Nem todo erro é errado ||

Capítulo 43

Analú

7º semestre...

Um misto de sensações, estava com saudades de Bia e iria ter uma reunião com Theo em BH, estava ansiosa e feliz. Manu me ajudou a arrumar as malas enquanto Helena brincava com a minha escova de cabelo.

Helena: deixar bonita titia - falou enquanto penteava seus pequenos cabelos e rimos -.

Analú: eu volto logo, preciso desses dois meses de férias para resolver tudo isso.

Manu: precisava mesmo Mana, eu imagino sua animação - sorrimos -.

Manu me deixou no aeroporto e desembarquei em BH, o sol estava lá forte e quente como nunca e minha mãe me esperava no aeroporto, nos abraçamos e fomos pra casa.

Analú: o que papai achou de Bia estar hospedado lá?

Mia: na verdade ele não tem o que falar - rimos - eu preciso ajudar essa garota filha, ela é tão sozinha. Ela sente falta do TH e sua também mas não temos o que fazer.

Analú: vai dar certo mãe, tu é a melhor advogada da vida - rimos -.

Cheguei em casa e corri para abraçar meu pai, era sábado e não sei que milagre ele estava de folga. Bia desceu as escadas correndo, ela emagreceu um pouco mas continuava linda, nos abraçamos e subi para colocarmos o papo em dia.

Bia: obrigada por me ajudar nas entregas da lojinha amiga.

Analú: tá doida? Estou adorando isso - rimos -.

Bia: está se virando em mil né?

Analú: é bom que eu já pego o jeito e quando você for terminar a facul vou dominar tudo - rimos -.

Bia: senti sua falta.

Analú: eu também - fizemos bico - aquele AP não é o mesmo sem você. Está tudo do seu jeito ainda tá?

Bia: só precisava do TH amiga - deitou na cama e abraçou o travesseiro -.

Analú: ele não ligou mais né?

Bia: se ligar rastreiam na hora - balançou a cabeça -.

Mia: licença - bateu na porta e entrou - vou pedi para colocar a mesa do almoço, aguardo vocês lá.

Conversamos sobre tudo e falei da reta final da faculdade. Meu pai estava feliz dava pra ver em seu olhar, será que ele sabia sobre o Theo? O que ele estava fazendo para me ajudar? Me dava um calafrio só de imaginar. Nosso sábado foi tranquilo, Rodrigo não me ligou e senti saudades dele, começamos a nos falar quase todos os dias, só não rolava algumas besteiras por telefone porque ele dividia a cela com um traficante de São Paulo, mas como eu sentia falta daquela voz rouca no meu ouvido... sorri ao lembrar de tudo e acabei dormindo.

Segunda-feira.

Levantei cedo, iríamos para o escritório e não queria me atrasar. Tomei um banho demorado e sai enrolada na toalha, coloquei uma roupa social e comportada e deixei o cabelo solto, fiz uma make básica e desci para tomar café. Meu pai não estava, tomamos café rápido e fomos para o escritório.

Analú: você contou para o papai?

Mia: ele não sabe ainda -bela continuou olhando para a avenida - quer que eu conte?

Analú: o que tu acha?

Mia: ah filha - suspirou - seu pai ama proteger as menininhas dele - rimos - não iria me surpreender se ele quisesse te colocar em um convento - rimos alto -.

Analú: não mãe, por favor - falei entre gargalhadas -.

Chegamos no escritório e deu pra ver como todos idolatravam minha mãe, o sorriso dela era cativante e as pessoas tinham um respeito tão grande, tinha tanto orgulho. Ela me apresentou para o pessoal novo e todos me trataram muito bem.

Mia: minha filha vai trabalhar por enquanto aqui com a gente só esses meses de férias - me olhou sorrindo -.

Fomos para a sala de reunião e para a minha surpresa Theo já estava lá. Ele me olhou sorrindo e levantou para me abraçar.

Theo: Mia, Analú está cada vez mais linda - rimos -.

Mia: teve há quem puxar - piscou e rimos mais ainda -.

Theo: Rique nem sonha que essa conversa está acontecendo certo? - balançamos a cabeça negando - ok, então teremos que ser discretos para ele não me matar - sentamos -.

Analú: como está a situação de Rodrigo? Muito sério?

Theo: queria que não fosse mais é, e você não pode me acompanhar nos fóruns porque você será uma das testemunhas afinal você estava lá e viu tudo - confirmei com a cabeça - de cara não será um processo fácil, mas eu nunca perdi nenhum então estou confiante que Rodrigo será solto antes de sua pena. Ele tem um ótimo comportamento, ele é uma boa pessoa pelo pouco que me mostrou.

Analú: ele é - sorri com lágrimas nos olhos e disfarcei -.

Sai de lá um pouco mais animada, estava confiante e ainda por cima confiava em Theo. Ele era o melhor advogado é muito reconhecido, ele iria entrar com um processo de soltura essa semana e estava preocupada com a repercussão, seria nessa que meu pai iria descobrir o que estávamos planejando.
Como Bia não podia sair até minha mãe juntar todas as provas não podíamos sair para fazer absolutamente nada fora de casa, então passei no shopping com minha mãe e comprei muitos jogos, passamos no mercado e comprei todas guloseimas possíveis que Bia gostava.

Chegamos em casa e deixei as coisas na cozinha e os jogos na sala, subi correndo para contar a novidade e falar das nossas compras, chamei por Bia mas ela não respondeu. Entrei em seu quarto e nada.

Analu: BIA!! - dei um grito já que sabia que ela odiava e ri, tentei abrir a porta do banheiro mas algo estava emperrando - MÃE !!! - gritei quando vi o braço dela entre a porta, ela estava caída no chão -.