Capítulo 13 - Casamento - Rainha dos jogos psicológicos

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“Será que não podes apenas ficar aqui comigo, sem perguntas?” Resmunga extremamente seco, deixando-me completamente à toa. Este rapaz está a levar-me à loucura em pouco tempo.

“Não entendo.” Abano as mãos freneticamente como se isso fosse mudar alguma coisa – no fundo, só demonstra o quão desesperada e louca estou. “Não entendo nada disto!” Indago.

“Não entendes o quê?” Pergunta claramente ofendido, deixando-me a mim arreliada com esta conversa.

Não estou a entender nada do que se está a passar aqui.

“Estás a deixar-me doida.” Acabo por dizer, saindo derrotada.

“Isso não é mau de todo.”

“Pois não, é péssimo!” Reviro os olhos ao moreno que é capaz de me levar limite. “Se já disseste tudo o que tinhas a dizer – que foi nada – já me posso ausentar da tua presença?” Questiono relutante.

“Tu disseste que ias ficar aqui comigo.” Não entendo o que quer de mim, se me quer raptar então força.

“Eu não disse isso! Tu estás a dizê-lo! Porque caralho é que tenho de ficar aqui contigo?” Elevo o volume. Não tenho um temperamento fácil e este rapaz está a fazer com que eu perca a paciência e desande do mundo dele. A sua boca continua um túmulo, não há indícios que vá ser aberta. “Explica-me!” Grito, literalmente. “Ou me explicas ou eu vou mesmo embora e juro que nunca mais me pões os olhos em cima.” Adiciono.

“Karma…” Repreende-me. Sim, desta vez não vou fazer o joguinho dos nomes porque não estou com a mínima paciência.

“Eu estou-te a avisar, estou a falar muito a sério.” Cruzo os braços ao peito mostrando o meu descontentamento. Um longo suspiro sai da boca de Harry. “Sabes que eu não dou uma merda para as pessoas, sabes que eu odeio pessoas e sabes que vai ser fácil nunca mais me veres.”

Sei que não é o facto de ele nunca mais me ver que o vai fazer explicar-se porque, na verdade, ele não quer saber de mim. Ele lá quer saber se nunca mais me vai ver, mas por um lado, pareceu-me uma boa ideia para o chantagear. Quão burra és, Karma?

“Não.” Diz rapidamente. Parece que a minha chantagem resultou! Rainha dos jogos psicológicos. “Não vás lá para fora ou embora ou algo do género…”ele parece desesperado? “Eu explico-te, mas por favor, não vás ter com o tal Richard…” quase me sussurra.

Ele está demasiado sério e eu já me arrependi de ter insistido com ele para falar, mas no fundo eu quero saber, quero saber porque raio é que ele está a fazer disto um filme.

“Okay, então é melhor começares, antes que eu decida ir lá para fora ter com o lindinho do bar!” Pisco-lhe o olho, recebo um revirar de olhos e um pesado suspiro. “Bem, parece que tenho mesmo de ir ter com o Richard…”

“Estás a fazer-me sentir uma merda.” Ele diz seco. “Que eu saiba eu era o teu único amigo.”

“Sim e és…” penso rapidamente em algo que o possa magoar – não sei porque faço isto, mas tem de ser. “Mas eu nunca te disse que és lindo ou que gosto de ti ou até mesmo que gosto de falar contigo, és meu amigo porque és das únicas pessoas que falei, entendes?” Digo fria.

Quase vi o seu interior a partir-se aos poucos e senti um pouco de culpa, coisa que nunca me tinha acontecido e fazia-me sentir uma merda ainda maior. O seu olhar ficou escuro como nunca o tinha visto antes e a sua expressão apresentava desprezo.

“Vai lá ter com ele, foda-se.”

Senti uma vontade de ficar e pedir desculpa, de repente toda a vontade que tinha de ir ter com Richard sumiu-se. Eu não tenho o direito de fazer isto à única pessoa que me consegue aturar.

“Eu não vou.” Quase sussurro. “Eu quero ficar aqui.” Bufo. “Contigo… acho eu…”

“Karma, tu não podes passar a vida a brincar comigo, assim não dá. Pensas que podes dizer ou fazer tudo o que queres, mas não podes. As pessoas têm sentimentos e tu não podes passar a vida a magoá-los, será que não entendes isso?”

“Tu fizeste-me chegar ao limite, Harry. Eu sou assim, sei lá.” Encolho os ombros. “Irritaste-me e eu… e eu…” Harry interrompe-me, não me deixando acabar a fala.

“E tu disseste exatamente o que sentes.” Finalmente a sua floresta verde examina os meus pequenos e esbugalhados olhos. “Figura de parvo que eu ia fazer ao dizer-te que estava a morrer de ciúmes sem saber porquê.” Mexe freneticamente no seu cabelo.

“Ciúmes? Tu estavas com… ciúmes?” Questiono perplexa.

Agora tudo faz sentido. Este ser à minha frente estava simplesmente com ciúmes, ele estava adoravelmente a ter um ataque de ciúmes. Eu sou sempre tão tapadinha. Eu não quero que ele sofra, pois ele é mesmo o meu único amigo e, sinceramente, não quero ter mais nenhum. Não quero perdê-lo.

“Isso também não é importante…” ele vira costas. Seu pilas, tu ficas adorável com ciúmes. Mas continuo a odiar-te.

Passaram-se horas desde que Harry saíra daquela sala, eu nunca mais o vi. Provavelmente está no quarto que os Angel lhe proporcionaram para passar a noite. Caminhei até ao meu suposto quarto, como é que as pessoas ainda se aguentam em pé? É que já passam das 2 horas da manhã! Talvez o álcool lhes dê mais resistência.

Abro a porta lentamente e a luz acende-se automaticamente. Uau, gente rica. Uma grande cama redonda ocupa um grande espaço no quarto. O quarto é esplêndido, super bem decorado a preto e cinzento.

Não estou bem comigo e não quero dormir sozinha, pois tenho estado habituada a dormir acompanhada. Saio novamente do grande quarto e ando até à porta em frente ao meu quarto na esperança de o encontrar. Bingo!

Um Harry em modo anjo estava deitado na cama, num sono profundo com o seu telemóvel no peito e os fones nos ouvidos. Como é que ele é tão atraente de boxers? O seu corpo é tão bem definido e deixa-me completamente babada – por muito que não queira. Fechei a porta atrás de mim cautelosamente e andei até onde estava a sua roupa espalhada no chão. Despi-me e vesti a sua camisa branca que me fica pelas coxas, deitei-me ao seu lado e coloquei a cabeça no seu peito. 

Vamos esperar que a Karma faça o que tem de fazer, coitada! 

IMPORTANTE: gostava de mudar a capa da história, alguma de vocês consegue fazer covers giros?? se sim, digam-me!

ESPERO QUE GOSTEM E OBRIGADA <3

KARMA »h.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora