Capítulo 44

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Analú

Não levou 10 segundos para minha mãe e uma de suas empregadas chegar até o quarto de Bia, empurrei a porta com calma para não machucá-la, senti minhas pernas trêmulas quando vi ela deitada no chão com uma caixa de remédios tarja preta e estava vazia, olhei pra minha mãe e balancei a cabeça.

Mia: chame a ambulância agora, com urgência - olhou para a empregada que saiu do quarto rapidamente -.

Analú: Bia, Bia por favor - estava com a cabeça dela no meu colo e olhei pra minha mãe - porque ela fez isso - senti as lágrimas escorrendo em meu rosto - Bia!! - olhei pra ela -.

Mia: ela está com pulso filha, calma - falou me tranquilizando -.

O resgate chegou logo, colocaram ela na maca e levaram rapidamente para o hospital particular próximo de casa. Fui no carro com a minha mãe logo atrás e não demorou para chegarmos lá, eles levaram Bia direto para emergência, não tinha mais o que fazer. Estava andando de um lado para o outro impaciente.

Mia: filha, senta aqui. Ela vai ficar bem, você vai ver.

Balancei a cabeça negando e continuei, não acreditava que ela havia feito aquilo estava com a cabeça longe até meu celular começar a tocar de um número privado.

IDL

A: Alô.
T: Ana, porra. Cadê a Bia? Me diz que ela está bem por favor! - sua voz era de desespero e meu coração apertou -.
A: não tenho notícias ainda TH, eu cheguei em casa e encontrei ela lá jogada - ficamos em silêncio - como tu soube?
T: ela me mandou uma mensagem, vou te encaminhar. Eu não entendi nada, até porque estou foragido e não podemos nos falar nem por SMS. Ana, por favor me diz em qual hospital que vou pra aí agora!
A: tu não pode TH - minha mãe me olhou e arregalou os olhos - eu prometo que o cuidado com Bia será redobrado, não esperávamos isso dela.
T: só me de notícias quando ela acordar, só te peço isso por favor. Não me importo se me pegarem, por favor novinha.
A: fique em paz. Vou fazer isso sem dúvida.

FDL

Mia: o coração apaixonado é bobo - ela sorrio pensando em algo -.

Analú: ele está desesperado mãe - sentei ao lado dela e deitei a cabeça em seu ombro -.

Mia: eu imagino o quanto, ele não pode se colocar em risco. Ele tem mais a perder do que Bia.

1 hora e meia havia se passado, meu rosto estava vermelho e inchado de tanto chorar e preocupação. O médico apareceu na sala de espera e nos encontrou, levantamos rapidamente.

Dr.: boa tarde, sou o doutor Marcos - olhou a ficha - vocês estão com a paciente Beatriz certo?

Analú: sim. Como ela está? - perguntei preocupada e ele deu um sorriso vago -.

Marcos: está se recuperando, fora de perigo mas tivemos que fazer uma lavagem - deu uma pausa - ela ingeriu muitos medicamentos e por pouco não foi fatal. Irei fazer uma guia para encaminha-lá direto para a psiquiatra, peço que vocês não deixe isso passar o estado dela é grave e me preocupa.

Mia: vou marcar já - falou pegando o celular -.

Analú: ela terá alta logo?

Marcos: essa noite irá passar aqui, mas logo terá alta.

Mia: obrigada doutor - ele sorrio e saiu nos deixando sozinha -.

Analú: vou dormir com ela.

Mia: eu fico meu amor, não prefere ficar em casa? Precisa trabalhar no seu depoimento.

Analú: não tenho cabeça mãe.

Mia: eu sei, mas você precisa fazer isso não só pelo Rodrigo, mas pela Bia também. Ela será julgada e quero você lá.

Fiquei na sala de espera junto com a minha mãe, meu pai foi levar algumas coisas pra gente comer e ela quis ficar lá comigo. Quando amanheceu o médico de ontem apareceu na sala de espera e foi até a gente.

Marcos: bom dia - abriu um sorriso - a Bia já está acordada e perguntando por vocês.

Analú: posso ir vê-la ?

Marcos: claro, me acompanhe por favor.

Levantei e fui junto com ele, chegamos até a porta de um dos quartos e ele abriu me dando passagem. Bia me olhou e seus olhos estavam vermelho de tanto chorar, me aproximei rapidamente e ela me abraçou.

Bia: me desculpa por isso, por favor desculpa - falou entre soluços -.

Analú: não tem que se desculpar, foi seu momento de fraqueza mas nós estamos aqui - passei a mão em seu rosto -.

Bia: não sei o que aconteceu, tudo passou na minha cabeça como se fosse um filme. Eu perdi tudo Ana, perdi tudo. Meus pais nem se quer vieram atrás de mim saber como eu estou. Eu nunca mais fiz programa e mesmo assim nada mudou.

Analú: eles não sabem o que estão perdendo, você sabia? Eles não sabem. Th ligou desesperado, eu que não deixei ele vir até aqui. Ele te ama e precisa de você mais que tudo.

Bia: sério?

Analú: claro que sim amiga, ele estava tão preocupado. Mandei uma mensagem dizendo que estava tudo bem mas ele ainda quer te ver.

Bia: se eu puder fugir com ele daqui pra sempre eu não me importo, eu vou.

Analú: descansa tá? Hoje à tarde você terá alta e comprei muitas coisas pra gente - sorrimos -.

Bia me preocupava muito, essa situação toda era séria demais e eu imagino o quanto é difícil ser forte nesse momento.

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