Como tudo começou

5.5K 385 48
                                    

Gabriela:

Chego em casa e encontro a Guida tomando café com a enfermeira, as cumprimento e subo para o meu quarto para um breve banho antes de descer para o café. Quando a água bateu em meu corpo e fechei meus olhos, me lembrei de Samantha, da beleza de sua pele pálida, da maciez de seus seios... Quando percebi, estava com minha mão em meu seio, como se estivesse tentando relembrar a sensação da manhã...

— Samantha... - Suspirei pesado -

Ai meu Deus, que loucura...

Enquanto tomava banho, imaginava as mãos de Samantha ensaboando meu corpo até encontrarem meu sexo. Não era a primeira vez que me masturbava, mas definitivamente era pensando um uma mulher. Gozei sentindo um prazer novo, prazer esse que logo deu lugar à dúvida e um leve arrependimento.

— O que eu estou fazendo meu Deus...

Me enrolei de qualquer jeito na tolha e parei diante do espelho, sem conseguir me reconhecer na mulher a minha frente. O que acabou de acontecer no banheiro foi só a cereja no bolo.

Diante do que vinha sentindo, do que havia acabado de fazer e dos breves momentos com Samantha, era impossível não questionar minha sexualidade, algo que tinha certeza que estava muito bem definida.

É um sentimento angustiante não ter certeza mais sobre quem você é, de uma hora para outra ver ser tomada por sentimentos que nunca antes existiriam e passar a questionar todos os outros que vieram em sua vida antes deles. É claro que falo de Guilherme, meu noivo...

Quando ele me surpreendeu mais cedo fiquei alegre é claro, mas tinha alguma coisa diferente, não me senti radiante como esperava, não me senti presente naquele momento, na verdade pensei em como teria sido beijar Samantha naquele dia na minha cama em que nós quase...

O que nos traz ao ponto principal, o beijo roubado... Beijão diga-se de passagem. Não consegui prender um suspiro pesado só da lembrança.

Flashback ON

Após o banho, tomei café sozinha, já que Guida não aguentou me esperar. Mas ainda assim passei boa parte da manhã com ela, ela queria saber como tinha sido a "festa" na noite anterior. Contei algumas coisas, omitindo algumas partes constrangedoras é claro. Guida então se recolheu para descansar um pouco, a enfermeira era bastante firme e exigente, fazendo Guida seguir as recomendações médicas à risca.

Pensava em almoçar em casa, mas acabei saindo, fiquei de ligar para o Gui e também precisava dar uma passada na Índigo para ver como as coisas estavam. Disquei o Guilherme, mas só dava caixa postal, não achei estranho pois era frequente, estacionei meu carro e seguia para a entrada até ver Olga e Samantha à frente da clínica, dessa vez acompanhadas de Sarah. O clima ali não parecia nada bom, e tendo em vista o último encontro, aconteceria o mesmo.

— Oi Sam, bom dia dona Olga. - Resolvi interferir, quem sabe eu podia ajudar... -

— Pense bem no que falei Samantha... - Olga disse ao sair, acho que cheguei tarde demais -

— Eu pensei bem e quer saber...

Estava distraída com Olga saindo que não consegui reagir à pegada de Samantha, e que pegada.

Em um primeiro momento tentei reagir e negar o beijo, mas foi impossível uma vez que a língua de Samantha pediu passagem. Um milhão de coisas passavam em minha mente, menos parar. O encaixe era perfeito, seu gosto adocicado e sua língua dançava com a minha com uma delicadeza...

Tudo acabou tão rápido quanto começou, Samantha me largou e saiu sem nem olhar para trás, puxando Sarah com ela. Olga também não disse uma palavra, mas nem precisava, sua expressão era de pura fúria. E eu? Eu fiquei ali parada que nem uma boba tentando processar o que havia acontecido.

A noiva do meu irmão - Romance lésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora