Capítulo 3 - Virgindade e preservativos de chocolate

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“Este é o nosso quarto, cabelo rosa.” Diz enquanto coloca a sua roupa no armário. Mas que novidade, não me digas que este é o nosso quarto, Einstein! O moreno deixa-se cair na cama e o ranger da mesma faz os meus ouvidos doer “Portanto, esta é a nossa cama.”

“Preciso de cartão.” Vejo Harry a franzir as sobrancelhas e a olhar para mim confuso.

Eu podia tentar explicar as razões dele ser pouco inteligente e não perceber para que é que quero o cartão, mas não o posso fazer, pois, na verdade, ninguém me compreende e não vai ser este semi conhecido que me vai compreender logo á primeira. Os meus pensamentos sem nexo são interrompidos pelo moreno.

“Para que é que queres o cartão?”

Decido ignorar a sua pergunta, acho que ele já está a querer saber demais e não lhe permiti isso. Levanto-me da cama da cama e direciono-me à cozinha extremamente assustadora e escura, sou seguida pela abentesma que o Harry se tornara, tento abrir gentilmente a gaveta, mas ela decide virar-se contra a minha força – problema dela – mando um misero pontapé na gaveta e tento abri-la novamente, mas a minha força parece não ser suficiente.

“Vais acabar por parti-la, cabelo rosa.”

“Para de me chamar «cabelo rosa», já te avisei que para ti sou Karma.”

“Porque é que te chamas Karma? É tão… estranho?”

Lá está ele com a mania das perguntas. Mas que mal fiz eu a deus para merecer isto?

“Enquanto os meus pais estavam a ter relações sexuais o preservativo rompeu e aqui estou eu, fruto da irresponsabilidade deles, bem, sou mais o karma (enquanto crença)” encolho os ombros.

Harry ria-se às gargalhadas, as suas covinhas estavam mais salientes que nunca, os seus olhos tinham um lindo brilho de humor e  aquilo era uma junção perfeita. Nunca tinha reparado na sua beleza, mas de facto, esta abentesma à minha frente é bonita – mas eu não quero saber.

“Tu tens esse nome porque és o karma da irresponsabilidade dos teus pais?” pergunta divertido.

Foda-se, cala-te e ajuda-me a abrir a gaveta.” Levanto-lhe o dedo do meio.

Harry coloca as suas grandes mãos no puxador da gaveta e puxa-a levemente, vejo-a deslizar perfeitamente o que me leva a pensar que Harry é mágico e que, provavelmente, me vai lançar um feitiço qualquer ou até mesmo matar-me. Eu não estou segura com ele, espero que a minha mãe esteja ciente disso. Eu avisei-a! Ela provavelmente vai ficar sem a sua linda filha. O que é que a merda da gaveta tem contra mim? Volto a encarar a maldita criatura, as minhas mãos alcançam o interior da gaveta.

“Compridos, algodão, tesoura, preservativos…” o meu cérebro começa a raciocinar “Espera lá, preservativos? Como assim eles guardam preservativos na gaveta da cozinha?” elevo a caixa da “Control” bem à frente dos olhos verdes da abentesma.

Ele deu-me um sorriso malicioso. Estive prestes a arrancar-lhe os olhos e a fazer um perfume com eles, mas decidi acalmar-me, ainda iria presa e não quero isso para a minha vida – quer dizer, nem era assim tão mau, era péssimo.

“Chocolate addiction!” Harry diz tirando-me a caixa da mão.

“Oh, adoro chocolate!” Deixo escapar, as minhas bochechas começam a ferver e nem sei ao certo porquê. Mas que porra, Karma? Tu estás envergonhada?

O Harry olhou novamente para mim e para o pacote de preservativos e lambeu os seus lábios. Se eu gostasse de pessoas ia achar isto extremamente sexy, mas eu não gosto, portanto é repugnante.

 Ignorei os meus pensamentos psicóticos e decidi continuar a minha caça ao cartão. Harry colocou novamente os preservativos na gaveta e fechou-a delicadamente – não percebo mesmo porque é que a gaveta não gosta de mim.

Avisto cartão perto do caixote do lixo ao fundo da cozinha, preparo-me para caminhar até lá, mas o grande rapaz de olhos verdes decide meter-se no meu caminho.

“Karma, tu és virgem?” a minha boca abre-se num perfeito “o”.

“Mas que caralho de pergunta, Harry?” Tento parecer ofendida – e no fundo estou – mas a minha suposta exclamação sai mais como uma pergunta extremamente vulnerável.

“Estava só a perguntar, não precisas de ficar assim. “ Desvio o meu olhar do seu devido à intensidade.

“Quem te disse que sou virgem?!” Refilo.

“As tuas atitudes… a maneira como ficaste envergonhada, como me ignoraste quando eu…”interrompo-o.

“Quando tu tentaste ser um idiota total” estalo. “Oh esquece, não tentaste, tu já és!”

Eu vou matá-lo, vou mesmo. Porque é que ele não pode ser um leão domesticado?

Agarrei rapidamente nos bocados de cartão e corri para o quarto – com algum medo de partir o soalho, admito.

Apresso-me a dividir a cama ao meio, colo o cartão com fita-cola – que trouxe na minha mala, para o caso de ter de calar alguém.

“Perfeito!” Digo orgulhosa ao ver a divisão que tinha feito na cama.

“Mas que raio?” Harry entra no quarto e franze as sobrancelhas.

“Nada de dormir juntos, nada de contacto físico, nada a ver contigo.” Encolho os ombros.

“Tu passas-te, não és mesmo normal.” Ele diz friamente.

Acordo quase desidratada, mesmo quase no nível de derretimento máximo, se não fosse o calor e a desconfortável cama, atrever-me-ia a dizer que tinha desfrutado de uma bela sesta. Levanto-me e ando até à minha mala e tirei de lá roupa interior e algo para vestir. Arrastei-me, como uma orca, para a casa de banho. Ligo a água para que ela possa aquecer, e vejo uma gigante sombra na parede.

“HARRY! FODA-SE! HARRY! AJUDA! PUTA QUE PARIU! DESPACHA-TE! HARRY! VOU MORRER! AI SANTA MÃEZINHA! AI QUE ME VAI DAR UM CHELIQUE!”

A porta da casa de banho abre e em reflexo mando a roupa que tinha na minha mão para a cara de Harry. Ele segura no meu sutiã chocado. Tiro-o da sua mão e salto para o seu colo – coisa que nunca faria se não fosse uma situação destas.

“Karma, acalma-te! O que se passa?” ele pergunta enquanto escondo a minha cara no seu pescoço.

ESTA KARMA É TÃO CROMA, AI AJUDA! É MESMO MUITO IMPORTANTE PARA MIM QUE VOTEM E COMENTEM, EU SEI QUE É UMA PORCARIA EU ESTAR A PEDIR DESTAS COISAS, MAS É MESMO MUITO IMPORTANTE PARA MIM. 

oh é a vida que eu não tenho. 

KARMA »h.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora