Capítulo 37

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Analú

Desci com um sorriso enorme no rosto e quando entrei no carro Bia já começou a rir da minha cara. Eu era muito apaixonada por Rodrigo e a cada dia em que ele me ligava isso ficava mais forte, eu sentia tanta falta dele. 

Bia: essa cara tem nome e sobrenome, estou errada? 

Analú: xiu – falei e rimos –.

Chegamos na faculdade e Bia estacionou, peguei minha bolsa e desci do carro,  caminhamos juntas e tentei conversar sobre qualquer coisa para ela não prestar atenção nos olhares das pessoas mas era em vão. 

Analú: assim que acabar a minha aula vou te encontrar. 

Bia: obrigada por isso. 

Analú: tu é mais que minha amiga, é minha irmã e eu quero te ver bem. 

Ela deu um sorriso e nos abraçamos, fui pra sala tinha um trabalho para entregar.

Deu a hora do intervalo e fui encontrar com Bia, fomos direto para a cantina estava faminta ando comendo muito mal ultimamente. Ela me contou como estão as coisas no morro e o quanto ela estava feliz com TH. 

Bia: eu não imaginava que poderia amar alguém assim. 
Analú: depois eu que sou a apaixonada – rimos –.

Bia: ele está diferente de antes, de quando nos conhecemos sabe? As mina de lá querem morrer quando eu passo – riu alto – mas ele tá mudado, tá andando na linha e está mais responsável. 

Analú: há males que vem para o bem amiga. 

As duas últimas aulas demoraram um pouco para passar, Bia saiu primeiro que eu e ficou me esperando no carro, quando deu meu horário levantei e peguei minha bolsa e caminhei pelo pátio até ouvir a voz enjoada de Dara falando alto com as amiguinhas dela. 

Dara: mulher de bandido é foda – riram, fiquei quieta e continuei andando e elas atrás – o pior é quando uma amiga vai pela onda da outra. 

xXx: essa Bia é surreal, seu irmão se livrou. 

Dara: agora só falta Victor se livrar – virei na hora e ela parou de andar –.

Analú: fala mais que tá pouco Dara – me aproximei dela e a mesma recuou – tá com algum problema comigo? Ou com a Bia? Porque se tiver meu bem resolvemos agora. 

Bia: Ana, vamos – entrou no meio da muvuca para me puxar e desviei –.

Analú: só quero saber Dara, vai continuar com seu veneno? Não estou mais no ensino médio mas você parece que nunca saiu né? 

Dara: a novinha daqui é você e não eu Analú. E outra, é melhor irmos embora porque com mulher de malandro ninguém mexe – todos riram e me segurei –.

Deixei ela passar, estava no pátio da faculdade e não queria estragar a reputação da minha mãe. Quando ela saiu e foi caminhando pelo estacionamento aumentei os meus passos e dei de cara com ela. 

Dara: tá maluca? 

Analú: fala alguma coisa agora, não estamos mais na faculdade posso quebrar a sua cara. 

Dara: tu é toda princesinha.

Analú. Não sabe nem brigar, sai das fraudas primeiro – ela riu e dei o primeiro tapa, perdi a razão? Sim, mas foda-se –.

Minha mãe já foi chamada algumas vezes na escola por briga minha, o meu problema era que eu aguentava tudo calada e até não aguentar mais, mas quando esse momento chegava ninguém conseguia me segurar porque eu virava um monstro e foi isso que aconteceu. Quando dei o primeiro tapa Dara foi pra cima de mim e segurou em meu cabelo, dei um murro e ela me olhou com mais raiva ainda comecei a rir e Bia me puxou quando Victor chegou no estacionamento, Dara começou a chorar se fazendo de vítima e tive vontade de vomitar. 

Victor: o que aconteceu aqui? – olhou pra ela e depois pra mim –.

Analú: pergunta pra sua irmãzinha, sei lá o que ela é sua. 

Dara: essa garota é uma dissimulada Victor, é isso que você quer pra sua vida? – gritou fazendo o seu show e peguei minha bolsa que estava com Bia –.

Analú: acabou o show do ensino médio pessoal – bati palma e geral riu, olhei pra Dara – não estou mais no ensino médico Dara, as coisas comigo é bem diferente. 

Dara: mulher de malandro só resolve assim né? 

Analú: Victor é malandro? Porque se for eu não estou sabendo – ri – tchau. 

Virei as costas e saí de lá, Victor foi atrás de mim e senti uma pontadinha de felicidade ao ver a pior cara que Dara poderia fazer. Fui no carro com Bia e ele foi logo atrás, ela agradeceu e pediu desculpas pela situação, mas ela sabia que o problema não era só com ela, Dara tinha um problema maior comigo e eu queria saber o porque. Fomos para um barzinho beira mar, precisava beber um pouquinho e esquecer de tudo que estava acontecendo, Victor desceu do carro e esperei por ele enquanto Bia ia pegando uma mesa pra gente. 

Victor: mulher de malandro?
 
Analú: vou receber sermão ao invés de perguntar o que houve? Por favor Victor. 

Victor: o que aconteceu? 

Analú: aquela garota é surtada, precisa de atenção dos pais ou melhor da atenção de algum homem bem gostoso que faça ela esquecer... – fiquei pensativa – você?

Victor: Ana, Ana – ele se aproximou e sua boca ficou próxima da minha –.

Analú: o que tu vai fazer Victor? Vai me punir por bater na sua irmãzinha? – olhei em teus olhos e ele mordeu meus lábios devagar –.

Victor: deveria punir sim, mas de outro jeito – rimos –.

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