Eu encarava meu novo quarto no dormitório 69 e esperava o meu colega de quarto.
Estava nervoso, nunca tinha estudado em um internato, principalmente em um misto.
— E aí, idiota. - disse uma garota entrando no quarto.
Ela era bonita. Tinha os olhos azuis, cabelos longos e loiros e feições delicadas.
— Ah, Oi. - eu disse e cocei a nuca - Você....?
Ela largou uma bolsa pesada no chão e olhou pra mim com a sobrancelha esquerda erguida.
— Sou a sua colega de quarto. - a disse se jogando na cama da esquerda da porta.
Ela tinha um sotaque forte britânico e agia como se não ligasse pra nada.
— Pensei que....
Ela revirou os olhos.
— Eu sempre troco minhas colegas de quarto por garotos. - ela disse dando de ombros - Eles nunca roubaram meu shampoo ou algo do tipo.
Eu concordei meio sem graça.
— Eu sou o Polo, aliás.
Ela se sentou.
— Margot. - ela disse pegando um cigarro do bolso da blusa e o isqueiro do bolso do short.
Eu suspirei.
— Eu acho que isso é proibido... - eu comecei.
Ela tragou.
— Ah, sim. É proibido sim. - ela disse dando de ombros.
Ela se levantou.
— Vem, vamos encontrar o idiota do Bash. - ela disse saindo.
Eu olhei para a porta por onde ela tinha passado. Ela voltou e me encarou impaciente.
— Você vem ou não?
Eu balancei a cabeça e a segui para fora do quarto.
— Uma coisa que tem que saber novato. - ela disse e indicou com a cabeça um grupo colando anúncios no mural - Não incomode os Matletas, e eles não o incomodam.
Ela virou o corredor e bateu na primeira porta a esquerda. Na porta tinha um cinzeiro e uma placa escrito "Aberto do amanhecer ao anoitecer".
— Cuzão! - ela gritou ainda batendo na porta.
Ela abriu rapidamente e quase bateu no garoto que a abriu mas ele segurou a mão. Ele estava sem camisa mostrando todo das as tatuagens que tinha, seus olhos verdes pareciam divertidos ao olhar para ela.
— Olá, anjinho. - ele disse.
Ela soltou a mão de seu aperto.
— Não enche, Hardin. - ela disse - Cadê o Bash?
Ele deu de ombros pegando um cigarro do bolso da blusa dela e colocando entre os lábios.
— Eu não sei. - ele disse se aproximando dela - Ou sei?
Ele passou o braço pela cintura dela e pegou o isqueiro no bolso só short.
— Fala logo antes que eu resolva fazer uma nova cicatriz em você.- ela disse segurando a mão dele e deixando a amostra uma cicatriz no punho.
Ela puxou de volta o isqueiro e o guardou.
— Ele está a fodendo. - ele disse se reencostando no batente - Quarto 28, bloco C. Quer ser a empata foda?
Ela revirou os olhos.
— Diga a ele ir no meu quarto quando voltar. - ela disse se virando e dando dedo para ele.
Ele riu enquanto ela se afastava e eu a seguia.
— Quem era? - eu perguntei.
— Ninguém importante. - ela disse seguindo em direção ao que parecia um riacho que cortava o campo da escola e entrava na mata.
Ela parecia distante enquanto andava, perdida em pensamentos.
— E aí, Polo. - ela começou - Por que você está nessa de escola?
Eu dei de ombros.
— Não suporto meus pais. - eu disse.
Não era verdade, eu e meus pais nos dávamos bem, mas pareceu algo descolado na minha mente. Ela riu.
— É uma ótima razão para se enfiar nesse buraco de merda. - ela disse se sentando na areia a beira do lago.
Eu me sentei ao seu lado e a observei tirar os sapatos.
— Gosto de sentir o chão sob meus pés.- ela disse encarando meu rosto confuso - Para me certificar de que ele ainda está lá.
Eu sorri e tirei meus tênis.
— Você é inglesa? - eu perguntei.
Ela deu de ombros.
— Talvez. - ela disse pegando outro cigarro do bolso - Quer um?
Eu olhei para o cigarro que ela me estendia e peguei.
— É o seu primeiro? - ela me perguntou.
Eu concordei e ela sorriu.
— Me dá, não vai conseguir acender sozinho.- ela disse pegando o cigarro de novo.
Ela o acendeu e me deu, e depois acendeu o dela.
— E por que você está aqui, Margot?- eu perguntei e traguei.
E tossi, e tossi, e tossi muito. Ela riu de mim enquanto eu tentava me recompor.
— Ah, Polo. - ela falou se levantando - Vem, sei de um lugar onde tem bebida.
Ela começou a andar sem esperar para ver se eu a seguiria, mas dessa vez eu não hesitei.
— Bebidas? Tipo, alcoólicas? - eu perguntei quando eu a alcancei.
Ela revirou os olhos.
— Não, Polo, eu escondo suco de maçã no galpão. - ela disse sarcástica.
Ela sorriu de lado para mim e pegou a minha mão.
— Vamos, nesse ritmo não vamos voltar hoje. - ela disse e começou a correr.
No meio da mata tinha um galpão abandonado. Nós entramos lá e demos de cara com um garoto pegando várias garrafas do que parecia ser vodka.
— Filho da puta, mentiroso. - ela disse jogando o sapato na sua cabeça.
Ele gemeu se virando para nós.
— O que eu te fiz!? - ele perguntou passando a mão pela cabeça.
— Pensei que estivesse fodendo, não roubando minhas bebidas! - ela grita com ele.
Ele revirou os olhos.
— Pelo amor de Deus, sabe que quem está, ou vai foder é o Hardin.
Ela bufa.
— Você leva o Polo de volta pro nosso quarto, eu vou atrás do Hardin.
Ela se virou e saiu como um furacão. Ele suspirou.
— E aí, sou o Bash. - ele disse se aproximando - E não se preocupe, ela só é assim na maior parte do tempo.
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Shit
Teen FictionO último ano do ensino médio é muito importante, é onde nós começamos a nos preparar para a faculdade, pelo menos alguns de nós. Polo entrou em um colégio interno no seu segundo ano. Ele é doce e sensível e com certeza não estava preparado para conh...