Capítulo 15

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Analú

Me senti aliviada em saber que iria encontrar Rodrigo, minha mãe fez todos os tramites pra eu poder ir ver ele, na verdade eu nem sabia o que iria dizer, eu só precisava ver ele. Estava arrumando as minhas malas quando meu celular tocou e era Bia precisava contar da novidade pra ela. 

IDL 

B: bom dia flor do dia.
A: amiga sua loka – rimos –.
B: jurava que iria te acordar, qual é dessa animação toda? 
A: estou arrumando as minhas malas para o Rio. 
B: para – deu um gritinho e rimos – sério? Não acredito!!! 
A: sério amiga – expliquei tudo pra ela – mesmo minha mãe dizendo não óbvio que eu ia ir pra cuidar da Manu né, essa irmã da minha mãe é meio maluca pelo o que ela falou então nunca iria dizer não. 
B: esta mais do que certa, tô feliz que minha parceira da vida esta voltando – falou empolgada e rimos –.
A: já arruma um bailinho pra gente.
B: mais é claro – fez uma pausa – mas me conta, e como vai ser tu indo ver Rodrigo? O que você acha que vai acontecer? 
A: amiga, eu juro que não sei – respirei fundo – eu tô apaixonada pelo Rodrigo, eu não tiro ele da cabeça um minuto se quer então eu não sei como vai ser e nem o que vou falar. Por mim eu iria até o final. 
B: só não esqueça de uma coisa... tu é nova e é linda, merece o mundo. Tu sabe disso, não sabe? 
A: obrigada Bi, por tudo. 

FDL 

Os dias se passaram rapidamente, minha mãe conseguiu resolver tudo para que eu pudesse ir visitar Rodrigo. Ela falou para o meu pai que iria me acompanhar até o Rio de Janeiro e me explicar toda a situação da tal irmã dela, ela não queria que ninguém soubesse de nada a não ser meu pai, e meu avô Mauricio, fomos direto para a casa dele depois de algumas horinhas de viagem de avião meu avô estava no aeroporto nos esperando. 

Mauricio: caçula – falou me abraçando –.

Analú: oi vô – falei sorrindo empolgada –.

Maurício: foi tudo certo na viagem? 

Mia: foi sim pai, Analú só dorme – rimos –.

Fomos para a casa dele enquanto a ansiedade me corria por dentro, íamos no outro dia cedo até a prisão para vê-lo, tomei um banho demorado e jantamos uma comida maravilha que Estela havia feito pra nós. Ia dormir no quarto de hóspedes junto com a minha mãe, já estava de pijama deitada quando ela entrou no quarto para deitar também. 

Mia: filha – falou sentando ao meu lado – você tem certeza do que tu quer? 

Analú: em ver o Rodrigo? Sim, eu tenho mãe. Eu preciso ver ele, eu sinto saudades e uma angustia que eu não sei o que é. 

Mia: Isso é um caminho sem volta. 

Analú: mas você e o papai... 

Mia: filha, eu e seu pai era outra coisa estava mais sério, ele já fazia parte da minha vida e da minha família. E ele não era dono de morro, ele teve um envolvimento idiota mas tinha parado com tudo quando a Roberta tentou incriminar ele de todas as formas. Não foi fácil, foram 5 anos estudando direito e tendo que cuidar da Manu em outro pais onde eu tive que aprender a viver. Quando eu voltei para o Rio eu corria o risco de ser presa porque meu nome estava envolvido, só porque eu tentei ajudar ele – ela respirou fundo e olhou para o teto engolindo o choro, segurei em sua mão e ela sorrio– eu não quero pra você o que eu passei filha, não importa o que dizer, não importa se você não saiu de mim porque o amor que eu sinto por você é igual pela Manu, pelo Enzo e você é nossa caçula, você é nossa coisinha mais rica – rimos – e tudo que eu faço é por preocupação.

Acordei bem cedinho, tomei um banho e vesti uma roupa simples. Minha mãe não disse nada para o meu vô apenas disse que iria me levar para casa da Manu. Levamos 1h30 para chegar até o presídio era grande e feio, um lugar estranho que dava até arrepio,  entramos e minha mãe conversou com um pessoal que ela já conhecia de lá e eles liberaram nossa entrada. Estava em uma sala em pé andando de um lado pro outro até que Rodrigo entrou, ele arregalou os olhos quando me viu junto com a minha mãe e engoli a seco, ele estava magro e abatido. 

Mia: vou deixar vocês a sós –me olhou – não temos muito tempo. 

Rodrigo: Analú – caminhou até onde eu estava quando minha mãe saiu – o que você está fazendo aqui? – puxei ele pra perto de mim e nos abraçamos –.

Analú: não fala nada, por favor – ele me abraçou forte e ficamos ali por alguns minutos apenas sentindo ele perto de mim –.

Rodrigo: você é uma princesa, tu não poderia estar aqui. 

Analú: mas estou, você não está feliz? 

Rodrigo: claro que tô – passou a mão entre os cabelos – porra e como – segurou em meus braços me olhando de cima abaixo – você esta tão linda, eu to acabado um caco – ele deu uma risada triste –.

Analú: você continua tão lindo, continua aquele moreno lindo  –rimos – eu voltei de vez para o Rio, vou cursar direito e vou te tirar daqui você vai ver – ele deu outra risada triste e não entendi –.

Rodrigo: eu peguei 25 anos, fui condenado pela morte do meu irmão e por comandar aquela porra daquele morro – ele abaixou a cabeça –.

Analú: mas nós vamos dar um jeito, tem que ter um jeito.

Rodrigo: não tem Analú – ele voltou a me olhar – bem que eu queria mais não tem. E eu quero te pedir uma coisa... 

Analú: o que você quiser –  segurei em sua mão e ele apertou a minha –.

Rodrigo: quando você sair pela aquela porta finge que você nunca viveu isso, apaga da sua cabeça tudo que aconteceu de bom e ruim. 

Analú: Oi? Você tá falando sério? 

Rodrigo: eu preciso, você é nova cara... porra só 17 anos eu não quero que tu passe por isso Analú. Isso é uma vida desgraçada, eu não pedi pra ser assim mas infelizmente eu não dei sorte em nascer em um berço de ouro, cheio de pessoas boas ao meu lado e você teve essa sorte então aproveita – soltei minha mão dele e balancei a cabeça –.

Analú: eu vim te ver pra ouvir isso? Pra ouvir você me mandar embora pra sempre, é isso? – engoli o choro –.

Rodrigo: não fica bolada e nem com raiva, eu só preciso que você siga a sua vida como deveria ser. Se eu estivesse lá fora eu poderia mudar isso só que agora acabou Analú, não posso mais mudar. Tô fodido aqui dentro, tô cercado de gente ruim e se souberem de você – ele segurou em meu rosto e vi seus olhos marejados– eu nunca vou me perdoar por tudo que aconteceu com você e se acontecer algo pior eu acho que mato qualquer um sem dó nem piedade. 

Policial: o horário de visita acabou.

Rodrigo: faça isso, por favor Analú – ele me puxou e me abraçou forte, eu não tinha palavras era isso que ele queria – você sempre será minha princesa – falou baixinho em meu ouvido e me roubou um selinho antes de ser levado outra vez –.

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