Polo

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Depois que chegamos em casa, Margot subiu direto para o quarto e eu tentei segui-la, mas minha mãe me deteu ao pé da escada com várias perguntas e sermões.

Minha cabeça doía e ouvir ela gritar não ajudava muito. Vi Hardin subir as escadas depois de alguns minutos, hesitante, e Bash e eu trocamos olhares.

— Me desculpe mãe, mas eu já sou bem grandinho. - eu disse - Eu estou bem, e meus amigos também.

Ela suspirou.

— Deveria ter ligado. - ela disse.

— Eu mandei mensagem. - eu disse.

Ela me encarou com os olhos semiserrados e revirou os olhos.

— Vou temperar o peru. - ela disse saindo.

Bash, que está sentado no sofá cheirando a bebida, maconha e sexo, sorri.

— Gosto da sua mãe. - ele disse se levantando - E ela é bem gata.

Eu gemi.

— Por favor, a minha mãe não. - eu disse o seguindo escadas acima.

Ele me olhou com a sobrancelha erguida.

— Espera, você acha que se eu investir ela cede? - ele perguntou - Seu pai não tem feito o trabalho?

Eu o empurrei e ele riu.

— Calma, estou brincando. - ele disse - Ou talvez não.

Nós passamos pelo quarto de Hardin e Margot e ouvimos o que parecia o início de uma grande discussão.

— Eles não tem jeito. - disse Bash e então me empurrou para dentro do meu quarto- Ouvi dizer que perdeu a virgindade, Polly.

Eu revirei os olhos.

— É, foi. - eu disse.

A noite com Cordelia tinha sido boa, e ela não pareceu ligar quando eu deixei o nome de Margot escapar por meus lábios algumas vezes.

— E aí? - ele perguntou - Como foi?

Ele se jogou na minha cama e eu me sentei no amontoado de lençóis e travesseiros no chão.

— Foi bom. - eu disse - Melhor do que eu pensava, na verdade.

Bash riu.

— É porque ela sabia o que estava fazendo. - ele disse - Se tivesse perdido com uma virgem também seria uma merda.

Eu ri.

— Como foi a sua primeira vez? - eu perguntei.

Ele suspirou.

— Foi no nono ano. - ele disse - Com a Margot.

Eu arfei.

— A Margot!? - eu perguntei.

Ele riu.

— Pois é. - ele disse - Ela perdeu a virgindade com um amigo nas férias e voltou para a escola com os ânimos renovados.

— E Hardin...? - eu comecei.

— Eles começaram a ter algo nesse ano. - ele disse - Quer dizer, eles meio que sempre tiveram algo. Eles flertavam discreta, ou indiscretamente desde que Margot veio para a América, no oitavo ano. Mas eu acho que tudo mudou depois que a Margot perdeu a virgindade.

Eu o olhei confuso.

— Como assim?

Ele suspirou.

— Margot sempre foi uma garota confiante, foi criada para ser assim. - ele disse - Mas a sua personalidade ganhou um tom provocativo depois que ela descobriu o que fazer com o corpo. Todos os garotos notaram isso, alguns deram a sorte de experimentar como eu e Hardin, Mas todos os garotos da escola tem sonhos pervertidos com ela, com certeza.

— Mas vocês tiveram algo? - eu perguntei.

Eu bufou.

— Não! Margot é a minha melhor amiga, ela só tirou a minha virgindade porque queria que fosse com alguém que eu confiasse e que realmente se importasse comigo, e essas coisas.

Eu concordei.

— Sempre foi ela e o Hardin. Hardin e Margot são o que chamam de Endgame. - ele disse acendendo um cigarro - Eles talvez não saibam disso, mas eu sei, sempre soube, mas devo admitir que você deu uma abalada nas coisas.

Eu ri.

— E isso é ruim. - eu disse.

— Na verdade, foi muito bom. - ele disse - Você foi o empurrão que o Hardin precisava para dizer a Margot que a ama e que, na verdade, ele não transou com mais ninguém desde o nono ano.

Eu o olhei chocado.

— Espera, o que!? - eu perguntei.

Ele riu.

— Pois é, meu caro. - ele disse - O idiota é fiel. E, mesmo que a Margot nunca vá admitir para mim, eu sei que ela nunca transou com mais ninguém também. A não ser as suas preliminares.

Eu suspirei e pela primeira vez, me senti sujo. Eu era a outra, ou melhor, o outro. Eu era o mais próximo de um amante que a Margot já teve e isso me deixou enjoado.

— Mais alguma pergunta sobre a nossa rainha? - ele perguntou de maneira cínica.

Eu ri.

— Só mais uma. - eu disse - Vocês já conheceram a mãe dela?

Ele fez uma careta.

— Aquela mulher é o diabo. - ele disse - Ela é uma das financiadora da escola ou algo do tipo, e no primeiro ano do ensino médio ela foi fazer uma visita. Foram as piores horas da minha vida.

Eu ri e ele tragou.

— Ela é arrogante e prepotente, e a Margot fica tensa ao redor dela. - ele disse - E é quase impossível ver a Margot tensa, nem mesmo nos testes finais. E ela odeia tudo o que a mãe representa da elite inglesa.

Eu concordei.

— Ela é uma Lady, não é? - eu perguntei.

Ele concordou.

— A mãe dela é uma Lady Inglesa, o pai um lorde Italiano. - ele disse - Ela nasceu em berço de ouro com rubis cravados.

— Ainda existem lordes na Itália? - eu perguntei.

Ele deu de ombros.

— Não sei e não é problema meu. - ele disse e tragou.

Eu ri.

— Você conhece bem ela. - eu disse.

Ele deu de ombros.

— Ela não gosta de falar sobre ela, mas com o tempo ela deixa alguns pequenos detalhes escapar e no fim, você sabe muito. - ele disse.

Eu concordei.

— Acha que ela gosta de lá? - eu perguntei.

Ele tragou profundamente acabando com o seu cigarro.

— Da Inglaterra? Acho que ela não gosta da mãe, mas ama o lugar. - ele disse - Mas ela também ama a América, seus melhores dias foram aqui.

Eu concordei de novo.

— Agora vai dormir, Polly. - ele disse jogando o cigarro pela janela - Cansei de falar da Margot.

Ele se deitou e virou para a parede, incerrando o assunto.

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