Rodrigo
Rodrigo: é... então sempre manteve o contato com Will né, por isso que eu percebi o quanto ele mudou – balancei a cabeça –.
Régis: ciúmes nesse tamanho filho? – ele riu debochando e me fez revirar os olhos –.
Rodrigo: ciúmes é diferente pai, sentimos ciúmes de coisas boas e não ruins.
Régis: tu ainda não me contou, o que realmente veio fazer aqui? Sei que passou um tempo em cana, matou o seu próprio irmão e ainda sim cumpriu apenas 5 anos.
Rodrigo: ele tentou matar uma pessoa importante pra mim – falei em um tom calmo – ele estava diferente, ele mudou depois da sua ceninha em ter morrido enquanto fugia da polícia. Tenho nojo disso que vocês dois fizeram e não me arrependo – ele levantou e foi se aproximando perto de mim –.
Régis: OLHA A MERDA QUE TU TÁ FALANDO, ELE ERA SEU IRMÃO PORRA – gritou e os capangas dele mal olhava pra mim, era como se nada tivesse acontecendo –.
Rodrigo: TU MANDOU ELE MATAR UMA PESSOA QUE NÃO TINHA NADA HAVER COM AS SUAS MERDAS, VOCÊ ESCOLHEU ESSA VIDA PRA NÓS DOIS. E SE HOJE ELE NÃO ESTÁ MAIS ENTRE NÓS A CULPA É SUA – gritei mais alto que ele e o mesmo me olhou sério –.
Régis: tu é o meu filho, me respeita Rodrigo.
Rodrigo: se tu quer respeito dê respeito, como escondeu isso de mim por tantos anos? Porque tu não voltou pra casa? Ficou no controle de tudo? Mais não, deixou tudo nas mãos do Will, ele era mais novo que eu, mais cabeça dura do que eu e tu preferiu ele pra tomar conta e fazer as merdas que tu fazia antes.
Régis: porque eu te conheço, eu te conheço como a palma da minha mão e você nunca gostou de ser envolvido, desde novo, desde quando sua mãe estava entre nós você sempre ficou ao lado dela – ele parou para respirar – e eu precisava de alguém no meu lugar, alguém cauteloso e frio. Ele me jurou que iria cobrar quem fez o que fez comigo, principalmente a Mia aquela advogada gostosa pra caralho que nunca me deu mole – ele deu um sorriso canalha e balancei a cabeça – ah, desculpa agora ela é sua sogra né? – ele riu – bom gosto meu filho, vi fotos da sua noiva, bonita e advogada. Que coisa não? Vai continuar fazendo os trampo no morro? Ganhando um dinheiro extra? Bom que ela pode passar um pano pra você.
Rodrigo: olha as merda que tu fala, por isso não tem ninguém, por isso é sozinho e vai morrer sozinho.
Régis: olha essa fazenda Rodrigo, não seja hipócrita, quantas pessoas não vão viver aqui comigo? Principalmente mulheres – ele riu – queria meus filhos comigo, curtindo e esbanjando dinheiro mais não – balançou a cabeça – está envolvido com a vagabundinha, porque ela é igual a mãe né? Deve viver de status.
Quando ouvi ele abrindo a boca pra falar de Analú saí de mim, avancei mais do que eu deveria e meti um soco na cara do meu próprio pai, ele veio pra cima de mim e desviei fazendo ele bater na parede. Meu pai nunca foi bom de luta, mais com arma ele sempre foi o melhor, ele se recuperou e foi pra cima de mim novamente me encurralando na parede e meteu um soco na minha cara, fiz mais força e me soltei segurando forte em sua garganta, ele começou a ficar vermelho enquanto eu apertava com mais força e a voz dele chamando Analú de vagabundinha ficava perturbando em minha cabeça.
Os olhos dele estavam arregalados, ele tentava balançar a cabeça e quando ouvi alguém chamando ele gritou e me colocou pra trás. Perna havia disparado, o tiro era meu, o tiro seria em mim mais meu pai entrou na frente e pegou em seu peito, Perna gritou bem na hora enquanto meu pai caiu em meus braços todo ensanguentado, na mesma hora ouvi diversos tiros do lado de fora, muito tiro até alguns policiais entrar e tentar render Perna que estava desnorteado, ele virou para atirar acertando um policial e recebeu 3 tiros. Ele começou com o meu pai muito cedo, ele tem minha idade mais ou menos e sempre foi o filho que o Régis queria.
Régis: tá feito, já foi – falou em meus braços enquanto permanecia em choque segurando-o –.
Rodrigo: não fala, eles vão te levar pro médico.
Régis: não tem mais jeito filho, chegou a minha hora – falou com dificuldades – era pra ser assim, já havia passado da hora. Me perdoa por toda merda, pela mãe, pelo seu irmão... eu que fiz a cabeça dele Rodrigo – segurou em minha mão – me perdoa filho.
Rodrigo: eu perdoo – engoli a seco – me desculpa por isso, eu não queria te machucar, não era esse meu plano.Ele abriu aquele sorriso de quem não prestava e foi fechando os olhos devagar até parar de respirar, olhei para Theo que estava parado em pé na porta e balancei a cabeça com sinal positivo.
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Nem todo erro é errado ||
Fiksi RemajaEscritora: Ju Rabetão • Respoansável pela história: Letícia Capa: sophiadelrey • +16 | Após passar 2 anos, algumas coisas mudaram, Manu e Bruno seguem uma vida bem independente só os dois no Rio de Janeiro e estão ansiosos com a chegada de Analú, i...