Efeitos Colaterais

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Gabriela:

Já em casa, estávamos rindo um pouco em direção para o meu quarto, não estava ainda tudo muito bem, mas Marina, apesar da pressão com a chegada da noiva, estava tentando o possível para me animar, e estava conseguindo.

O meu quarto ficava no fim do corredor, passando antes pelo de Guida. Estávamos a caminho, eu olhava para o lado contrário da porta e por isso esbarrei com tudo em alguém que saía, não precisei olhar para saber quem era, depois da noite de ontem, reconheceria aquele cheiro em qualquer lugar...

Quando me virei para ela para pedir desculpas, constatei sua aparência abatida, o não era surpresa alguma diante da quantidade insana de álcool que ela deve ter ingerido. Fiquei parada a olhando, levemente absorta em lembranças, até sua voz me trouxe de volta a realidade.

— Tá bem Gabi?

— Eu? Tô ótima. - Mentira, mas não queria que ela soubesse disso - E você?

— Eu vou sobreviver... Desculpa Marina, nem te cumprimentei.

— Imagina, mas porque está aqui? Aconteceu alguma coisa?

— Sua mãe se sentiu um pouco mal hoje, mas não é nada com o que se preocupar, apenas um efeito colateral do remédio, já receitei a troca da medicação.

— Ai que bom... - Marina respirou aliviada -

— Olha meninas, foi muito bom encontrar vocês, e adoraria ficar e conversar, mas não sei descrever o quanto eu preciso da minha cama agora.

— Aposto que teve uma noite daquelas... - Marina disse em um tom malicioso para Samantha olhando para mim -

— Antes fosse... Enchi a cara mesmo, coisa que eu nunca fiz, mas... Desculpa gente, não quero entrar no assunto... Envolve a Olga e por isso prefiro esquecer. - Disse dando um aceno com a cabeça e passando por nós -

— Espera Sam... - Dei alguns passos em sua direção a pegando pelo braço - Tem certeza que pode dirigir?

— Estou cansada mas bem, até trabalhei hoje. Eu posso não lembrar nada depois da segunda garrafa de vinho, mas eu ainda lembro como se dirige. - Respondeu com um sorriso torto e foi embora -

Aquilo partiu meu coração um pouco, como assim ela não lembrava de nada? Ok, que ela passou totalmente dos limites, não cheguei a prestar tanta atenção, mas ela me pareceu ter misturado vinho com vodka e algumas coisas mais.

— Não fica assim Gabriela eu tenho certeza que... - A interrompi -

— Dói um pouquinho, não nego, mas até que dá pra entender... Vamos continuar deixando isso tudo de lado, talvez seja até bom que ela não lembre por hora.

Ela pode não se lembrar da nossa primeira vez, de quando me entreguei de corpo e alma a ela, da noite em que fui completamente sua, mas com toda a certeza ela vai se lembrar da próxima noite em que ela for minha...

Demos uma passada rápida no quarto de Guida e conversamos rapidamente, ela queria saber mais sobre o meu término, mas nós não queríamos nos atrasar para buscar Ana no aeroporto. Cada uma foi para o seu quarto e tomou um banho rápido. Quando chegamos ao caro Marina estava um pouco nervosa por isso perguntei se ela não queria que eu dirigisse.

Durante o caminho todo Marina mexia as mãos sobre o colo, achei fofo o nervosismo dela pela chegada da noiva, aposto que a saudade era grande, e claro também tinha o fato da grande revelação.

—Vai ficar tudo bem Marina, vamos chegar antes dela.

— Eu sei, estou pensando na mãe mesmo... Você ficou de me ajudar, mas até agora nada.

A noiva do meu irmão - Romance lésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora