1. Tentando um recomeço

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Antes de ler, fecha teus olhos e fala pra Deus para que Ele possa abençoar você e todos aqueles que também lerão este livro. 🙌❤
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Maressa em Prova de Fogo
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— ¹Essas provações apenas põe à prova a fé que vocês têm, para verificar se ela é forte e pura ou não. Ela está sendo experimentado como fogo prova o ouro e o purifica e a fé que vocês têm é muito mais preciosa para Deus do que o simples ouro; portanto, se essa fé permanecer firme, isso resultará em muito louvor, glória e honra no dia em que Jesus Cristo for revelado. — suspiro, fechando a Bíblia.  — Como se fosse fácil. — murmuro.

  A cada dia que passa tem sido difícil suportar. Tenho tentado me agarrar a Deus de todas as formas possíveis, mas a minha oração não flui; o meu louvor é morto e por mais que eu tente consertar este erro...não consigo!
  Não, não! Deus não é o culpado. Eu é quem permiti que essa tristeza se alojasse dentro do meu peito e por mais feliz que eu esteja em Sua presença, não consigo transparecer isso no meu rosto, porque o pior sentimento entre o ódio e o amor, infelizmente, a minha conclusão é de que o amor é o pior sentimento de todos!
  Também não deixei de amar porque o mesmo me feriu ou porque não souberam me dar amor, porém tenho medo. Sim, durante esses meses longe da minha possível felicidade, — ainda tenho dúvidas disso, — mas tenho medo.
  E quem foi que disse que nesse meio tempo não ouvi falar que era necessário lidar com as ausências, que eu precisava ter estrutura, que nem todo mundo iria permanecer em minha vida? Por que ainda não lidei? Simples. Era alguém que vai fazer parte do meu futuro, que iria me completar, que seria meu exemplo na presença de Cristo! Levou tempo para eu descobri que ERA ELE! Levou ano para receber a confirmação do Alto e também fazem exatamente um ano que DEUS se calou! Nada. Absolutamente nada. Nenhum sinal, nenhum sonho, nenhum...nada!

  Duro é que ninguém compreende. Pessoas já me disseram que eu poderia tentar permitir conhecer outros amores, me permitir ser amada por alguém que realmente dê valor a esse sentimento. De início, concordei com essa probabilidade. Mas como se dá o primeiro passo se quando quero, logo penso que estou o traindo?

— Hum, lendo a Bíblia. — Ethan surge, me dando um pequeno susto, porém não demonstrei.

— Sim. — abro um sorriso pequeno.

— Hoje a aula foi muito empática. Fiquei admirado com a sabedoria da professora. — comenta, sentando ao meu lado.

— Já reparou que todos os dias você diz isso? — ergo as sombrancelhas.

— É porque antigamente eu tinha uma super curiosidade em estudar a matéria, mas não me sentia obrigado, porque não fazia faculdade, porém, hoje me vejo numa obrigação de aprender sobre o assunto pois, futuramente, serei um psicólogo profissional. Então, para mim, está sendo como uma mina de tesouros livre para qualquer um desfrutar de suas riquezas. — comenta, empolgado.

— Te entendo. A psicologia é realmente incrível. Estudar a mente humana é incrível.

— Isso mesmo. Você está bem? Nem adianta dizer que sim, porque seus olhos dizem outra coisa.

  Ele era assim. Durante todo esse tempo é um único que não tenho escapatória! Sempre que me pergunta, tenho que responder sem desviar sequer uma vírgula do assunto. Mas, ultimamente não quero seus conselhos. Até entendo. Parece que o mesmo cansou dos meus mesmos assuntos. Infelizmente nossa amizade foi interrompida pelos meus desabafos.

— Ethan, você sabe o que é. E não precisa me dizer mais nada, porque já sei o que vai falar. Estou evitando conversar com você porque de uns tempos para cá, percebi que a nossa amizade tenha sido somente sobre minha vida. Eu nunca parei para te perguntar sobre a sua família, nunca perguntei se você já teve uma namorada, o por quê evita tanto falar de sua infância... — olho bem no fundo de seus olhos. — quem é você?

