A noiva do meu irmão - Romance lésbico

Toda ação tem uma reação

Samantha:

— Estou te achando diferente amor... Não sei dizer o que, mas ainda assim... - Gabi soltou assim que ocupamos nossos lugares no avião -

A viagem foi tudo que imaginei e mais um pouco. A cada lugar em que levava Gabi eu sentia que o sentimento entre nós só crescia. Gostaria de ter ficado mais, pois a viagem foi fantástica, mas precisávamos voltar para a festa que teria na Índigo. Era uma exposição dos alunos, nada fora do comum, mas especialmente naquele dia Gabi anunciaria sua saída e oficializaria sua sucessão por Mariana, ou seja, faltar não era uma opção.

— E isso é um coisa ruim?

— Não! Pelo contrário, só quis dizer...

— Quer saber, me sinto diferente sim. Sinto que finalmente coloquei um ponto final no meu passado, me sinto mais alegre, com mais energia...

— Foi ontem não foi? Aquele lugar...

— Não só ontem, estar com você em todos aqueles lugares me deixaram assim, mas confesso que nossa visita de ontem era o ponto chave.

Eu vinha fazendo bastante progresso na terapia, chego a dizer que tinha dado quase um giro de 180° no que era antes, o que havia melhorado minha relação com Gabi e com todos. Ainda assim, haviam alguns detalhes do passado que precisava resolver.

A pedra final coloquei hoje quando visitamos o antigo internato. Deixei aquele lugar por último justamente por isso, por ter sido onde terminou meu passado ruim e meio que renasci das cinzas como uma Fênix.

Daqui para frete era vida nova... Não que já não estivesse sendo, mas sentia que desta vez todas as amarras tinham ficado para trás.

***

Chegamos em casa cansadas da viagem e enquanto eu fui direto para o chuveiro, Gabi caiu na cama.

— Levanta daí e vem tomar um banho Gabi, temos que nos arrumar logo.

— Temos 4h ainda amor, dá tempo de tirar um cochilo.

— Também estou cansada, mas... Gabi me interrompeu me puxando e me derrubando na cama -

— Deita comigo vai... Só até nossa hora marcada no salão...

— Hora marcada?

— Preparei tudo para a gente, ou seja, podemos dormir uma horinha e meia, tomar um banho rápido, vestir qualquer coisa e sair. Temos um time completo a nossa espera e nossas roupas já vão estar lá também.

— Quando fez tudo isso?

— Não é só a senhorita que sabe fazer surpresas... Agora vem e dorme que estamos perdendo tempo...

***

Foi pouco, mas aquele tempinho realmente deu uma revigorada em nossos ânimos... Chegando no salão, fomos atendidas por umas 8 pessoas. Cabelo, maquiagem, pé e unha, quase ao mesmo tempo.

Marina:

Hoje é um dia importante na vida de todos... Gabi vai se certo modo "crescer" um pouco e começar a assumir seu papel no Grupo Masterson, continuar seu legado. Mari, meu amor, meu tudo, estava dando um passo importante em sua carreira e vida, uma pequena mudança de curso claro, pois ela sempre viajou muito procurando os lugares e fotos perfeitos, mas como tudo na vida exige uma mudança em certo ponto, ela decidiu colo0car um pouco o pé no freio, criar mais raízes... Raízes estas que nos ajudariam a sustentar nossa família que chegaria logo...

Nesta última semana, enquanto as meninas viajavam em sua segunda lua de mel, começamos a discutir, definir um pouco mais o futuro, filhos e tal. Principalmente filhos... Mari seria a primeira a engravidar e logo em seguida eu o faria. Na prática estava tudo certo, faltava apenas encontrar um médico, uma clínica e um doador, ou seja, quase tudo... Mas já era um começo... Mesmo sem nada concreto iríamos dar a notícia para a família esta noite, após a festa.

Voltando à festa, ela estava linda... Os alunos da Índigo realmente se superaram este ano. Um pouquinho diferente dos anos anteriores, esta exposição destacava um pouco mais as produções audiovisuais, em especial as fotografias. Minha querida esposa é claro que estava puxando um pouco a sardinha para o seu lado.

