Minha cabeça zumbia enquanto eu ouvia a ligação chamar.
— Ela precisa atender se não estamos muito fudidos. - disse Bash.
Eu sorri.
— Ela vai atender, fica frio. - eu disse.
Ele revirou os olhos.
— Ainda está bêbado. - ele disse.
E então ela atendeu.
— Mansão Melbourne, com quem deseja falar? - perguntou uma voz grossa.
— Margot Melbourne, por favor. - eu disse.
Fez - se um silêncio e então ela atendeu.
— Quem é? - ela perguntou.
— Sou eu, o Polo. - eu disse - Estou com saudades.
— Também estou com saudades. - ela disse.
— Pergunte a ela sobre o advogado. - disse Bash.
Eu concordei.
— Ah, sim. - eu disse - Margot, por acaso o seu advogado mora na América?
— Advogada, e sim, a Pamela mora na Califórnia. Por que?
Eu notei algo de estranho na sua voz.
— Está tudo bem? Parece abalada. - eu disse.
Bash bufou.
— Pelo amor de Deus, diga ela que precisamos de um advogado! - ele disse.
— Precisamos da Pamela. - eu disse - Estamos na cadeia.
— O que!? O que você fizeram? - ela perguntou alarmada.
— Foi uma briga de bar. - eu disse - O Bash começou.
— Eu não comecei, o cara que me deu o primeiro soco. - ele disse apontando pro maxilar roxo.
Eu suspirei.
— Vou ligar para Pamela. - ela disse - Ela vai soltar vocês.
Eu sorri.
— Obrigada, Margot. - eu disse - Sempre nos salvando.
— Temos que sair antes da meia noite. - disse Bash.
— A Pamela vai tira-los daí a tempo de comer a ceia. - disse ela - Diga a Bash para não se preocupar.
— Ela disse para não se preocupar. - eu disse.
— Em que delegacia estão?- ela perguntou.
Eu respirei fundo e me virei para o policial.
— Em que delegacia estamos? - eu perguntei.
Ele bufou.
— Malibu, décimo primeiro distrito. - ele disse - Só tem essa por aqui.
Eu concordei.
— Malibu, primeiro distrito. - eu disse.
— Décimo primeiro distrito. - disse Bash no bucal do telefone- Décimo primeiro.
Eu ri.
– Não entrem em pânico. - ela disse.
E então a ligação caiu.
— Acabou o seu tempo. - disse o policial.
— Mas eu nem disse que a amava. - eu disse.
Bash suspirou.
— Ainda bem que se poupou dessa vergonha. - ele disse - Pode tirar as algemas agora?
O policial fingiu não ouvir.
— Qual é, eu estou em uma sela! - ele disse.
O policial continuou impassível e ele bufou.
— Tá legal! - ele disse caminhando até o banco no centro da sela.
Eu me sentei ao seu lado.
— Estamos muito fudidos? - eu perguntei.
Ele olhou o relógio na parede.
— Ainda temos uma hora para sair daqui. - ele disse - Se não sairmos nessa uma hora, aí talvez tenhamos problemas.
Eu gemi e me deitei no banco.
— Essa foi uma péssima ideia. - eu disse.
— Eu concordo. - ele disse.
Eu ergui a cabeça.
— A ideia foi sua! - eu disse.
Ele deu de ombros.
— Mas você não me impediu. - ele disse.
Eu semicerrei os olhos.
— Isso é sério!? - eu perguntei.
Ele riu.
— Fica frio, ainda tá com o álcool lá em cima. - ele disse - Quando esse efeito passar você vai sentir dor, muita dor.
Eu suspirei.
— Você também não está nada bonito. - eu disse.
Ele deu de ombros. Ele estava com o maxilar roxo e seu nariz estava sangrando ainda, além do olho roxo.
— Cicatrizes da vida difícil. - ele disse e se voltou pro policial - Hey, me consegue um cigarro?
O policial revirou os olhos.
— Não pode fumar em lugares fechados, garoto. - ele disse.
Bash olhou para o teto.
— Mas tem sistema de ventilação! - ele disse.
O policial voltou a se calar e Bash suspirou.
— Que inferno. - ele disse.
— Vai se acostumando, porque é pra lá que você vai. - disse o policial.
Bash riu.
— Acho que todos nós vamos. - ele disse - Matar um assassino não o torna diferente dele pro cara lá de cima.
— Nunca atirei em ninguém. - ele disse.
Bash ergueu a sobrancelha.
— Traiu a sua esposa? - ele perguntou olhando a aliança.
Ele negou.
— Mentiu? Cobiçou? Desejou mal a alguém? - Bash continuou - Algum desses você fez, provavelmente a mentira porque todo mundo mente.
Ele se levantou e foi até a grade.
— E ainda por cima é um homem orgulhoso. - ele disse - Se acha melhor do que as pessoas que coloca aqui.
Ele cuspiu no sapato do policial.
— Mas você é só parte da escória mentirosa e oportunista da sociedade. - ele disse - E vai queimar no pior círculo do inferno.
O policial puxou Bash pela camisa o fazendo bater na grade.
— Solte o meu cliente! - disse uma mulher alta chegando.
Ela era negra, tinha os cabelos cacheados presos em um coque e usava terno. Era muito bonita.
— Solte, ou eu vou caçar o seu distintivo, policial Harris. - ela disse.
Ele soltou Bash que tinha um sorriso afetado nos lábios.
— Abra, quero falar com os meus clientes. - disse ela.
Ele bufou abrindo a sela e ela nos guiou até uma sala, sob o olhar atento do policial.
— Margot me ligou no meio da minha festa de família me dizendo para vir liberta-los. - ela disse- Sou Pamela Wallets, sua advogada, agora eu quero que digam detalhadamente o que houve.
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Shit
Teen FictionO último ano do ensino médio é muito importante, é onde nós começamos a nos preparar para a faculdade, pelo menos alguns de nós. Polo entrou em um colégio interno no seu segundo ano. Ele é doce e sensível e com certeza não estava preparado para conh...