Ele solta uma risada abafada.
Ethan não é feio. Pelo contrário, sua pele escura, cabelo preto e traços significativos lhe deixa mais belo. Ele tem um rosto simpático e sou apaixonada pele seu tom de pele.

— Então vamos nos conhecer. Voltando até aquela humilde lanchonete, na cidade de Filip's , cena um. Ação! — brinca. — Olá, bom dia senhorita. Em quê posso ajudar?

— O de sempre, por favor.

— Não, não, não, para uma moça tão bela como você e para um dia tão maravilhoso quanto esse, sugiro um açaí...

— Mas, moço... — interrompi. — o senhor não tem que me sugerir nada. Traga o de sempre, por favor.

Ele me olha perplexo e eu seguro o riso.
— Cavala é o seu nome, não é mesmo? Ok, está anotado seu pedido e não volte sempre. — fala e finalmente solto a gargalhada que estava presa. — Eu me lembro que foi bem grossa comigo quando  apareceu lá com sua madrasta.

— Não gosto que se refira a ela dessa forma. Pode dizer "mãe". Ela, com certeza é uma verdadeira mãe para mim. — sorri ao me  lembrar do rostinho meigo de Lo-Ruama. Estou morrendo de saudades dela e de minha irmãzinha. Principalmente do meu pai.

— Me desculpe.

— Relaxa. — olho o movimento das pessoas ao meu redor. Estávamos sentados na praça do campus da faculdade.

— Não tenho "família". Para mim, família significa muita coisa bonita, mas, no meu caso, não se encaixa. Considero como um grupo de parentescos. — viro meu rosto e encontro o seu com uma expressão confusa. — Ninguem sabe exercer a sua função: a tia não sabe ser tia, a avó nem se fala, quanto menos o pai e a mãe.  Uma "família" em que cada um vive individualmente, não existe confraternização... Entende? Já tive duas namoradas e nenhum desses relacionamentos deu certo. Acho que pelo fato de eu ser muito sozinho, me tornei um namorado grudento e não queria que elas saíssem com seus amigos.

— Sofreu com a perda delas?

— Não muito. Eu as deixei ir. Foi um alívio tanto para elas quanto para minha pessoa. — explica. — E você? Gosta muito dele, não é? O que aquele cara tem? Muito doce?

— Não quero falar sobre ele. — desvio o olhar.

— Falar de quem você sempre amou lhe incomoda? — insiste, firme.

— Esse é o problema: "eu o amo". E não queria sentir isso. — suspiro.

— Já experimentou...

— Já! Já orei, clamei, gemi, supliquei e Deus não tira esse sentimento do meu coração! — altero um pouco a voz.  — E também não me diz o motivo de não querer tirar! Se é amor, porque está me fazendo sofrer?

— Eu disse que você poderia tentar...

— Ethan? — passo a mão no rosto, irritada. — Entenda: EU JÁ TENTEI. E NÃO. NÃO ESTOU PRESA AO PASSADO. Tudo faz parte de um propósito, de uma provação que Deus vai me usar para tratar pessoas que vão precisar de mim...

— Que propósito, Maressa?

— EU NÃO SEI! — grito, mas logo me arrependo. — Você não acha que eu, também, estou tentando achar respostas? Respostas claras e concretas? Definitiva?

— Tudo bem. — inspira. — Como pode estar tentando achar respostas de um propósito que nem conhece? É só isso que quero entender.

— Você ama a Deus? — escondo a irritação em minhas palavras.

— Óbvio!

— Tem convicção de que ama um Deus que nunca viu, correto? Mesmo que tenha tido experiências com Ele, porém nunca o seus olhos o enxergaram, correto?

— Sim. — dá os ombros.

Coloco minha Bíblia dentro da mochila e levanto-me.
— É isso. — digo e o deixo sozinho.

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¹ 1 Pedro 1:7

MARESSA em Prova de Fogo. (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora