Estou aqui há mais de meia hora e já tirei mais de cinquenta selfies estúpidas, tento ignorar os risos que ouço vindos da cozinha: uma imensidão de risos misturados, até Anna se ri.
Controlo a enorme vontade que tenho de ir coscuvilhar o telemóvel do meu querido companheiro de quarto. Nunca gostei daquelas raparigas que não têm confiança nos namorados e que invadem a sua privacidade e veem mensagens, chamadas, tudo… mas eu não tenho nada para fazer e estou terrivelmente insegura em relação ao Harry, embora ele não seja nada mais que um amigo. Ele tem raparigas tão melhores que eu, como a Amy por exemplo. Amy… odeio este aperto que fico no estômago quando penso na probabilidade de vê-los juntos.
A minha curiosidade vence e vou até à caixa de entrada do moreno. A ultima mensagem tinha sido recebida antes de jantarmos, na noite passada, e era nada mais nada menos da Amy. O meu coração parece bater cada vez mais devagar e o medo apodera-se de mim, assim que abro a conversa, a porta do quarto abre-se.
O moreno com os olhos super brilhantes e de ainda sorriso no rosto entra rapidamente no quarto. Fico em choque a olhá-lo, ele provavelmente vai matar-me. Olha-me e parece fazer um “click”.
“Ah, está aqui!” Apressa-se a caminhar até à cama e tirar-me o iPhone. “Andava à procura de…” a sua boca abre-se e os seus olhos alternam da tela do seu telemóvel para mim. “Karma, o que é que estavas a fazer?”Pergunta sereno.
Odeio quando o Harry fica assim, não consigo decifrar o que pensa ou sente. Ele parece neutro. Não consigo interpretá-lo e isso mata-me.
Eu realmente passo a vida a fazer porcaria, se for a ver o meu nome foi escolhido a dedo, encaixa perfeitamente.
A rapariga da personalidade forte e fria deu o seu lugar a uma Karma vulnerável e insegura; A uma Karma que tem medo de perder.Nunca ninguém foi interessante o suficiente para mim, nunca ninguém me fez subir os níveis cardíacos como ele faz. Eu não sei o que ele tem, mas sei que pode ser grave.
“Eu estava só…” tento arranjar uma desculpa que encaixe na perfeição, mas nada aparece na minha mente. “Bem, eu estava…Oh!” Atrapalho-me nas minhas próprias palavras e Harry sorri ironicamente.
Preciso da Karma de antigamente, preciso que ela volte. Volta agora, por favor, eu preciso de uma boa desculpa. Ou então posso dizer a verdade e parecer uma desesperada. Vou pelo caminho mais fácil: ser um ser detestável que não quer saber do que os outros pensam ou sentem.
“Ainda não me respondeste.” Senta-se no fundo da cama, junto aos meus pés.
“Eu estava só a tirar fotos estúpidas!” falo rapidamente com um sorriso nervoso no rosto.
“Nas mensagens, portanto…” abana a cabeça negativamente.
“Eu não vi nada, juro.”
“Ias ver se eu não entrasse.” Acusa.
Levanto-me da cama, a grande custo pois o meu interior parece estar a ser destruído. Desde quando é que me tornei tão sentimental? Odeio sentimentos, quero fugir deles, mas quero ser minimamente feliz. Entendem?
Posiciono-me bem na sua frente e faço-o olhar para mim.
“Vamos lá ver uma coisa Harry…” início. “Eu não quero saber da porra das mensagens, entendes? Eu quero sinceramente que isso se lixe. Tu sabes perfeitamente que me estou pouco fodendo para o que fazes com as outras. Tu sabes que eu não nutro qualquer tipo de sentimento por ti, certo?” Deixo a questão no ar, mas assim que o moreno abre a boca para responder, apresso-me a falar, antes que mude de ideias. “Certo! Tu podes fazer o que quiseres com a Amy ou até mesmo com a minha mãe. Força vai fodê-la agora. Estás a ver a minha cara?” Aponto estupidamente para a mesma. “Parece-te preocupada?” Finalizo.
Um enorme aperto no peito consome-me. Sinto o meu interior a desmoronar-se, estou em decadência. Um turbilhão de sentimentos reinam em mim, eu odeio-me por ser assim. Odeio ter que o afastar. Sinto as pernas bambas e deixo-me cair no chão. Sou fraca, muito fraca. Esforço-me ao máximo para não me desmanchar em lágrimas, uma vez que comecei, vou levar esta ideia a avante.
Harry finalmente me encara, apercebo-me de uma quantidade mínima de água à volta dos seus olhos. Este apressa-se a fungar e remover qualquer tipo de prova que mostre que está destroçado com as minhas palavras. Eu sou um monstro.
O meu coração – acho que voltei a ter uma pedra de gelo – quase parte quando os seus verdes olhos caem sobre os meus e não me olham da mesma maneira. Sinto-o distante e eu sou a causa disso.
“Não queiras que eu brinque contigo como tu brincaste comigo este tempo todo.” Fala rudemente.
Harry levanta-se e caminha em direção à porta, abre-a e antes de sair, sorri. Eu não sei se ele está a ficar maluco, mas sei que, por este andar, me vai deixar maluca.
“Eu vinha convidar-te para ir jantar com a tua mãe, mas calculo que não queiras vir, mas podes vir.” Fala com tom de gozo.
«mas podes vir.» isso significa que ele quer que eu vá?
Levanto-me do chão, incrivelmente confortável, e ando até ele. O meu corpo parece que ganha vida própria e que o quer.
“Harry…” murmuro. “Eu posso ir?” Pergunto feita estúpida.
“Dava-me mais jeito que não fosses, sabes é que assim podia foder a tua mãe à vontade.” Pisca-me o olho.
O meu estômago contorce-se de nojo e raiva. Eu estou prestes a explodir e abandonar a Ilha. Eu não vim para aqui para me apaixonar; eu não vim para aqui para me desorientar. Eu quero voltar para Londres, para bem longe de Harry.
Assim que a porta se fecha consigo gritar um “Não te esqueças do preservativo, desta vez.”
Eu pessoalmente não gosto deste capítulo, mas conto com bastante emoção no próximo!
» OKAYYYY ESTOU A VER OS MENINOS EM ITÁLIA!!!! TÃO LINDOS
Muito obrigada pelos votos e comentários no último capítulo! SÃO AS MELHORES <3
happy catraia
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KARMA »h.s.
FanfictionA descoberta do amor pode mudar as pessoas. E foi isso que aconteceu com Karma, após ter conhecido Harry. Uma típica rapariga fria que descobre sentimentos ocultos na escuridão do seu pequeno e congelado coração, que vive momentos inesquecíveis num...