Gabriela:
— Muito bem na verdade... O restaurante é meu Sam.
— Se... Seu em tipo... - Sam ficou surpresa, tão fofa ela assim... -
— Eu devia ter falado, não? Espero que isso não atrapalhe o jantar. Quer pedir agora? Gostaria de conversar um pouco antes, mas você tinha dito que estava com fome.
— Claro, fome...
— Peça o que quiser então, é por conta da casa. - Tento jogar aquele charme, mas me arrependo de leve ao lembrar de Marina ao telefone -
A princípio ela iria me mandar o contato do responsável pelo restaurante, mas quando disse que estava com Samantha, ela se prontificou a resolver, queria apenas que ela tivesse parado por aí, logo vieram uns "Pega ela de jeito heim...", "Não esquenta e segue seu instinto", "Qualquer coisa pede ajuda que aposto que ela te ensina com prazer..."
O jantar seguiu em silêncio regado a trocas de olhares, e dessa vez não me desviei, claro que não ia me jogar para cima dela, ainda não tinha me resolvido com o Gui, mas queria ao menos estar ao seu lado, até o momento que pudesse tomar medidas mais "energéticas".
Não ia partir para os finalmentes é claro, nem saberia o que fazer, mas admito que estava doida para dar uns amassos em Samantha. Não sei... Até pouco tempo estava com tanto medo, sobre o que estava sentindo, sobre minha família... Ainda tinha a Guida, mas contar com o apoio de Marina já era muito, me dava forças para ir em frente.
Eu me via a beira de um precipício, sem cordas ou rede de segurança e ainda assim, pronta para saltar.
— Eu sei que ainda temos a sobremesa Sam, mas queria conversar um pouco com você, pedir desculpas, no caso.
—Hoje cedo você foi...
— Impulsiva, inconsequente e mais alguns outros adjetivos eu sei... Mas antes de mais nada, queria deixar bem claro que a Sarah não teve nada a ver com nada, foi tudo ideia minha, se der pra chamar aquilo de ideia...
— Essa parte da Sarah eu acho bem difícil acreditar.
—Mas é sério, se ela disse eu alguma coisa nem escutei, não sei o que me deu... - Sei sim, mas ainda não é hora - Quando a Sarah chegou toda nervosa procurando você e falou que aquela safada era sua ex eu lembrei de você, do quase nada que me contou sobre o termino e quis ajudar, manter ela longe de você e dar um pouco de raiva nela. Sinceramente, por fazer algo tão horrível com alguém tão especial como você, ela merecia uma boa surra... - Peguei não mão dela, uma eletricidade percorreu nossas mãos novamente, mas dessa vez não soltei - Me desculpa mesmo.
— Vou pensar no seu caso... Samantha disse em um tom sério, mas pude ver um leve sorriso em seus lábios -
Quer provocar é? Que vença a melhor.
— Como se tivesse sido um sacrifício me beijar.
— Gabi... - Ela começava a ficar vermelha - Quer saber, você até que beija bem, mas foi só ok.
— Ok é? Poxa, me esforcei tanto para devolver à altura o que recebi no outro dia...- Me levantei de leve da cadeira em sua direção, apoiei as mãos na mesa ficando a centímetros do seu rosto - Posso ter outra chance para tentar mudar isso? - Me aproximei ainda mais -
Sua respiração estava extremamente irregular, provocação realizada com sucesso. Nossos olhos se mantinham presos um no outro, Samantha não se mexia nem eu, o que estava ficando muito complicado...
— Gabriela... Não me provoca assim, por favor... - Ela praticamente sussurrou – E a gente tinha combinado...
— Sem mais beijo por enquanto, eu sei. - Voltei ao meu lugar, mas não antes de beijar seu nariz deixando uma marquinha de batom - Que tal uma sobremesa agora? Bateu uma vontade de um açúcar... Garçom? - Fiz como se nada tivesse acontecido -
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A noiva do meu irmão - Romance lésbico
RomanceDepois de anos morando em Londres, Samantha volta ao Brasil para abrir sua própria clínica médica, em parceria com uma amiga. O que não esperava era retornar ao país e se encantar com uma jovem de cabelos vermelhos assim que descesse do avião, Gabri...