Capítulo 6

8K 492 70
                                    

Analú

Levantei e tomei um banho demorado, marquei de encontrar Rodrigo na praia diz ele que queria me levar pra dar um passeio. Saí enrolada na toalha e passei meu hidratante, coloquei um shorts com um body por baixo e um tênis, deixei meu cabelo solto e fiz uma make básica, peguei minha bolsa e tranquei a casa. Sei que a Manu se preocupa comigo e com o meu futuro mas odeio pessoas no meu pé, não gosto nunca suportei nem meus pais piorou ela, Manu sempre teve sorte por ter o pai e a mãe dela de sangue por perto, já eu não tenho muito o que falar... Estava viajando em meus pensamentos quando escuto uma moto acelerando, me virei e era Rodrigo todo lindo segurando um capacete no braço. 

Rodrigo: você sempre consegue alegrar meu dia –falou tirando o capacete dele e me puxando para o seus braços –.

Analú: para de me iludir – falei brava e rimos –.

Rodrigo: não iludo, nunca –falou com a boca colada na minha – vem comigo, vamos passear. 

Coloquei o capacete e subi na moto, segurei firme em sua cintura e ele acelerou. Rodrigo era o típico bad boy dos filmes americanos, ele mexia com a cabeça de qualquer uma e quando entramos no morro aonde ele mora soube disso sem ter dúvidas, ele arrancava suspiros por onde passava. Chegamos na sua casa e novamente os seguranças liberaram a entrada, Rodrigo estacionou a moto e saí tirando o capacete, joguei o cabelo pro lado arrumando ele e subimos fomos direto para o seu quarto, lá era aconchegante, ele me pediu para esperar e saiu me deixando lá sozinha fui caminhando em direção a sacada quando vejo sua arma encima da poltrona caminhei até ela e peguei na mão, a sensação de poder era inevitável, fiquei encarando-a por alguns minutos até ele entrar e nossos olhares se encontrar. 

Rodrigo: bonita né – falou rindo –.

Analú: é sim – falei admirando-a –.

Rodrigo: é cromada, foi minha primeira arma. 

Analú: me encima atirar – falei e encarei o mesmo –.

Rodrigo: tá falando sério? –agachou na minha frente –.

Analú: sim, deve ser interessante – rimos –.

Rodrigo: vem comigo

Ele pegou a arma da minha mão e colocou na cintura dele, segurou em minha mão e saímos subimos na moto e ele acelerou, Rodrigo foi em direção a uma mata e logo em seguida estávamos bem acima do morro em um lugar plano, dava pra ver tudo, toda favela e Copacabana e era lindo...

Havia algumas garrafas posicionadas, caminhamos até lá e ele pegou a arma, apontou mirando para uma das garrafas e atirou. Me entregou a arma e segurei a mesma, Rodrigo caminhou e ficou atrás de mim fechei meus olhos e abri rapidamente quando ele segurou minha mão junto da arma. 

Rodrigo: calma, respira fundo e mira – deu uma pausa – quando estiver pronta só atirar.

Atirei sem parar, era uma sensação única... uma mistura de raiva, ódio tudo misturado. Gritei quando Rodrigo tirou a arma da minha mão e segurou a mesma, ele colocou ela no chão e me abraçou com força. 

Rodrigo: o que aconteceu hoje cedo? O que te deixou assim? –falou me olhando e segurou meu rosto – você pode confiar em mim princesa, tô aqui. 

Analú: um monte de merda junta – falei engolindo o choro e respirei fundo, Rodrigo segurou minha mão e fomos para a ponta do penhasco e nos sentamos perto, fiquei entre suas pernas e ele me abraçou por trás – Manu sempre teve tudo, o pai e a mãe por perto... 

Rodrigo: que no caso são os seus pais, certo? 

Analú: não, só o Rique que é meu pai de sangue. A Mia não é, ela era namorada dele quando a minha mãe me teve, Roberta é mãe de Enzo meu irmão mais velho e se revoltou com a vida quando meu pai se apaixonou por Mia – engoli a seco – ela quis se vingar de todo mundo, minha mãe de sangue era prima dela, ela fez uma inseminação artificial com a minha mãe biológica para acabar com a vida de Henrique e eu nasci – falei rindo enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto –.

Rodrigo: e cadê a sua mãe biológica? 

Analú: ela morreu, ela não resistiu e morreu. E daí em diante Mia me criou como se fosse filha, eles nunca esconderam de mim que eu não era filha dela mas nunca me contaram a real até a Roberta ressurgir e me procurar. Eu não era assim, eu não usava drogas, eu não fumava maconha e nem bebia e odiava noitadas, eu sempre gostei de estudar mas isso revirou a minha cabeça e hoje não me importo mais com nada – ele apertou minha mão e aproximou seu rosto no meu cabelo –.

Rodrigo: mas ela te ama como se você tivesse saído dela, ou tô  errado? 

Analú: deve amar, na verdade eu não sei mais de nada. Eu queria sumir por aí, não faço questão. 

Rodrigo: não fala isso – me virou pra ele – vou te deixar em casa, você vai se arrumar bem linda e vamos sair pra jantar tá bom? 

Analú: só você – rimos –.

Tirei um peso das minhas costas conversando com Rodrigo, eu nunca tinha falado sobre isso com ninguém e nem pretendia mas eu estava precisando e ele conseguiu tirar isso de mim. Tomei um banho e me enrolei na toalha enquanto procurava uma roupa e Manu entrou no quarto ela estava com uma cara preocupada mas não liguei. 

Manu: vai sair? 

Analú: é o que parece né? 

Manu: não precisa disso, me desculpa por hoje cedo eu também estou com a cabeça cheia e só queria que você tivesse um pouco mais de responsabilidade mana. 

Analú: me desculpa mas eu estou atrasada, a gente se fala amanhã. 

Falei sem olhar pra ela e vesti minha roupa, ela saiu do quarto e coloquei meu salto, fiz uma make e peguei minha bolsa mandei uma mensagem para o Rodrigo e ele avisou que estava vindo, Bia também iria com a gente e TH então saí e encontrei com ela no hall do AP.

Nem todo erro é errado ||Onde histórias criam vida. Descubra agora