Capítulo 14

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Analú

Arrumei todas as minhas coisas e tomei um banho demorado, lavei meu cabelo e sai enrolada no roupão com a toalha na cabeça. Sentei e sequei meu cabelo, me vesti e passei uma make básica para tampar as olheiras já que estava dormindo super mal, dei um última olhada no celular e não havia nenhuma mensagem ou ligação do Rodrigo então era isso, eu deveria ir embora do Rio de Janeiro mas eu iria voltar... 

Quando saí do quarto ouvi a voz de Victor de longe, ele estava rindo de alguma palhaçada que meu cunhado estava contando, minha mãe estava sentada no sofá com a Manu e fui até lá. 

Mia: vou pedi para colocarem a mesa – ela passou a mão em minhas costas e saiu –.

Manu: tem certeza? Você quer mesmo ir? 

Analú: eu preciso te dar paz – rimos –.

Manu: eu gosto de ter você aqui, só não soubemos conversar mas ter você aqui é tão bom – ela segurou a minha mão e apertei –.

Analú: eu volto antes desse nenenzinho nascer – passei a mão em sua barriga – se quiser me deixar cuidando eu nem me importo – rimos –.

Manu: quero que você se forme, você vai ver que satisfação que é. 

Analú: tenho orgulho de você mana. 

Manu: te amo pequena.

Peguei Victor me olhando o tempo todo, ele era gato até demais e ainda por cima surfista... mas Rodrigo não saia da minha cabeça um minuto se quer. Bia chegou logo em seguida e jantamos todos juntos, ela estava toda chorona porque eu iria embora e era impossível não rir. O voo iria sair ainda hoje na madrugada então Bruno iria deixar a gente lá, minha mãe ficou encantada com Victor, ele contou sobre a faculdade de ADM e o seu amor pelo surf. 

Mia: ADM é uma ótima opção também filha – me olhou e rimos –.

Analú: quem sabe né – dei um gole do meu suco –.

Victor: ou o surf, se quiser te ensino – todos riram e fiz careta –.

Analú: ah claro, pra mim levar vários caldos né? – rimos –.

A conversa estava agradável mas foi ficando tarde e chegando a hora de ir embora pra casa, Bia pediu para eu levar ela até o seu AP e levantei. Victor também levantou falando que iria ir embora e pediu pra gente esperar, ele se despediu de todos e minha mãe deu uma piscada pra mim ela era foda!! 

Bia: eu vou sentir sua falta, principalmente das nossas doideiras – falou me abraçando e retribui –.

Analú: facetime todos os dias bb – rimos – eu volto, me espera e não arrume outra melhor amiga. 

Bia: perturbada igual a você? Acho que nunca viu – rimos –.

Voltamos para o elevador e desci com Victor, me olhei no espelho e ajeitei minha roupa e joguei meu cabelo para o lado, peguei ele me olhando e rimos. 

Analú: porque me olha tanto? 

Victor: porque você é linda – fiquei sem graça, pela primeira vez senti minhas bochechas queimarem – não precisa ficar tímida – ele riu – tu deve estar acostumada com isso. 

Analú: não, sim... é – me atrapalhei e rimos, o elevador chegou e respirei aliviada quando saímos e caminhamos até a portaria calados –.

Victor: então boa viagem – ele se aproximou de mim – e juízo  –volhou em meus olhos e ri –.

Analú: vou ter, a partir de agora. Se não minha mãe me mata – ficamos em silencio –.

Victor: a gente se vê, quem sabe eu não apareço em BH.

Analú: sério? Seria um prazer te receber – sorri – obrigada por ter vindo hoje, foi bom ter você aqui – falei rápido demais que nem percebi o que disse –.

Ele me abraçou e eu retribui, ficamos por alguns segundos assim e estranhei... ele sabia o que tinha acontecido meio que por cima mas sabia, o que ele poderia querer comigo?

4 meses se passaram tão devagar, 4 meses sem nenhuma notícia do Rodrigo era tão doloroso. Eu não sabia como ele estava, se estava bem e sem aquela bala em seu corpo, se estava comendo ou dormindo bem, queria ter mudado para uma pessoa melhor mais não, eu não consegui. Ascendi meu baseado e estava na janela do meu quarto ouvindo música e com o pensamento longe, até minha mãe começar a bater na porta sem parar. 

Mia: Analú, por favor abre. 

Analú: eu já saiu – falei alto –.

Mia: é sério, é sobre a sua irmã. 

Quando ouvi que era sobre Manu não pensei duas vezes, ela havia descoberto o sexo da neném...sim é uma menina e ela estava tão feliz, apaguei o cigarro e espirrei um perfume para tirar o cheiro, coloquei um halls na boca e abri a porta. 

Mia: que cheiro é esse? – falou entrando – perfume misturado com maconha, é isso mesmo Analú? 

Analú: por favor mãe, vai direto ao assunto.

Mia: não dá, assim não dá. O que eu faço com você? 

Analú: luta pelo Rodrigo, pega o caso dele e faça o que você sabe fazer de melhor mãe. 

Mia: não, eu não posso e não vou. Você sabe que estou estudando para ser juíza eu não tenho tempo, já disse eu passo para alguém do escritório mas você não quer. 

Analú: então me deixa ir ver ele.

Mia: estuda, é simples. Faça direito, veja os direitos dele pronto.

Analú: você viu o meu pai enquanto ele estava preso, você estava grávida da Manu e todos contra você, mas você lutou mãe, você lutou por ele. 

Mia: eu fui atrás do que eu podia, eu estudei eu quis entender tudo para conseguir ganhar a causa dele Analú, não é tão simples assim. 

Analú: o que você iria falar da Manu, ela e a neném estão bem? 

Mia: estão, por enquanto... senta aqui – ela me explicou o assunto sobre a sua “meia irmã” Manuela e como ela era maluca – ela está no Rio, tenho meus contatos e eles me falaram e não quero que ela chegue perto da Manu. Eu queria que você voltasse filha, fica com ela, faça companhia não quero preocupa-la. O Bruno sabe meio por cima mas não quero que ele surte. 

Analú: claro, vai ser bom pra mim – respirei fundo – mas antes você vai ter que me liberar para ver o Rodrigo. Eu não me importo do lugar, não me importo da situação dele eu só preciso ver ele. 

Mia: tem como parar de ser menos teimosa? 

Analú: por favor mãe. 

Mia: sem o seu pai saber, ele não pode nem sonhar. 

Abri um sorriso, estava aliviada em pode ver ele.

Nem todo erro é errado ||Onde histórias criam vida. Descubra agora