Bash na foto.
Eu e Bash estávamos jogando cartas em silêncio quando eu resolvo falar.
— A quanto tempo conhece a Margot? - eu perguntei tentando parecer descontraído.
Ele riu.
— Está caidinho por ela, né? - ele disse.
Eu engasguei com a minha respiração.
— O que? Não. - eu disse.
Ele sorriu.
— A Margot é realmente apaixonante, mas é complicada. - ele disse - Além do lance com o Hardin.
Eu ergui o olhar.
— Lance?
— É, eles meio que tem um relacionamento aberto. - ele falou e balançou a cabeça - Eles são burros de mais para ver que isso não vai dar certo.Eu joguei minha carta.
— Por que?
Ele jogou a dele.
— Ela gosta dele, ele gosta dela. Ele é possessivo, e ela é controladora, a receita perfeita para dar merda.
Eu lancei a minha última carta e sorri.
— Ganhei. - eu disse.
Ele contou os pontos e bufou.
— Você é bom. - ele disse jogando o baralho na mesa.
Eu sorri e olhei para a porta.
— Ela não volta nem tão cedo, talvez nem hoje. - ele disse sem olhar para mim.
Eu concordei.
— Então ela será uma rara companhia. - eu disse.
Ele riu.
— Só precisa esperar ela e o Hardin se desentenderem, o que certamente não vai demorar. Estão sempre brigando.
Eu concordei novamente.
— Vamos nos divertir um pouco. - ele disse acendendo um cigarro e pegando uma garrafa de vodka da sua mochila.
Ele deu um gole da garrafa e me passou. Eu cheirei e tossi só com o cheiro. Ele deu uma risadinha e eu dei um gole e senti minha garganta queimar.
— Tem muito o que aprender, novato. - ele disse.
Eu fiz uma careta enquanto a queimação passava.
— Acho que deveria ir dormir, o primeiro dia de um novato é sempre péssimo. - ele disse se levantando - Vou deixar essa garrafa com você, desfrute com sabedoria.
— Não precisa. - eu disse mas ele já estava de saída.
Ele saiu e fechou a porta quando passou. Eu fui até a minha cômoda e peguei uma muda de roupa e fui até o banheiro comunitário tomar um banho.
Quando voltei Margot ainda estava fora então eu desliguei a luz e me deitei. Não estava com sono e fiquei encarando o teto. Acabei caindo no sono sem perceber.
Acordei de madrugada com um dos telefones públicos do corredor tocando. Eu acendi a luz e notei que o lado da Margot estava decorado.
Tinha um quadro na parede com várias Polaroids. Fotos dela na Inglaterra quando era criança, fotos dela e do Bash bebendo e fumando, fotos dela e do Hardin deitados na cama juntos.
Ela entrou no quarto e se sentou na cama.
— Desculpe se te acordei. - ela disse pegando a garrafa de vodka.
Eu dei de ombros me sentando.
— Tudo bem. - eu disse - Algo errado?
Ela bufou.
— Briguei com o Hardin. - ela disse como se isso explicasse tudo.
E talvez explicasse.
— Eu sinto muito. - eu disse.
Ela sorriu para mim.
— Não sinta, Polo. - ela disse e se deitou na cama ainda me olhando.
Então eu ouvi alguém parar na frente da porta. Ela olhou para a porta e eu me levantei e abri antes que ele batesse, ou desistisse de bater.
Ele estava lá, com a camisa do lado errado, a calça mal abotuar e o cabelo bagunçado.
— Posso falar com a Margot? - ele perguntou.
Eu olhei para a Margot que bebia a vodka oura como se fosse água. Eu fiquei meio indeciso, não sabia se ela queria ouvir ou queria apenas espaço, então ouvi a segunda opção.
— Eu acho melhor não, dê um tempo a ela. - eu disse fechando a porta - Tente de novo amanhã.
Ele suspirou frustrado.
— Mas que merda. - ouvi ele dizer ao fechar a porta.
Ela sorriu.
— Obrigada. - ela disse bebendo da garrafa.
Eu sorri.
— De nada. - eu falei e olhei as fotos - O que você e o Hardin tem?
Ela suspirou e olhou para as fotos também. Tinha muitas fotos com o Hardin, e muitas delas eles pareciam um casal fofo.
— Eu sinceramente não sei. - ela disse e suspirou.
Eu me deitei na minha cama e desliguei a luz. Ficamos em silêncio pelo o que pareceu horas, mas foram apenas minutos.
— Polo? - ela chamou.
— Sim? - eu respondi.
— Não durmo bem sozinha. - ela disse.
Eu assimilei aquela informação e hesitei antes de responder.
— Pode deitar comigo se quiser. - eu disse nervoso.
Ouvi a cama dela gemer e os pés dela tocando o chão. Eu abri espaço para ela na cama e ela se deitou, suas costas no meu peito.
— Nem ouse tocar em mim. - ela disse com a voz sonolenta porém firme.
Eu engasguei com a minha respiração .
— Não, eu nunca... - eu comecei.
— Shh...sei que não.
E então a ouvi cair no sono. Eu me ajeitei na cama e cai no sono também.
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Shit
Teen FictionO último ano do ensino médio é muito importante, é onde nós começamos a nos preparar para a faculdade, pelo menos alguns de nós. Polo entrou em um colégio interno no seu segundo ano. Ele é doce e sensível e com certeza não estava preparado para conh...