Polo

20 1 1
                                    

Eu estava bebendo muito essa noite, tinha total noção disso, mas sempre que Cordelia aparecia com novas doses Margot ficava tão empolgada que todos íamos com ela.

— Um brinde! - ela gritou subindo na mesa de centro cheia de copos - As amizades merecedoras.

Cordelia gritou e toda a festa a acompanhou. Eu virei a minha dose observando Margot em cima da mesa. Ela começou a dançar de maneira muito sexy, me obrigando a desviar o olhar.

Bash conversava com duas garotas no sofá de couro e elas riram do que ele falava. Com ele parecia tão fácil, as garotas simplesmente apareciam para ele.

Com Hardin não era muito diferente. Várias meninas se sentaram ao lado dele e tentaram puxar conversa mas seus olhos estavam fixos em Margot.

E por que não estariam?

Eu me levantei e fui até o balcão onde havia as bebidas mais variadas que eu já vi disponível.

— Perdido, docinho? - perguntou Cordelia aparecendo ao meu lado.

Eu ri.

— Não, estou bem. - eu disse.

Ela bufou.

— Não está não. Vi como olha para a Margot, e como ela olha pro Hardin. - ela disse e bebeu um pouco - Está em um verdadeiro impasse.

Eu suspirei.

— Onde fica o banheiro? - eu perguntei.

Ela apontou para cima.

— Segunda porta depois das escadas. - ela disse.

Eu concordei indo em direção as escadas e esbarrando em muitas pessoas, mas sem nunca derrubar a minha bebida. Será que isso é alguma habilidade de bêbado? Eu ri do pensamento.

Eu cheguei ao andar de cima e estava bem menos caótico que o de baixo, até um pouco silencioso em comparação. Eu andei pelo corredor tentando me lembrar do que Cordelia havia dito quando passei por uma porta aberta.

Hardin descia o zíper do vestido de Margot enquanto a beijava vorazmente. Seu vestido caiu no chão e ele desceu os seus beijos pelo seu pescoço enquanto ela gemia de prazer. Ela apertou os seus ombros e as suas mãos desceram até a sua bunda, a apertando e a pegando no colo.

Eu continuei andando e entrei na primeira porta que eu vi, e era o banheiro. Eu me olhei no espelho, meu cabelo estava bagunçado e meus olhos, vermelhos pela bebida e por qualquer coisa que estivesse fumando lá em baixo.

Eu me inclinei sobre o vaso e vomitei tudo que tinha bebido e comido. Olhei o meu celular e vi várias chamadas perdidas da minha mãe. Mandei uma mensagem rápida dizendo que voltaria amanhã e me levantei, dando descarga.

Eu molhei o meu rosto tentando tirar a imagem das mãos de Hardin tocando Margot daquele jeito, mas ela repassava incessantemente, ferindo o meu coração como uma navalha afiada.

Eu saí do banheiro com a cabeça baixa e esbarrei em alguém.

— Ei, calma aí amigo. - disse Cordelia rindo mas seu riso morreu ao ver o meu rosto - Ah, droga. Você passou pelo quarto, né?

Eu suspirei e ela pegou o meu braço.

— Acho que eles estavam bêbados demais para lembrar de fechar a porta. - ela disse - Ou de se lembrar que precisão fechar. Vem, vamos afogar essa mágoa.

Ela me guiou para o seu quarto e fechou a porta depois que passamos. O quarto, grande e espaçoso, tinha várias garrafas de whisky espalhados pelos móveis, cheias e vazias.

— Sente-se, e me conte o que está rolando no seu coraçãozinho. - ela disse pegando o meu copo.

Eu suspirei.

— É que....eu não sei o que pensar! - eu disse me sentando na cama - É sempre a mesma coisa, ela vai, fica com ele, ele diz ou faz algo errado, e então ela volta pro nosso quarto, toda carente, e pede pra dormir comigo, e eu deixo! Alimentando a ilusão de que ela gosta de mim como eu gosto dela.

Ela suspirou me entregando o copo. Eu o virei de uma vez. Já não estava muito bem.

— Por que ainda deixa ela dormir com você? - ela perguntou se sentando ao meu lado.

Eu sorri.

— É a Margot, ela é...

— Incrível, sensacional, linda, intensa, complicada... - ela completou e suspirou- É, eu sei.

Eu olhei para ela que encarava o próprio copo.

— Você também é linda. - eu disse tentando fazê-la se sentir melhor.

Ela sorriu.

— Obrigada, mas eu sei que nem chego aos pés dela. - ela disse - Amo a Margot, é impossível não amar, mas as vezes é difícil estar perto dela.

Eu ri.

— Nem me fale. - eu disse - Sinto o mesmo estando perto de Bash e Hardin. Tipo, olha para eles! Deveria ser crime ser tão bonito.

Ela riu e eu ri também.

— Você também é bonito. - ela disse - Só lhe falta a confiança deles. A confiança muda tudo.

Eu suspirei.

— Talvez. - eu disse.

Ela olhou para a minha boca e como um reflexo, eu olhei para a dela.

— Confia em mim, Polo? - ela perguntou.

Eu olhei para ela.

— Eu deveria? - eu perguntei.

Ela sorriu e subiu no meu colo. Ela tocou o meu rosto e contornou o desenho da minha boca. Então ela me beijou intensamente.

— Até onde pretende ir com isso? - eu perguntei me afastando.

Ela sorriu.

— Até onde você estiver disposto a ir. - ela disse.

Eu olhei para ela e pela primeira vez, senti raiva da Margot. Raiva por ela fazer o que faz, raiva por ela brincar com os meus sentimentos assim. Eu apertei a sua bunda e ela arfou, voltando a me beijar.

ShitOnde histórias criam vida. Descubra agora