesma e guardei, não entendi o porque Manuele me entregou ela era da mãe de Pamela e eu nunca nem vi ela na minha vida, porque ela iria querer um reencontro agora? Me recuperei e guardei a carta, saí do banheiro e Gustavo ainda estava dormindo, minha mãe deu um sorriso ao me ver e levantou. 

Mia: seu aniversário está chegando, já pensou o que quer de presente? 

Analú: ainda não – ri – já tenho tudo mãe – coloquei meu pijama – posso te perguntar uma coisa? 

Mia: claro filha.

Analú: você teve algum contato com a mãe da Pamela? 

Mia: filha, mas porque isso agora? – ela ficou sem jeito –.

Analú: se não quiser responder tudo bem, não tem problema – sorri para conforta-la –.

Não forcei a barra e permaneci assim, guardei aquela carta nas minhas coisas e preferi não entrar em contato com Manuele, na carta já dizia tudo “ela não precisa saber que eu existo” então seria assim que permaneceria. Manu era teimosa então ela ainda estava indo trabalhar só que eu levava ela até o serviço ou Bruno também levava, acordei 9 horas não sei que milagre, coloquei uma roupa de malhar e ela já estava na cozinha tomando café, sua barriga estava cada vez maior e tão linda. Tomei um café reforçado e ela deixou eu ir dirigindo, de lá iria correr pelo calçadão e ela me ligaria para ir busca-la já que Bruno viajou para São Paulo em uma reunião de negócios da família Bottini. 

Analú: me liga assim que for sair que volto correndo.

Manu: tá bom minha babá – rimos –.

Saí do estacionamento enquanto ela pegava o elevador, o sol estava quente dei um gole na minha água e comecei a correr em direção a praia, cada vez que eu pingava de suor era como se estivesse me livrando de algo, depois de quase 1 hora agradeci por estar de biquíni por baixo já que estava tão quente, caminhei em direção ao mar e tirei minha roupa o dono do quiosque próximo do nosso AP conhecia a gente então deixei minhas coisas lá, soltei meu cabelo e corri para o mar a água estava tão gostosa, e nem tão gelada assim de tão calor, dei um mergulho.

E respirei aliviada como aquilo podia acalmar tanto? Estava bem distraída mas um surfista me chamou atenção, claro que era Victor mas essa hora na praia? Pelo que eu sei ele estava trabalhando durante o dia na empresa do André. 

Victor: está me evitando Analú? – perguntou com aquele tom divertido que sempre me fez rir –.

Analú: na verdade não – dei um sorriso envergonhado e ele riu mais ainda – as vezes eu fico melhor sozinha, não por nada claro, minha vida só é uma bagunça e minha cabeça mais ainda. 

Victor: já disse que descomplico, que organizo tua vida rapidinho – ele falou isso perto demais, fechei meus olhos e abri rapidamente –.

Tomamos uma água de coco e dei muita risada conversando com Victor, ele conseguia me fazer esquecer dos problemas por algum tempo e isso me fazia bem, estava levantando para ir embora quando Manuele apareceu, ela estava me perseguindo e eu não tinha mais paciência. 

Manuele: sobrinha – falou com um tom falso –.

Analú: está me perseguindo ou é impressão minha? 

Manuele: claro que não, por coincidência estava passeando pela praia e te vi – deu um sorriso sínico e revirei meus olhos –.

Analú: o que você quer? 

Manuele: sobre aquilo, o que você achou? 

Analú: tu percebeu que estou tendo um encontro? E você esta me atrapalhando? – victor arregalou os olhos e segurei para não rir –.

Manuele: é que... 

Analú: é que nada, dá licença.
 
Peguei minhas coisas e entrelacei minha mão na de Victor e saímos. Ele me abraçou e gargalhamos um pouco alto, caminhamos em direção ao AP e continuamos abraçados, as pessoas sempre questionavam se eramos amigos ou irmãos, porque eu evitava o máximo troca de carinho em público mas hoje não, hoje eu precisava disso e dele. Chegamos até a entrada do AP e ele se virou pra mim, colocou uma mecha atrás da orelha e deu um sorriso. 

Victor: quer ir almoçar comigo? 

Analú: a empregada não veio hoje e vou ter que comprar algo porque a Manu não vem tarde hoje.

Victor: bom, sei que ela e você gosta de comida japonesa mas, como ela esta grávida e não pode comer essas coisas podemos pedir para entregar, o que tu acha? 

Analú: tudo isso pra você ficar um tempo a sós comigo? – falei envolvendo meus braços em seu pescoço e ele riu –.

Victor: só um pouquinho, já que tu nunca me dá essa oportunidade – rimos –.

Dara: olha só, Victor Bittencourt não está na empresa trabalhando – abaixou o óculos e olhou no relógio –.

Victor: Dara – falou com um tom desanimado e segurei o riso – minha folga hoje, algum problema? Afinal o meu chefe é seu pai e não você. 

Dara: afiadinho, até parece que dormiu comigo – ela deu um sorriso malicioso e senti um embrulho no estômago –.

Analú: então vamos, se não iremos nos atrasar. 

Victor: claro, por favor – ele segurou o portão do prédio enquanto eu entrava e ele foi atrás –.

Nem todo erro é errado ||Onde histórias criam vida. Descubra agora