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  Acordei muito ansiosa. Meu coração está acelerado e que eu me lembre, não tem nenhum evento em que eu precise apresentar em público.
   Nossa, mas estar ansiosa é ruim demais. Pior ainda por uma coisa que você não sabe. 

Eu einh!

— Bom dia, minha princesa. — mamãe beija minha testa. — Que cara é essa?

— Juro que nem sei. Acordei estranhamente ansiosa.

— Ansiosa? Mas...

— Não me lembro de nenhuma atividade que me deixa assim, porém estou muito ansiosa. Estou almejando... Que o dia passe logo. — sentei-me na cadeira, fitando o nada, em seguida.

— Estranho.

  Depois do café, corri para a meu primeiro dia de aula na nova faculdade. Não quis que meu pai me lavasse. Eu precisava voltar a caminhar pela Nova Filip's. Ela realmente está maravilhosa.

  Ao me aproximar do incrível estabelecimento com uma calçada super decorada, avistei os meninos conversando alegremente.

— Bom dia. — cumprimento.

— Bom dia, lindinha. — diz Samuca. — Ansiosa?

— Bastante. Dormiram bem na casa nova?

— Fora os roncos de Samuel, sim. — comenta Malik.

— Dia cansativo, você queria mais o quê? Não precisa reclamar só de mim, pois quem foi que dormiu tarde conversando bobagens com Emanuelle?

— Não enche, cara. — revirou os olhos. — Olha lá, a garota está lhe chamando. — aponta para uma direção e sigo. Era uma jovem de semblante cristão, junto com um grupo de amigos.

— Já volto. — retira-se.

— Quem são eles e o que querem?

— Samuca os conheceu através de um grupo na rede social. Se travava de alunos do curso designer gráfico. — explica.

— Hum. — encarei meu relógio no pulso. Ainda?! Que demora para o tempo passar!

— Como estás, menina linda do meu coração? — me puxa pelo pulso, abraçando-me em seguida. Seu abraço era tão bom.

— "Tô" bem. — me conforto em seu peito. — Gosto quando faz isso. Uma pena que não vai durar por muito tempo.

— Por que? Ah, já entendi! — diz com ar de riso. — Minha varoa querida que vai ter esse abraço para o resto da vida.

— Hum... Esse negócio está realmente sério, einh?

— Bastante.

  Desfiz o abraço.
— Vamos entrando?

— Primeiro as damas.

(...) 🔥

  Conheci alguns professores e estes são muito legais. Recebi elogios de alguns que souberam das minhas notas e empenho no curso. Ethan, também, foi super elogiado por outros que souberam pelo professor ao qual lhe dava dicas extras.

  Não sei que milagre não comentaram sobre a minha péssima apresentação em grupo. Aquilo foi uma catástrofe! Minha professora me chamou para conversar depois da aula. Repreendeu meu comportamento e implorou para que aquilo não acontecesse novamente.
  Será que não notou que se tratava de coisas internas? Este, literalmente, é o dia em que não quero me lembrar mais.

— O que foi Ethan? — pergunto ao ver o mesmo digitando numa velocidade absurda.

— Nada. — responde, seco.

— Fala! — pego o celular de sua mão e escondo atrás das costas. — Ei?! Por que está com raiva? — ele bufa, irritado.

— Minha prima. — suspira.  — Ela me mandou um áudio, dizendo que minha família está completamente irritada pelo fato de eu ter me mudado e não ter passado lá para poder dar um "oi". Talvez não saiba, mas desde quando estávamos morando em São Ângelo, eles me pediam dinheiro. Eu mandava. Só que não sei que destino essa grana tomava, porque todos os dias era mesma coisa! Agora estou desempregado e meu plano é construir ou minha casa.

— Quantos de sua família trabalha?

— Eu morava com minha avó. Ela recebe benefício, meus tios fazem biscate e meus primos não trabalham e nem pretendem. As coisas não costumam durar lá dentro, porque apenas dois dos meus tios fazem biscate. Um deles faz compra separado. Então o resto é sustentado pelo benefício de minha avó. É isso que me dá raiva. Maressa, não posso fazer nada por eles. Preciso focar em minha faculdade, no meu emprego, pois não sei como vou manterei aquele aluguel de pé nos próximos meses. Paguei três adiantado junto com Samuel. Estamos na luta para trabalhar.

— Você sabe muito bem que a nossa cidade já está com bom recurso. Se você se recorrer à prefeitura, vai conseguir achar vagas em diversos lugares de Filip's. — explico, lhe entregando o celular de volta. — Agora vê se dá uma boa resposta a sua prima e coloca um sorriso no rosto, porque bravo você é feio.

— Não posso responder ela irritado, vou acabar pecando se falar demais.

— Vamos mudar de assunto? Onde está sua amada?

— Não falei com ela ainda. Samuel está demorando de mais e estou morrendo de fome. Preciso comer. — indaga.

— Não se preocupe que minha mãe já preparou a mesa. Tenho certeza disso.

— Sua mãe é uma pessoa muito hospitaleira. Sou muito grato a sua família por estar nos ajudando até encontrarmos uma porta. — sorri.

—  Espero que seja seu último agradecimento, porque já está ficando chato. — revirei os olhos.

— Boba. — me abraça. — Você sabe que vou cuidar de você enquanto estivermos solteiros, depois te cuidarei apenas em oração.

— Obrigada. Você não tem noção do quanto sou grata a Deus por ter te colocado  em minha vida. Não sei o que seria de mim sem os seus conselhos. — sorrio.

— Seu semblante está bem melhor do que antes. Vê se mantém durante um bom tempo.
 
  Essa é a minha intenção, porém preciso ficar preparado para encontrar alguém pessoalmente. Oro aos céus para que isso não aconteça, mas tenho certeza que vai ter um determinado dia em que Ele vai me fazer dar de cara com Diego.

— Desculpa atrapalhar esse momento fofo, mas temos que ir. Estou morto de fome.

— Sério? Era essa nossa intenção, mas tínhamos que ser solidários e esperar o mariquinha terminar não sei o quê! — Ethan debocha.

— Reduza suas palavras, porque eu não estava passeando pelo prédio e sim em sala de aula.

— Gente, estou com fome. Dá para começar a caminhar? — assim quando perguntei, um carro buzina atrás de nós.

— Querem uma carona?

  Meu pai é um herói mesmo.

— Tio, você é o máximo! — Samuca comentário, empolgado.

 
  Chegando em casa, nem tomamos banho porque o cheiro da comida atraiu nossas narinas e principalmente o estômago.

— Mãe, por onde tio Luke anda? Acabei de lembrar dele aqui e me culpo por ter o esquecido.

— Meu amigo? Então a última vez que o vi foi no meu casamento, mas ele sempre está me mandando mensagem e num relacionamento seríssimo com Ester. Seu pai estava até marcando dele passar uns dias aqui, não é amor?

— Sim, chamei justamente por causa da concentração que vai haver aqui na praça, reunindo várias Igrejas. Ainda não acertei nada, porém disse que provavelmente virá.

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Vocês lembram de Luke?

MARESSA em Prova de Fogo. (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora