Capítulo 30 - Ainda duvidas?

297 29 10
                                    

  Sentia a minhas mãos a tremer enquanto levava o telemóvel de Anna até ao ouvido, o som irritante da chamada soa nos meus ouvidos e, infelizmente, não ouço nenhuma resposta do outro lado. Apenas a minha respiração descontrolada e desesperada se consegue ouvir antes de uma mulher irritante começar a falar. Desligo a chamada e deixo cair o telemóvel na mesa de madeira maciça, talvez isto seja um sinal que estava a fazer o errado.

  Levanto-me quase sem forças do banco e planeio voltar para a cama, tentar dormir. Na minha cabeça pairam dúvidas como “o que ele estará a fazer?” ou “ele está sequer a pensar em nós?”, sacudo os pensamentos para bem longe e foco-me apenas na crença da chamada não ter sido atendida significar nada mais, nada menos do que um sinal para me fazer desistir desta ideia absurda de ir a correr para os seus braços, agora.

  Assim que abandono a divisão e me arrasto pela sala de estar ouço um barulho que faz o meu coração parar por breves segundos. Um vibrar frenético na mesa da cozinha chama a atenção dos meus ouvidos, movo a cabeça em direção à luz que o objeto eletrónico imite. Eu estou a vê-lo, não estou louca. Finalmente, os meus pés ganham coragem, tal como o meu corpo e numa súbita corrido alcanço o telemóvel. Harry está escrito no ecrã, sem tempo para pensar atendo.

“Anna, desculpa se estás preocupada comigo. Eu devia ter-te dito que não ia ficar em casa esta noite.” Ouço a sua voz no outro lado da linha. Como ela fica linda ao telemóvel.

Limito-me a rir silenciosamente com as palavras do moreno, sempre tão correto.

“Anna? Está tudo bem?” pergunta, claramente, preocupado.

“Harry…” Paro para ganhar coragem e depois de um breve fechar de olhos, prossigo. “Eu não quero pensar. Só quero estar contigo.” Admito.

“Karma!” Profere extremamente surpreendido. “Pensei que estivesses a dormir como uma pedra, como fazes sempre que cais na cama.” Reviro os olhos com o sucedido.

“Pára de me ignorar, por favor.”

“Não te estou a ignorar, vês? Até te estou a responder.” Ri-se desalmadamente como se tivesse graça.

“Obrigada por me fazeres sentir uma idiota. Enfim.” Digo já um pouco arrependida.

“Estou a gastar o meu precioso tempo a falar contigo enquanto podia gastá-lo ao teu lado.” O meu coração ganha um ritmo alucinante e eu temo não aguentar.

Gay.” É a única coisa que consigo dizer.

“Vou ter contigo, agora.”

  Uma ansiedade cresce dentro de mim e transborda. Coloco o telemóvel de Anna no sitio onde estava anterior mente e corro para a casa de banho. Não me julguem, mas os nervos vão-me vontade de fazer necessidades líquidas! Dou voltas e voltas no mesmo sítio e finalmente decido ir para o quarto, tentar acalmar-me.

  Sento-me na velha cama que responde com um fraco ranger e lembro-me da primeira vez que me deitei nela. Ela rangeu, rangeu bem alto. Eu mal me podia mexer devido à estúpida divisão feita em cartão. Eu realmente tinha feito isso? Eu estava louca? Talvez eu fosse louca antes de conhecer o Harry ou talvez agora é que realmente o seja. Batuco os dedos na minha barriga enquanto espero miseravelmente que o tempo passe. Porque é que ele está a demorar tanto tempo? Será que não vem? Sei que Harry virá, mais tarde ou mais cedo, porque ao contrário de mim ele é uma pessoa decente. Imagens de nós neste quarto passam pela minha cabeça, eu estou a endoidecer, literalmente. Primeiro a divisão, agora todos os momentos, até mesmo as coisas mais mínimas.

  Pareço ouvir um barulho vindo da cozinha, levanto-me rapidamente para alcançar a maçaneta da porta de madeira branca e velha, mas alguém o faz primeiro que eu.

  O vulto do Harry aparece bem na minha frente, tapando-me a boca para impedir o meu grito de susto. Assim que o meu coração para de bater rapidamente devido ao susto que apanhara, o moreno destapa-me a boca e fecha a porta atrás de si.

“Fico feliz por seres minimamente inteligente ao ponto de saberes que eu iria gritar.” Brinco com o rapaz dos olhos verdes.

“Não se trata de inteligência.” Pisca-me o olho. “És demasiado previsível.” Comenta.

“Vieste até aqui para me ofender?” coloco a mão sobre o peito e faço uma cara de choque.

“Não, na verdade vim aqui porque pediste.” Sorri amavelmente.

“Pedi? Não me lembro de ter pedido algo.” Brinco com a sua escolha de palavras, pois na verdade eu não lhe tinha pedido nada.

“Podes não ter pedido verbalmente, mas eu senti na tua respiração e na tua voz, minha cara colega de quarto.” Subestima-me.

“Sentir? Tu sentes?” questiono teatralmente.

“Essa é uma questão que se deve colocar a ti, não a mim.”

“Ou seja, tu sentes?” tento virar o jogo a meu favor.

  A verdade é que já não se trata apenas de uma brincadeira, mas sim de algo muito mais profundo. Todo este jogo de palavras vai levar-me onde quero: saber o que ele sente. O meu coração palpita com ânsia da sua resposta.

“Ainda duvidas?” pergunta tão calma e profundamente.

  As minhas pernas ficam bambas, o meu estômago parece estar a destruir-se aos bocadinhos e no meu peito vinte mil borboletas foram soltas. Eu estou no paraíso?

“Não respondas às minhas perguntas com perguntas!”

  Harry move-se para mais perto de mim enquanto os seus olhos se colam nos meus tão apaixonadamente. Ele é tão lindo e quero-o tanto. Agarra a minha cintura e puxa-me para perto de si e, ao meu ouvido, sussurra um breve “Por favor, diz…” uma das suas mãos sobem até à minha face onde o seu polegar acaricia a minha bochecha. “Sentes ou não?” pergunta a medo.

“Ainda duvidas?” 

isto está extremamente estranho?!!!!!!!!!! 

POR FAVOR, não me matem pela demora. eu tive teste de história A e foi muito complicado e olhem que costumo tirar boas notas! 

provavelmente este capítulo é uma aberração. 

Vou tentar postar mais rápido visto que tenho apenas apresentações orais para preparar esta semana. 

Ah, informo que a fic provavelmente está para acabar... eu não sei ao certo quantos mais capítulos vai ter!! oooops 

love you guys 

happy catraia

KARMA »h.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora