4.1

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   Ei? Ei? E a oração?

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   De uma coisa é muito certa: eu não podia parar de caminhar. Todos os dias me cobrava isso. Escrevi na tábua do meu coração que ir avante é a melhor opção para esquecer o momento sofredor. Eu iria me acostumar. Acredito nisso.

— O que tanto pensa? — mamãe surge na porta.

— Em nada. — sorrio. Sempre tentava disfarçar com um sorriso a mentira, mas... Sou muito transparente. Não consigo.

— Quero que seja muito sincera comigo. Acho que tenho uma intimidade com Cristo muito profunda para minha filha não desabafar com a própria mãe. Ainda bem que tenho um amigo que me revela. — senta-se ao meu lado.

— Por que quer que eu seja sincera? Não sou transparente o suficiente?

— É por isso mesmo que estou pedindo para que seja, pois sua fisionomia não condiz com o que sai de seus lábios. — segura meu queixo. Seu olhar era solidário e sempre me fazia chorar. Talvez o tempo tenha passado. Não tenho mais fôlego para isso. — Cadê aquele rapaz?

— Me fez um bem danado, mas me destruiu na mesma intensidade.

— Ele é o jovem que o pastor sempre diz estar com saudades?

— É.

  Contei todos os sonhos para ela porque precisava de uma resposta! Eu precisava que alguém se compadecesse de mim.

— Maressa... — levanta e começa a caminha de um lado para o outro. Nervosa fiquei com aquela expressão assustada que ela aplicou. — Filha... — senta-se ao meu lado. — Meu bem, o que vou dizer é muito sério. Não sei se vai querer prosseguir, se vai achar que vai valer a pena...

— Mãe, nem sei se vale a pena continuar com esse sentimento dentro de mim, mas entenda uma coisa: não sou eu quem obrigou ele a continuar aqui. — coloco a mão sobre meu coração.

— Acredita no poder das trevas? Isso não é uma história de conto de fadas ou de lendas. Estou falando sério.

— Sim.

— Quando você me disse que ele viu aquele animal vestido de noiva e no chão que vocês corriam existia... — ela suspira. — Compare esses dois elementos com uma determinada religião.

  Foi nesse momento que a ficha caiu. Assustada fiquei porque desde o início da nossa amizade ele me contava planos que o inimigo queria realizar. Sempre achei que ter uma amizade com Diego seria uma batalha espiritual devido a tamanha obra que Deus tem a realizar através da palavra na vida dele e o inimigo com uma certa fúria ou a vontade de o ver servindo.

— Como não pensei nisso antes? — franzi o cenho.

— Acho engraçado de você não estar assustada.

— Eu não tenho medo dessas coisas. Já sabia que a nossa amizade estava sendo observada e sendo vítima de certas porcarias. O diabo trabalha na vida de Diego pelo pensamento. É tipo assim: uma hora ele fala que está te amando. De repente, depois de um certo tempo, ele muda e se sente incapaz de levar aquele sentimento adiante. Me entende? — pergunto frustrada.

— Te entendo. Satanás conhece os pontos fracos das pessoas. E sofre por isso?

— Faz pouco tempo que descobri que  não sofro por ele e sim por um propósito ao qual tem dias que desconheço e nem sei se ainda existe ou se já existiu. É meio confuso para os terceiros, mas Quem me colocou nessa prova bem sabe.

MARESSA em Prova de Fogo. (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora