Eu acordei e Margot ainda não tinha voltado ao quarto, mas Bash estava deitado na cama dela.
— Bash? - eu chamei - O que faz aqui?
Ele rolou na cama e caiu no chão.
— Merda! - ele xingou - Margot dormiu com Hardin noite passada, então eu vim para cá.
Minha garganta secou ao ouvir suas palavras. Que jogos Margot estava jogando? Por que ela fazia isso conosco?
— Não se questione sobre os motivos da Margot, ela não precisa de motivos. - ele disse - Ela simplesmente...faz.
Ele se levantou e a porta se abriu e ela entrou, totalmente pronta para a aula.
— Ainda de pijama, meninas? - ela disse entrando com um bom humor reconhecível.
Hardin se escorou no batente da porta com um sorriso no rosto.
— Vamos nos atrasar se continuarem sem se mexer. - ele disse.
Bash riu saindo.
— Pelo visto a noite foi boa. - ele disse dando tapinhas no ombro de Hardin enquanto passava por ele.
Eu me levantei e peguei o meu uniforme.
— Bom dia, Polo. - disse Margot tirando a minha franja da minha testa enquanto eu fechava a gaveta.
— Bom dia, Margot. - eu disse tentando soar natural mas tenho certeza de que pareci seco.
Eu saí do quarto e fui em direção ao banheiro.
— Está bravo comigo. - disse Margot me acompanhando.
Eu dei de ombros.
— Não estou, Margot. - eu disse - Talvez Bash tenha razão, eu só me decepciono porque eu tento te entender, quando eu deveria só deixar você ser.
Eu entrei no banheiro.
— Já que é impossível te entender mesmo. - eu disse.
— Está entendendo, garoto. - disse a voz de Bash em algum dos boxes.
Ela suspirou.
— Não se sinta mal por não me entender. - ela disse - Nem eu mesma me entendo as vezes.
Eu respirei fundo.
— Eu só não sei se eu consigo participar dos seus joguinhos perversos. - eu disse - Talvez eu só não esteja preparado para você ainda.
Ela segurou a minha mão.
— Polo, eu gosto de você. - ela disse - Realmente gosto.
Eu tirei minhas mãos das suas de maneira delicada.
— Mas ama o Hardin, só não quer admitir isso. - eu disse - Porque você não o entende, e tem medo de só se machucar ao lhe dar uma chance.
Bash abriu uma das cortinas.
— Uau, isso tudo é um verdadeiro oito deitado. - disse ele saindo nu do box - Polo gosta da Margot mas tem medo de ela o machucar. Margot ama Hardin mas tem medo de ele a machucar. Hardin ama Margot mas sabe que não é o que ela precisa e se sente ameaçado por Polo, e tudo se repete.
Margot suspirou e se virou para o espelho. Nós três nos encaramos pelo espelho por um tempo e então Bash riu.
— E nós temos um impasse. - ele disse pegando a sua cueca e a vestindo, ainda molhado.
— Tudo depende de você, Margot. - eu disse me virando para ela - Só, escolha com o coração, prefiro vê-la feliz com ele do que infeliz comigo.
Bash vestiu a calça e bateu em meus ombros.
— Esse é um menino honrado. - ele disse e beijou a minha bochecha - Ainda vai se fuder muito na vida por isso.
Ele colocou a camisa e saiu ainda a abotuando.
— Espero você com os meninos.- disse Margot saindo e me deixando sozinho no banheiro.
Eu respirei fundo e fui tomar o meu banho. Nunca me senti assim, mas parecia que havia o anjinho e o diabinho em meus ombros.
Você fez a coisa certa, ela merece o melhor.
Mas você é o melhor, deveria lutar para mostrar a ela que você é o cara certo.
Eu balancei a cabeça tentando tirar a Margot da minha mente, o que foi inútil já que ultimamente ela era tudo o que eu pensava.
Eu saí do banheiro e fui em direção ao meu quarto e o telefone público ao lado da minha porta tocou. Eu hesitei mas atendi.
— Alô? - eu disse.
— Polo? É a mamãe. - ela disse do outro lado - Você virá para o Dia de Ação de Graças, não é?
Eu cocei a nuca, tinha me esquecido desse feriado.
— Vai vir me buscar? - eu perguntei.
— Mas é claro! - ela disse - Pode chamar alguns amigos, se quiser. Você fez amigos, não fez?
Eu revirei os olhos.
— Sim, mãe. - eu disse - Eu tenho amigos.
Ela riu.
— Claro, te busco na sexta. - ela disse - Eu te amo.
— Eu também te amo. - eu disse.
Eu desliguei e fui em direção a sala de aula. Eu entrei e Hardin estava sentado ao lado da Margot, então eu me sentei ao lado de Bash.
— Por que a demora, Polly? - perguntou Bash.
Eu dei de ombros.
— Minha mãe ligou. - eu disse - Queria falar sobre o Dia de Ação de Graças.
Margot se virou para nós.
— Qual é o nome da sua mãe? - ela perguntou.
— Ãh, Amy. - eu disse.
— Ela é gata? - perguntou Bash.
Eu o olhei com a testa enrugada.
— Ela é a minha mãe, cara. - eu disse.
— Está faltando com o respeito, Bash. - disse Hardin.
Margot ergueu uma sobrancelha.
— Olha quem fala. - ela disse.
— Margot, Hardin, Bash e Polo. - chamou a professora - Interrompo?
Margot suspirou.
— Vamos ao lago hoje, conversamos lá. - ela disse se virando para frente - Pode falar professora.
A professora revirou os olhos e Bash riu.
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Shit
Teen FictionO último ano do ensino médio é muito importante, é onde nós começamos a nos preparar para a faculdade, pelo menos alguns de nós. Polo entrou em um colégio interno no seu segundo ano. Ele é doce e sensível e com certeza não estava preparado para conh...