Margot

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Assim que Polo entrou no ginásio, Bash se virou para mim.

— O que está acontecendo, Margot? - ele perguntou.

Eu suspirei.

— Muita coisa. - eu disse - E eu não posso te contar.

Ou melhor, não quero que ninguém daqui saiba.

— Tem algo a ver com o nosso segredo? - ele perguntou.

Eu concordei.

— Ela está te castigando, não está? - ele perguntou.

Eu suspirei.

— Da maneira mais cruel. - eu disse.

Ele me olhou com os olhos tristes.

— Você não vai ficar, não é? - ele perguntou.

Eu neguei.

— Não conte ao Polo. - eu disse - Não quero que ele fique me olhando com aqueles olhinhos tristes o resto da noite, quero que minha última lembrança dele seja dele feliz.

— É? Mas você não vai estar aqui de manhã e então eu vou ter que ver aqueles olhinhos tristes o resto do ano! - ele disse.

Eu peguei as suas mãos.

— Por favor, Bash. - eu disse- Faça isso por mim.

Ele suspirou olhando em volta.

— Eu te odeio, Putinha. - ele disse- Odeio.

Eu sorri.

— Obrigada. - eu disse e tirei o cordão que eu usava, era em formato oval e era de ouro - Dê isso a ele amanhã depois que eu já tiver partido.

Ele pegou o colar e abriu, onde havia uma foto de todos nós no lago, sorridentes e felizes.

— Você quer deprimir o garoto ou o que? - ele perguntou- E quanto ao Hardin? Tem alguma coisa para ele?

Eu suspirei.

— Eu amo o Hardin, mas no momento eu preciso do amor do Polo. - eu disse - O amor que não cobra, que não quebra, que não apressa e que não machuca.

Ele bufou.

— Não te machuca, você quis dizer. - ele disse.

Eu segurei o seu rosto.

— Por favor, Bash. Com você eu tenho garantias de que no fim do ano você vai para Oxford. - eu disse com os olhos marejados - Com o Polo...talvez eu nunca mais volte a vê-lo.

Ele me encarou com dor no olhar.

— Você é a pior garota pela qual ele poderia ter se apaixonado, Margot. - ele disse- Sabe disso, não sabe?

Eu concordei encostando a testa em seu peito.

— Eu sei, sei disso. - eu disse.

Ele passou as mãos pelos meus cabelos.

— Tem pessoas que não dão sorte com colegas de quarto. - ele disse.

E nesse momento eu notei que aquilo se adequava tanto a Polo quanto a Inanna. Ambos deram o azar pegar um lado da mesma moeda britânica, que agora estava sendo deportada de volta às suas origens.

Como é irônica essa tal vida, hum.

Eu me afastei do Bash.

— Cuide dele enquanto estiver aqui. - eu disse secando as lágrimas - Depois do diagnóstico e agora com a minha ida...

Ele concordou.

— Vou cuidar de todos na sua ausência, minha rainha. - ele disse e fez uma reverência.

Eu ri e ouvi passos apressados.

— Não o encontrei em lugar algum. - disse Polo chegando ofegante.

Eu suspirei.

— Talvez seja melhor assim. - eu disse - Que tal uma caminhada pelo lago, Polo?

— Minha vez de procurar o resto de aborto. - disse Bash, indo em direção aos dormitórios e então jogou o maço e o isqueiro para mim - Você pode precisar.

Polo olhou para mim.

— Só nós dois? - ele perguntou.

Eu sorri pegando o braço dele e o guiando até o lago.

— Só nós dois.

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