Capitulo 18 - Pesadelo

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Harry ainda dorme após a sua longa noite fora. Consigo sentir o intenso cheiro a perfume feminino, consigo ver o seu cabelo estranhamente despenteado, consigo ver as manchas de batom rosa na sua t-shirt branca que endereça o chão. Ele teve uma noite animada. O nojo consome o meu corpo e decido ir almoçar sem chamar o rapaz, como Anna me pedira para fazer.

Sento-me no meu habitual lugar e choco o meu olhar com a querida lasanha.

 Nada melhor do que pizza e lasanha.

Sem grande fome dou debicadas no conteúdo existente no meu prato, está um ambiente demasiado pesado, mas eu também não quero saber. Não tenho paciência para pessoas. Não tenho paciência para responder a perguntas e muito menos tenho paciência para fingir que estou bem quando, na realidade, estou uma merda.

“Bom dia!” felicita Harry com a sua voz super rouca que, já o conhecendo minimamente, mostra que acabara de acordar.

Anna e Peter respondem em uníssono enquanto eu apenas brincava com a lasanha.

Oh deus dos judeus, porque é que me tiras a fome? Porque é que isto me está a acontecer? Como assim não tenho fome?!

Harry senta-se ao meu lado, como sempre, e dá-me um olhar intenso que, segundo os seus olhos, quer saber o que se passa. Limito-me apenas a pegar no copo com água e refrescar a boca, eliminando assim qualquer tipo de contacto visual com aquele ser de olhos verdes.

“Então, Harry, como foi a noite?” Peter tenta obter respostas para saciar a sua curiosidade sobre a grande noite de Harry Styles.

“Foi boa! Estava a precisar de me distrair.” Responde o rapaz um tanto entusiasmado.

“Eu entendo-te.” Peter cai numa gargalhada juntamente com Harry.

Sem qualquer tipo de vontade para rir ou até mesmo conversar, levanto-me da mesa e coloco o meu prato na banca. Todos me olham claramente chocados, mas eu não quero saber. Eu não tenho que lhes dar qualquer tipo de explicação e, para além disso, eu ainda estou extremamente sensível e deprimida após a lembrança da minha família.

Visto os meus calções de cinta subida e uma camisola que aparece ao de cima e calço as minhas all star brancas, já velhinhas. Estou pronta para explorar Cabo Verde.

Parece impossível, mas a vontade de sair daqui, de ir para bem longe consumiu-me. Estas pessoas que são capazes de me deixar com um sorriso de orelha a orelha conseguem, no segundo a seguir, fazer com que ele fuja. Assim que Anna e Peter sairam para trabalhar, Harry entra no quarto.

Por algum motivo pensei que nunca mais o precisava de ver, oh esse era o dia mais feliz da minha vida! Era mesmo!

“Vais sair?” Pergunta puxando os calções pelas suas pernas.

“Vou.” Digo simplesmente.

“Para onde?”

“Que tens a ver com isso?”

O moreno dá-me um olhar recheado de confusão que me faz rir na sua cara. Sem tempo para mais conversas, abandono o quarto e preparo-me para enfrentar o terrível calor Cabo Verdiano.

“Eu vou contigo!” Harry grita enquanto a sua t-shirt desce pelos seus braços, passando pela cabeça e assentando perfeitamente no seu tronco musculado.

“Não vens.”

“Que caralho se passa?” Questiona.

Não se passa nada. Há alguma coisa para se passar?

KARMA »h.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora