Capítulo 5

8.5K 521 68
                                    

Rodrigo

A vida que eu levava não era fácil, a não ser pra quem está de fora aí sim pensa que é fácil. Meu pai morreu em uma troca de tiro com os policiais, ele foi preso e a advogada foda dele Mia Alcantra não conseguiu tirar ele o mais rápido possível ele acabou fugindo e deu essa merda toda. O morro passou para o meu irmão mais velho Will, mas ele é muito ambicioso não pensa no próximo só nele e olhe lá. Eu sempre fui marrento e pavio curto mas depois de ver a morte do meu pai muita coisa mudou, ele descobriu tudo sobre a família de Mia Alcantra principalmente a filha mais nova deles, Analú. Aquele encontro com ela no aeroporto foi combinado, estava esperando ela, informante do Will conseguiu todas as informações e claro como sempre todas querem estar comigo sobrou pra mim, estava no nosso plano e era aquilo que eu iria fazer pelo nosso pai mesmo não achando certo mas tudo mudou depois de ouvir aquela risada dela, maldita risada que fez meu mundo virar do avesso. Ela patricinha, família rica o que iria querer comigo? Braço direito do dono do morro, que era meu irmão, vida de merda. 

2 horas antes... 

Will: isso mesmo, com a nossa isca aqui no morro – riu e deu um trago no seu baseado – ela é bem bonitinha né, já aproveitou? 

Rodrigo: se liga Will, qual é o próximo passo? 

Will: Mano, mano não vai se apaixonar pela patricinha não jaé? Foi culpa da mãe dela o nosso pai ter morrido em troca de tiros com aqueles otário. 

Rodrigo: qual o próximo passo? 

Will: conquista a confiança dela, ela vai vim atrás de você e você não estará aqui então eu entro em cena. 

Rodrigo: e o que você pensa em fazer? 

Will: dinheiro, a família dela é podre de rica. Quero ficar cara a cara com a Mia Alcantra. 

Não falei nada, apenas saí de lá. Queria tirar Analú de lá logo, eu nunca fui assim, nunca tive dó sempre liguei o foda-se pra tudo mas ela não, ela era diferente. 

Acordei com ela levantando correndo e pegando suas roupas pelo chão, se enrolou no lençol quando percebeu que eu estava olhando e rimos. 

Rodrigo: qual foi princesa, já? 

Analú: são 10h da manhã, minha irmã vai surtar comigo – ela riu, que risada... –.

Rodrigo: eu te levo.

Analú: tá doido? Bia falou que o carro dela esta na entrada, vou com ela. 

Rodrigo: quando te vejo de novo? – falei levantando enquanto ela colocava a roupa –.

Analú: logo – falou sorrindo e abracei ela –.

Rodrigo: eu espero – sussurrei em seu ouvido –.

Analú

Entrei no carro da Bianca após me despedir de Rodrigo, a noite tinha sido tão perfeita mas sabia que a casa iria cair quando chegasse em casa, abri a porta e como era domingo sabia que ela iria estar acordada como de costume. 

Manu: não precisa entrar de fininho que eu sei que você não dormiu em casa – falou em um tom divertido e respirei aliviada –.

Analú: acabei indo pra casa da Bia, não quis incomodar você.
 
Manu: não se preocupe, a casa também é tua mana – sorrio – vai lá tomar um banho e descansa mais um pouco, vou pegar um bronze aqui mesmo se quiser. 

Analú: claro, vou só tomar um banho – sorri –.

Fui correndo para o meu quarto e tirei aquela roupa de ontem, entrei no banho e fechei meus olhos enquanto a água caia pelo meu corpo, o toque de Rodrigo ainda estava em mim e eu odiava o efeito que ele causava em mim. Coloquei meu biquíni e saí indo para a cobertura, Manu já estava lá torrando no sol ela levantou o óculos para me olhar e sorrio, passei muito bronzeador e deitei do lado dela, conversamos sobre a faculdade e confesso que aquele assunto me embrulhava o estômago, eu ainda não estava preparada, não queria. 

A semana passou tão rápido, evitei ver Rodrigo durante a semana mas era impossível não aguentava ficar longe, só de se olhar o fogo crescia entre nós. Ele ser um dos chefe do morro não me abalou, na verdade eu estava de saco cheio de ter que andar certinha na linha, acordei na sexta-feira com Manu batendo na porta olhei no relógio 11h30 da manhã, porra era pra ela esta no escritório. 

Analú: Oi – abri a porta e voltei pra cama –.

Manu: cara hoje era a prova do cursinho, 9h esqueceu? 

Analú: esqueci – cocei os olhos – cheguei tarde ontem, nem lembrei. 

Manu: poxa Analú, responsabilidade cara tu precisava fazer. 

Analú: nossa mãe não é a Mia Alcantra? Advogada top? Então, só falar que sou filha dela que as portas se abrem.
 
Manu: tu não deveria pensar assim, deveria querer crescer sem o status da minha mãe. 

Analú: nossa mãe Manu –repreendi ela –.

Manu: agora é nossa? Na hora de querer denegrir a imagem da carreira da nossa mãe você não pensa né? Não pensa que ela também é tua. 

Analú: só me criou, mas não me teve. Afinal, foi culpa dela da Roberta ser tão surtada ao ponto de fazer minha mãe de sangue engravidar de mim para atingir o papai. 

Manu: não fala assim dela Analú, você não tem noção do que esta falando – aumentou o tom e engoli a seco –.

Analú: é um erro mesmo tudo isso, um erro. 

Manu: ah é, o que é um erro? 

Analú: ter vindo pra cá, estar na sua casa e ter nascido nessa família. Agora me deixa sozinha, se for possível e não for pedir muito né? 

Manu saiu batendo o salto e revirei os olhos, bati a porta e tranquei a mesma, deitei mais não consegui dormir até que meu celular tocou e era Rodrigo.

Nem todo erro é errado ||Onde histórias criam vida. Descubra agora