Ainda que tudo estivesse correndo dentro do planejado, passei boa parte da tarde admirando Mari correndo de um lado para o outro do salão, se certificando que tudo estava perfeito, com apenas uma pausa rápida para irmos ao salão nos arrumarmos.

***

— Mari amor, descansa um pouco, faltam 15 minutos, se não está bom agora não vai ficar...

— Eu sei parei já, está tudo no lugar, só estou um pouco nervosa.

— Faz parte, é melhor ir se acostumando. Imagina quando nossos filhos...

— Nesse caso eu vou ser a mulher nervosa mais feliz do mundo. Mudando um pouco de assunto, falei com a Sarah agora pouco e ela disse que talvez vá se atrasar para a exposição, mas com certeza vai para nossa reunião particular depois.

— Ela passou mal de novo?

— Não disse, mas pelo tom acho que passou sim...

— Ela devia procurar um médico, não acho que seja uma virose como ela diz...

— Depois a gente conversa mais com ela, quem sabe a Samantha não coloca um pouco de juízo naquela doida. E falando nela, notícias das duas?

— Não cheguei a falar com elas, mas a Gabi me mandou uma mensagem quando chegaram e estavam à do caminho do salão.

— Elas vão chegar em cima da hora né? Queria passar com a Gabi antes de tudo algumas ideias que tive enquanto terminava de organizar a exposição.

— A Gabi te deu controle total lembra? Não precisa disso...

— Ah, eu sei... Mas sei a história que este lugar tem para ela, fora que ela tem a experiência...

— Nesse caso tem razão, mas qualquer coisa tem a minha mãe, ela sempre acompanhou tudo, vai poder te dar uma opinião.

— Falando na minha sogra, onde está...

Falando no diabo, minha mãe logo apareceu vindo em nossa direção. O problema é que sua cara não estava nada boa...

— Está tudo bem mãe, a senhora está passando mal?

— Estou bem, mas ainda assim quero que ligue para a Samantha, para a Gabi também. Qualquer uma das duas serve...

— Não entendi mãe...

— Só liga pra elas e vê se tá tudo bem. Eu estou sem meu celular e...

— Elas estão bem mãe, estão no salão se arrumando. A Gabi me mandou uma mensagem mais cedo.

— Liga pra elas por favor... Tô com um aperto no peito, como se alguma coisa ruim aconteceu... Por favor, liga pra elas.

Não via muito motivo para ligar para as duas, mas para tentar amenizar a aflição da minha mãe e fazer com que ela se acalmasse um pouco, atendi a seu pedido.

Liguei para a Gabi e foi direto para a caixa postal. Até aí tudo bem, aquela lá vive esquecendo de carregar o celular...

Liguei para Samantha em seguida e aconteceu o mesmo. Nesse momento um sinal de alerta ligou em mim, pois desde que conheço a Samantha, sempre que precisei falar com ela o celular nunca deu fora de área, na maioria das vezes ela atendia antes mesmo do terceiro toque...

— Já volto gente... - Disse tentando me afastar para tentar ligar diretamente para o salão -

— Ai meu De... - Minha mãe não completou e foi em direção ao chão. Por sorte Mariana foi rápida e a segurou -

Gabriela:

Samantha não era muito daquilo, de ir ao salão e ser paparicada toda, mas ainda assim, podia ver que ela estava se divertindo "enterrada" sob aquela montanha de gente. Essa "nova" Samantha estava me surpreendendo muito, tudo em um bom sentido é claro, me enchia o coração de alegria e orgulho ver ela assim, como deve ser.

Estávamos tão relaxadas e sendo tão paparicadas, que quase não notamos quando todas as luzes do salão se apagaram, e esse nem foi o problema pois após alguns segundos elas voltaram. A questão mesmo foi o que encontramos nos esperando quando "se fez a luz".

— Boa noite "filhinha". - Disse Olga cercada de capangas e com uma arma apontada para Samanta - Surpresa em me ver?