Capitulo 17 - Vulnerabilidade

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Falar sobre a minha família nunca foi um assunto que me trouxesse felicidade. O que é que me traz felicidade, também? Não gosto da minha família nem ela gosta de mim. Demasiadas traições, demasiadas zangas, demasiadas cusquices, mas porque não fingir que somos uma família feliz? Ah, mas existe aquela rapariga de cabelos rosa, maldisposta e incompreensível, para quê preocuparmo-nos com ela? Ela nem faz parte do estereótipo da família, vamos desprezá-la… ela parece uma aberração com aquele feitio e cabelo.

E, pela primeira vez na minha vida, eu sinto necessidade de falar, de expulsar todo este ódio que nutro pela merda de princípios que a minha família leva, pela merda em que eles me tornaram e vou fazê-lo com este rapaz.  Vou fazê-lo porque preciso, vou fazê-lo porque quero e espero sinceramente não me vir a arrepender.

Saio do esconderijo perfeito – a curva do seu pescoço – e sento-me na cama, cortando totalmente o contacto físico. É difícil controlar as emoções e com a porra do contacto físico torna-se ainda mais difícil. Os olhos do moreno estão repletos de curiosidade e incompreensão, mas não se mexe, fica imóvel a observar-me talvez sem saber o que dizer ou como agir porque eu sou uma merda com as pessoas e ele sabe que se fizer ou disser a coisa errada, provavelmente, nunca mais falaríamos na vida. 

“Começamos pela parte das traições ou pelo ódio que têm por mim?” Harry dá-me o olhar que necessito para avançar e faço-o, sem saber ao certo porquê. “O meu pai odeia-me, assim como a restante família. Na verdade, eles são merdosos. O meu pai traiu a minha mãe com a minha tia, a minha avó é conhecida pela corrupção até já foi presa por desfalque…” arranjo maneira de me aguentar sem começar a pensar nuns quantos adjetivos maldosos para descrever a cambada de pessoas que constituem a minha família. Respiro fundo e controlo-me, pois tudo o que não necessito agora é de uma discussão com este ser à minha frente. “Basicamente todos me odeiam porque eu tenho a mania de dizer as verdades, sabes? Que lindo, ela não tem sentimentos, ela é um boneco… não precisa de amigos, nem de sair, ela precisa é de ir para Cabo Verde as férias de verão todas porque não a queremos por perto e claro, sem telemóvel. Ela até podia morrer longe, ninguém precisa dela. Ela é uma merda. Ela sou eu.”

Sem conseguir encarar o rapaz que partilha o quarto comigo e sem conseguir perceber o porquê de ter acabar de lhe confidenciar algo sobre a minha vida, decido abandonar o local. Caminho até à mini-casa-de-banho e fecho a porta atrás de mim.

Fico o tempo que necessito na casa de banho, choro oceanos pacíficos e sinto-me uma parva por estar a fazê-lo, afinal de contas a merda da minha família não quer saber de mim, porque haveria de estar a desperdiçar o meu tempo com eles?
Não havia sinais de Harry, o que agradeço, pois neste momento iria explodir e responder-lhe super mal, parece que o rapaz começa a conhecer-me.

Deito-me na cama e espero cair num sono profundo que me leve a memória.

Arrasto-me para a divisão onde se encontra a morsa cor-de-pele, com grande dificuldade de manter os meus olhos abertos e de me manter apresentável devido a todas as dores de cabeça.

“Tenho alguma coisa na cara?” Pergunto ao rapaz que não para de me observar, deixando-me, de certa forma, desconfortável.

“Estás assustadora.” Harry comenta.

“És uma merda.” Grunho e desvio o olhar do seu.

Estou assustadora, olha que engraçado… devo levar como um elogio? Não faço ideia, mas prefiro simplesmente mandá-lo para o caralho.

“Alguém acordou maldisposta!”

“Foste a primeira pessoa que vi quando acordei. Estavas à espera de quê?” defendo-me.

“Eu se fosse a ti reconsiderava essa tua última acusação é que trouxe pizza e estou com fome, posso muito bem comê-la sozinho.”

Puta que pariu a chantagem.

Nada é mais forte que pizza.

“Oh olha dá-me a pizza e cala-te.”

“Só se vieres aqui…” encaminho-me para junto do banco.

O moreno levanta-se e coloca a sua mão na minha cara, tento mexer-me, mas o meu corpo dói, a minha cabeça quase explode e decido ficar no mesmo sítio. Harry massaja a minha cara gentilmente, fecho os olhos em aprovação. Eu provavelmente devia morrer, mas de qualquer das formas o meu cérebro está a derreter aos poucos com tanta dor de cabeça. Abro um pouco os olhos e consigo ver o moreno a sorrir-me.

“Estás tão vulnerável…” comenta o rapaz, depositando de seguida um trilho de beijos pelo meu maxilar. “Nunca pensei que me confiasses o que sentes, Karma.” Fito-o um pouco assustada.

“Dói-me a cabeça, sinto-me mal.” Tento mudar o assunto.

“Deixa-me fazer-te sentir bem.” Aproxima o seu rosto do meu, mas afasto-me um pouco assustada.

“Co-como assim?”

Harry cai num profundo riso malicioso e eu encolho-me.

“És tão inocente e isso é excitante para caralho!” mexe no seu cabelo. “Calma, não vou virar violador!”

Graças a deus e à minha mãezinha que nem quer saber de mim. 


Peço desculpa por este capítulo de merda! mas enfim eu tive umas ideias capazes de ser engraçadas para o próximo capítulo, eu vou tentar fazer melhor! (eu sei que era suposto haver porcaria neste capítulo mas.... só no próximo MUAHAHAHAH) 

KARRY É TÃO AWESOME!!!!!!!! EU AMO PORQUE ELES SÃO ESTRANHOS YA? A RELAÇÃO DELES É ESTRANHA, EU ACHO QUE ELES SE ODEIAM EU NÃO SEI.

QUERO MUITO QUE COMENTEM É QUE É SUPER IMPORTANTE!!! 

eu gosto da karma vulnerável e do harry carinhoso. Eu estava super deprimida a escrever isto, não me matem 

eu também deprimo ok 

beijoooos

love you,    happycatraia

KARMA »h.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora